Carro-bomba explode nas proximidades de um comboio de ônibus com milhares de pessoas retiradas de cidades sitiadas. Mais de cem pessoas morreram, afirmam voluntários.
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Um atentado com um carro-bomba nos arredores da cidade de Aleppo, no norte da Síria, deixou centenas de mortos entre rebeldes e pessoas que estavam sendo retiradas de cidades sitiadas no âmbito de um acordo entre o governo do presidente Bashar al-Assad e a oposição armada, afirmou neste sábado (15/04) a ONG Observatório Sírio de Direitos Humanos.
Segundo a TV síria, ao menos 39 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas na explosão do carro-bomba em Rashidin, a oeste de Aleppo, onde mais de 5 mil civis vindos das cidades de Fuaa e Kafraya esperam desde esta sexta-feira para seguir viagem.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos afirmou que ao menos 43 pessoas foram mortas, a maioria civis, mas também rebeldes que estavam fazendo a segurança dos ônibus. O grupo de voluntários Defesa Civil da Síria afirmou ter retirado mais de cem corpos do local e que está prestando assistência a mais de 50 feridos.
O ataque foi confirmado pela mídia síria pró-governo e por ativistas da oposição. O governo em Damasco atribuiu o atentado a "grupos terroristas".
O acordo entre governo e rebeldes, assinado sob a mediação do Irã e do Catar, prevê a retirada de milhares de pessoas de Fuaa e Kafraya, que estão nas mãos do governo, mas sitiadas pelos rebeldes. Além disso, os moradores de Madaya e Zabadani, cidades perto de Damasco e cercadas por tropas do governo sírio, também devem ser evacuados.
Diversos ônibus com milhares de pessoas partiram na sexta-feira, chegando durante a madrugada aos arredores de Aleppo. O carro-bomba, um furgão destinado ao transporte de alimentos, explodiu nas proximidades de um comboio de 75 ônibus.
Parte da oposição síria criticou severamente o acordo assinado para o deslocamento dos moradores, afirmando que ele resultaria num reassentamento forçado que teria por objetivo afastar os inimigos de Assad das principais cidades do oeste da Síria.
O governo explicou que a realocação permitiria retomar o controle de locais destruídos perto de Damasco e garantir novamente o abastecimento. O acordo assinado em março prevê a retirada de 30 mil pessoas em diferentes etapas.
CA/efe/afp/dw
Ataque americano a base aérea síria
Após ameaça do presidente Donald Trump, Estados Unidos bombardeiam base aérea da Síria em reação a suposto ataque químico do regime Assad.
Foto: Reutres/M. Sezer
59 mísseis de cruzeiro
Na madrugada desta sexta-feira (07/04), os Estados Unidos bombardearam uma base aérea na Síria com 59 mísseis guiados, em retaliação a um suposto ataque com gás tóxico na terça-feira. De acordo com ativistas, quatro soldados sírios teriam morrido, e a base foi quase completamente destruída.
Foto: picture-alliance/AP Images/US Navy/F. Williams
Base no mar Mediterrâneo
Os mísseis de cruzeiro do tipo Tomahawk foram disparados dos navios de guerra USS Porter e USS Ross, estacionados no Mar Mediterrâneo. Foi a primeira vez que os EUA atacaram tropas do governo sírio nos seis anos da guerra civil no país. Até então, o país havia concentrado esforços em combater a organização jihadista "Estado Islâmico" (EI).
Foto: picture-alliance/AP Photo/US Navy/F. Williams
Alvo dos bombardeios
Antes do ataque com 59 mísseis de precisão Tomahawk, a base aérea de Shayrat era assim. Segundo o presidente Donald Trump, dessa base saíram os aviões responsáveis pelo ataque químico de terça-feira, que deixou dezenas de mortos. Os alvos teriam sido aviões e pistas de pouso e decolagem.
Foto: 2017 Google Maps
No leste da Síria
A base aérea fica nas proximidades de Homs, um dos primeiros focos da guerra civil contra o regime do presidente Bashar al-Assad.
Revés de Trump
A ação militar representa uma reviravolta na posição dos Estados Unidos no conflito na Síria. Depois de um ataque com armas químicas muito mais amplo, com centenas de mortos em agosto de 2013, pelo qual as tropas do governo também foram responsabilizadas, o então presidente Barack Obama apelara insistentemente contra uma retaliação a Assad.
Foto: Reuters/C. Barria
Ameaça ao Conselho de Segurança
"Se as Nações Unidas violarem continuamente sua obrigação de reação coletiva, somos obrigados a tomar nossas próprias medidas", disse a embaixadora dos EUA, Nikki Haley, no Conselho de Segurança da ONU, exibindo imagens de vítimas do gás letal. Por seu lado, Moscou advertiu contra uma condenação precipitada.
Foto: Reuters/S. Stapelton
Ataque intencional ou acidente?
Na terça-feira, durante um bombardeio de um bairro da cidade de Khan Cheikhoun, na província de Idlib, foi liberado o gás tóxico, causando a morte de mais de 80 pessoas. Quem é o responsável? A liderança síria? Ou os próprios rebeldes, para acusar os sírios? Não há provas da autoria.