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Criminalidade

Atirador de Annapolis teve disputa jurídica com jornal

29 de junho de 2018

Suspeito de matar cinco na redação do "Capital Gazette" foi alvo de reportagem que o acusou de assediar uma mulher nas redes sociais. Ele processara o diário por difamação, mas acabou perdendo o caso.

Polícia isola proximidades da sede do "Capital Gazette" em Annapolis
Polícia isola proximidades da sede do "Capital Gazette" em AnnapolisFoto: picture alliance/TNS/Capital Gazette/Baltimore Sun/J. McKerrow

O homem que abriu fogo nesta quinta-feira (28/06) na redação do jornal Capital Gazette, na cidade de Annapolis, Estados Unidos, matando quatro jornalistas e uma funcionária, teria se envolvido numa disputa judicial com a publicação em 2012.

O atirador foi identificado pela polícia como um homem branco de cerca de 38 anos, armado com uma espingarda e granadas de fumaça, que provavelmente agiu sozinho.

A polícia considerou o ocorrido um ataque planejado. "Essa pessoa estava preparada para entrar e atirar nas pessoas", disse o chefe de polícia do condado de Anne Arundel, onde fica a cidade de Annapolis.

Ao entrar no edifício do Capital Gazette, o suspeito abriu fogo através de uma porta de vidro, procurou suas vítimas e despejou uma rajada de balas na redação. Os jornalistas tentaram se esconder embaixo de suas mesas e onde mais puderam.

Os sobreviventes relataram minutos de terror, ouvindo os passos do atirador e repetidos disparos, tentando se esconder enquanto ele se deslocava pela redação. Ao prender o suspeito, a polícia apreendeu o que pareciam ser explosivos, mas na verdade se tratava de granadas de fumaça.

As vítimas foram o editor assistente do jornal, Rob Hiaasen, os jornalistas Wendi Winters, Gerald Fischman e John McNamara, além da assistente de vendas Rebecca Smith, de 34 anos.

Antecedentes

O suspeito abriu em 2012 um processo por difamação contra o ex-colunista do jornal Eric Hartley e o então editor Thomas Marquardt, após a publicação de um artigo que o acusava de assediar uma mulher através do Facebook, afirmando que ele se declarara culpado. O tribunal que julgou o caso considerou verossímil o conteúdo do artigo, com base nos registros públicos.

Em Nova York, o Departamento de Polícia informou que está reforçando a segurança em redações de notícias sediadas na cidade, apesar de ressaltar que até o momento, não havia nenhuma ameaça.

O presidente americano, Donald Trump, lamentou o ocorrido através do Twitter: "Meus pensamentos e orações estão com as vítimas e suas famílias. Obrigado à equipe de primeiros socorros que está no local neste momento."

O governador de Maryland, Larry Hogan, também se pronunciou: "Estou absolutamente arrasado em saber dessa tragédia em Annapolis. Por favor, atendam a todos os avisos e fiquem longe da área. Estou rezando pelos que estão no local e por nossa comunidade."

Fundado em 1884, o Capital Gazette é um dos diários mais antigos dos Estados Unidos. Sua sede fica em Annapolis, cidade de 40 mil habitantes situada a cerca de 50 quilômetros da capital americana, Washington.

O incidente é mais um na recente série de atentados com armas de fogo nnos Estados Unidos, onde se estima ocorrerem anualmente mais de 30 mil mortes relacionadas ao uso de armas.

Em outubro de 2017, um atirador abriu fogo durante um festival de música country em Las Vegas, matando 59 pessoas e ferindo mais de 500. Em fevereiro último, um massacre numa escola secundária na Flórida deixou pelo menos 17 mortos, levando estudantes a liderarem uma campanha nacional pelo controle de armas.

RC/EK/afp/dpa/efe/rtr/ots

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