Atentados em Madri abalam a Europa
11 de março de 2004"Estou horrorizado com o número de mortos e feridos", revelou o chanceler federal da Alemanha, Gerhard Schröder, referindo-se aos atentados ocorridos em Madri na manhã desta quinta-feira (11/03), que já vitimaram mais de 180 pessoas. Em carta de condolências ao primeiro-ministro espanhol José Maria Aznar, o chefe de governo alemão manifestou pesar com o ocorrido.
O ministro alemão das Relações Exteriores, Joschka Fischer, condenou "este abominável ataque terrorista que custou a vida de tantas pessoas", em sua mensagem de solidariedade à sua colega espanhola de pasta, Ana Palacio.
Wolfgang Thierse, presidente do Parlamento alemão, interrompeu a sessão para informar os parlamentares sobre a gravidade das explosões no centro de Madri e expressar repúdio contra atos terroristas.
Bandeira a meio mastro
Os atentados também chocaram os deputados europeus. O presidente do Parlamento Europeu, Pat Cox, classificou o ato como um dos mais terríveis ataques terroristas já ocorridos na Europa, ressaltando ainda que "este é o pior dia da história da Espanha".
O clima entre os parlamentares era de indignação e tristeza. Durante a sessão, eles fizeram um minuto de silêncio em homenagem às vítimas. As bandeiras da União Européia e Espanha foram içadas a meio mastro em sinal de luto.
"O que aconteceu hoje é uma declaração de guerra à democracia. É nossa obrigação perante a população espanhola e européia mostrar que na União Européia não existem locais onde o terrorismo possa se refugiar", declarou Cox, afirmando ainda que " em nome do Parlamento Europeu eu reforço nossa obrigação frente à democracia e os direitos humanos. Chega de bombas e mortos. Juntos vamos acabar com o terrorismo".
Sucessão de explosões
A série de explosões em trens no centro de Madri ocorreu no horário de pique matinal. As estações de Atocha de Madrid, El Pozo e Santa Eugenia foram atingidas por volta das 7h35 da manhã (horário local). O cenário era de horror. Passageiros ensangüentados e feridos abandonavam as estações em pânico.
As explosões aconteceram três dias antes das eleições gerais na Espanha. As autoridades do país responsabilizam o grupo separatista basco ETA pela autoria do atentado. O ministro do Interior, Angel Acebes, afirmou que o governo espanhol não tem dúvida de que a responsabilidade é do ETA.
Arnaldo Otegi, porta-voz do partido clandestino Batusana, ligado ao ETA, negou a responsabilidade da organização. Ele lembrou que o ETA sempre faz telefonemas de alerta quando prepara um ataque. Otegi levantou a hipótese de que as explosões possam ter sido preparadas por membros da resistência árabe como um gesto de vingança pela participação espanhola na guerra do Iraque.
Há menos de duas semanas, porém, a polícia apreendeu uma caminhonete com 500 quilos de explosivos. A carga estava sendo transportada para Madri por dois homens suspeitos de integrar o ETA.