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Atentados na França, Tunísia e Kuwait matam mais de 60

26 de junho de 2015

Não há sinais de que ataques tenham sido coordenados, mas eles ocorrem dias depois de o "Estado Islâmico" convocar seguidores a executarem ações de martírio durante o Ramadã.

Policiais e fiéis do lado de fora da mesquita Al-Imam al-Sadeq, na Cidade do KuwaitFoto: Getty Images/AFP/Y. Al-Zayat

Atentados executados em três continentes deixaram mais de 60 mortos e centenas de feridos nesta sexta-feira (26/06) e elevaram o medo de novos ataques terroristas em toda a Europa.

Na França, um homem atacou com um veículo as instalações de uma fábrica de produtos químicos na cidade de Saint-Quentin-Fallavier, perto de Lyon, e provocou uma explosão. Ele também dependurou uma cabeça humana, coberta com uma bandeira com inscrições em árabe, numa cerca da fábrica.

Na Tunísia, um estudante armado com uma metralhadora Kalashnikov abriu fogo contra os frequentadores de uma praia na cidade de Sousse, matando ao menos 37 pessoas e ferindo outras 36.

Na Cidade do Kuwait, um homem-bomba detonou seus explosivos numa mesquita xiita, causando a morte de ao menos 25 pessoas e deixando mais de 200 feridas. O atentado reivindicado pelo grupo jihadista "Estado Islâmico" (EI) aconteceu durante a tradicional oração do meio-dia das sextas-feiras, quando o templo está cheio.

Não há, por enquanto, evidências de que os ataques tenham sido coordenados, mas eles aconteceram poucos dias depois de o "Estado Islâmico" ter convocado seus seguidores a executarem ações de martírio durante o Ramadã, o mês sagrado dos muçulmanos. Além disso, na próxima segunda-feira completa-se o primeiro aniversário do califado proclamado pelo EI.

Policiais fazem a segurança na entrada da usina Air Products em Saint-Quentin-Fallavier, perto de LyonFoto: Getty Images/AFP/P. Desmazes

França

Na França, um homem de 35 anos identificado como Yassin Salhi atacou de carro as instalações de uma fábrica de produtos químicos da empresa americana Air Products, que fica na cidade de Saint-Quentin-Fallavier, perto de Lyon, e provocou uma explosão. Duas pessoas ficaram feridas.

Salhi foi detido por policiais no local. Ele era conhecido da polícia, disse o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, tendo sido investigado em 2006. A investigação foi arquivada em 2008. Cazeneuve disse que o suspeito tinha ligações com o movimento salafista, mas não havia sinais de participação em atividades terroristas. "Ele não tinha ficha criminal", afirmou o ministro.

Salhi e a esposa agora estão sob custódia da polícia e uma investigação sobre terrorismo foi iniciada. A cabeça encontrada no local era do chefe de Salhi, o gerente de uma empresa de transportes e entregas rápidas. Segundo uma pessoa ligada às investigações, os dois iriam fazer uma entrega no local, mas Salhi matou e decapitou seu chefe, de cerca de 50 anos, e depois entrou nas instalações da usina com o veículo usado para as entregas. Ele conduziu o veículo contra contêineres de gás para provocar uma explosão.

"O ataque foi de natureza terrorista, uma vez que o corpo foi descoberto decapitado e com inscrições", declarou o presidente da França, François Hollande, logo depois do ataque. "Não foi uma fatalidade." Ele deixou a reunião de chefes de Estado e de governo dos 28 países-membros da União Europeia em Bruxelas para retornar à França e acompanhar as investigações.

No entanto, uma mulher que se identificou como a esposa do principal suspeito afirmou a uma rádio francesa que não se trata de um ataque terrorista. "Estão dizendo nas notícias que é um ataque terrorista, mas isso é impossível. Eu o conheço, ele é meu marido. Temos uma vida familiar normal."

Vítimas de atentado em praia da Tunísia são socorridasFoto: picture-alliance/AP Photo/Tunisia TV1 via AP

Tunísia

Ao menos 37 pessoas foram mortas e 36 ficaram feridas, muitas delas turistas europeus, num ataque a tiros numa praia da cidade de Sousse, no leste da Tunísia, nesta sexta-feira. O atirador é um estudante desconhecido das autoridades, disse um alto funcionário do governo tunisiano.

"Ele é tunisiano, natural da região de Kairouan (centro). É um estudante", disse o secretário de Estado da Segurança, Rafik Chelly, a uma rádio local."Ele andou pela praia, vestido como um banhista e com um guarda-sol dentro do qual estava uma metralhadora", disse Chelly.

Segundo o secretário, de acordo com as investigações preliminares, o atentado foi cometido por um único atirador. O ataque aconteceu na praia, perto do hotel Marhaba Imperial. Testemunhas relataram cenas de pânico e confusão.

Sousse, a cerca de 140 quilômetros da capital, Túnis, é um dos balneários mais populares do país, atraindo turistas da Europa e dos países vizinhos do Norte da África.

A Tunísia está em alerta máximo desde março, quando militantes islamistas atacaram o Museu do Bardo, em Túnis, matando 21 turistas estrangeiros e um policial. Foi um dos piores ataques da última década no norte da África.

Fiéis sentados dentro da mesquita Al-Imam al-Sadeq, que foi alvo de um ataque terroristaFoto: Getty Images/AFP/Y. Al-Zayat

Kuwait

Na Cidade do Kuwait, um atentado reivindicado pelo "Estado Islâmico" causou a morte de ao menos 25 pessoas e deixou mais de 200 feridas. Por volta do meio-dia, horário local, um homem entrou na mesquita xiita Al-Imam al-Sadeq, misturou-se ao fiéis e detonou os explosivos que trazia consigo.

O ataque foi conduzido por um membro do grupo Província de Najd, uma ramificação do EI na Arábia Saudita. Os extremistas afirmaram que a mesquita estava espalhando ensinamentos xiitas a muçulmanos sunitas. O EI, que é um grupo sunita radical, considera os xiitas hereges.

Esse é o primeiro ataque a bomba numa mesquita xiita no Kuwait e o primeiro ataque terrorista no país desde janeiro de 2006.

AS/afp/rtr/lusa/ap

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