Pelo menos 30 morreram em vários ataques suicidas coordenados contra dois prédios das forças de segurança do governo na cidade de Homs. Entre os mortos, está assessor próximo do presidente sírio, Bashar al-Assad.
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Pelo menos 30 pessoas morreram neste sábado (25/02) em vários ataques suicidas coordenados contra dois prédios das forças de segurança do governo sírio na região central da cidade de Homs. Entre os mortos, está um assessor próximo do presidente sírio, Bashar al-Assad.
Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, os atentados causaram pelo menos 42 mortos. De acordo com o governador da província de Horms, Talal Barasi, os ataques deixaram 30 mortos e 24 feridos. A televisão estatal síria não citou números de vítimas, mas confirmou a morte do chefe de segurança militar Hassan Daabil, oficial próximo a Assad.
O atentado foi assumido pela organização extremista Frente Fateh al-Sham (Conquista do Levante, em árabe), grupo criado a partir de um antigo braço da rede terrorista Al Qaeda na Síria.
Em um breve comunicado divulgado através do aplicativo Telegram, o grupo jihadista disse que entre as vítimas está o chefe de segurança militar, Hassan Daabul, e o chefe de segurança do Estado, Ibrahim Darwish. Outros importantes comandantes também teriam morrido.
O grupo afirmou que várias bombas explodiram em postos de controle do "regime criminoso" durante o resgate dos feridos nos dois primeiros ataques, provocando ainda mais vítimas.
Os alvos dos atentados foram duas sedes dos serviços de informação militar em dois bairros no centro de Homs. Após as duas primeiras explosões, segundo Observatório Sírio de Direitos Humanos, soldados de um dos locais atacados enfrentaram os terroristas, e três deles detonaram explosivos que levavam em coletes presos em seus corpos em meio dos militares. Segundo o chefe da ONG, Rami Abdel Rahman, os ataques foram realizados por, ao todo, seis terroristas.
Homs é controlada pelas forças do governo. Apenas o bairro de Al Waer, que está cercado pelo regime sírio, segue sob o comando dos jihadistas. Outras áreas da província de mesmo nome também têm a presença de membros de grupos terroristas.
A Frente Fateh al-Sham se chamava Frente al-Nusra até o ano passado, quando anunciou sua desvinculação da rede terrorista Al Qaeda. Mais importante grupo jihadista na Síria depois do EI, seu grande rival, a organização entrou oficialmente no conflito sírio em janeiro de 2012, dez meses após o início da revolta contra o regime do presidente Assad.
MD/afp/efe/dpa
Amor em tempos de guerra na Síria
Apesar dos contínuos bombardeios sobre sua cidade natal, um casal de Homs recusou-se a abandonar a esperança, usando as ruínas como cenário para seu álbum de casamento. A agência AFP deu projeção mundial às imagens.
Foto: Getty Images/AFP/J. Eid
Vida e amor entre ruínas
Nada Merhi, de 18 anos, e o soldado Hassan Youssef, de 27, escolheram um pano de fundo inusitado para suas fotos de casamento: as ruínas de sua cidade natal, Homs, na Síria, destroçada por bombardeios. A ideia foi do fotógrafo Jafar Meray, com a intenção de mostrar que "a vida é mais forte do que a morte".
Foto: Getty Images/AFP/J. Eid
"O amor reconstrói a Síria"
Um mês depois de o casal sírio posar na cidade bombardeada, a agência de notícias francesa AFP divulgou uma série feita por um de seus fotojornalistas, documentando a iniciativa. O fotógrafo Meray postou o inusitado álbum de casamento no Facebook, sob o título "O amor reconstrói a Síria".
Foto: Getty Images/AFP/J. Eid
Cidade dilacerada
A guerra civil na Síria já fez mais de 250 mil vítimas, a maior parte delas civis. Terceira maior cidade síria, Homs tem sofrido tremendamente com as ofensivas das forças leais ao presidente Bashar al-Assad. Ela foi uma das primeiras cidades a se opor ao governo em 2012, embora em vão. Desde então, o governo conseguiu expulsar de Homs a maioria dos combatentes rebeldes.
Foto: Getty Images/AFP/J. Eid
Destroços cinzentos, vestido branco
Em meio à antes próspera metrópole, o branco do vestido de noiva de Nada realça a destruição que circunda o jovem casal. Buracos de bala, prédios abandonados, ruínas incendiadas e estradas desertas são um lembrete constante das vidas que Homs abrigava antes da guerra civil.
Foto: Getty Images/AFP/J. Eid
Ataques continuam
Homs continua sendo alvo frequente de ataques armados. Em 26 de janeiro de 2016, 22 pessoas foram mortas e mais de cem feridas num atentado suicida a bomba no bairro de Al-Zahra. A maioria da população local é de alauítas, a seita islâmica minoritária a que também pertencem o presidente Assad e sua família. A milícia jihadista do "Estado Islâmico" (EI) reivindicou o ato terrorista.
Foto: Getty Images/AFP/J. Eid
Homs não é única vítima
Desde 30 de setembro de 2015, aviões de combate russos têm realizado ofensivas aéreas em apoio às forças de Assad. Homs não é a única cidade síria atingida: em 15 de fevereiro, um hospital perto de Murat al-Numan, a cerca de 280 quilômetros de Damasco, foi atingido por bombardeios. Ao menos nove pessoas morreram.
Foto: Getty Images/AFP/J. Eid
Pressão internacional
Numa entrevista à agência de notícias AFP, Assad afirmou que continuaria a lutar, apesar da pressão internacional crescente no sentido de um cessar-fogo. O ministro saudita do Exterior, Adel al-Jubeir, rebateu, falando a um jornal alemão: "Não vai mais haver um Bashar al-Assad no futuro. Ele não vai mais arcar com a responsabilidade pela Síria."
Foto: Getty Images/AFP/J. Eid
Destaque na Conferência de Munique
O sofrimento contínuo dos habitantes nas áreas sitiadas da Síria foi um dos pontos centrais de debate na Conferência de Segurança de Munique, realizada de 12 a 14 de fevereiro de 2016 e dedicada à segurança. O secretário de Estado americano, John Kerry, declarou: "Em nossa opinião, a grande maioria dos ataques da Rússia foi contra grupos oposicionistas legítimos."
Foto: Getty Images/AFP/J. Eid
Repercussão na rede social
Alguns usuários do Facebook comentaram as imagens de Jafar Meray de forma emocional. "Sinto-me como o noivo na foto", escreveu um deles. Outro desejou: "Que Deus esteja com vocês e com todos os sírios. Obrigado por todas estas fotos e por partilhá-las com o mundo." Um terceiro propôs um título alternativo: "Amor em tempos de guerra".
Foto: Getty Images/AFP/J. Eid
Prova de que a vida continua
As fotografias de Meray se tornaram um sucesso tão grande que, além de comentá-las, seus seguidores no Facebook criaram sequências de slides com a série e a transformaram em vídeos para o YouTube. Para um usuário, o trabalho de Meray é "prova de que a vida continua, mesmo em Homs, a cidade mais devastada da Síria".