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Terrorismo

Atirador de Halle confessa motivação antissemita

11 de outubro de 2019

Segundo autoridades alemãs, homem que tentou cometer massacre em sinagoga no leste do país admitiu ligação com grupos de extrema direita. Terrorista foi indiciado por dois homicídios.

Acusado de ataque antissemita em Halle é levado para o Tribunal Constitucional da Alemanha em Karlsruhe
Acusado de ataque antissemita em Halle é levado para o Tribunal Constitucional da Alemanha em KarlsruheFoto: Reuters/R. Orlowski

O homem acusado pelo ataque terrorista na cidade de Halle, no leste da Alemanha, confessou o crime e admitiu ter motivações antissemitas e de extrema direita, afirmou nesta sexta-feira (11/10) uma porta-voz da Procuradoria-Geral do país.

O atirador de 27 anos, identificado pelas autoridades como Stephen B., admitiu o crime em um depoimento que se estendeu por várias horas no Tribunal Constitucional da Alemanha em Karlsruhe. O ataque próximo a uma sinagoga, que deixou dois mortos, ocorreu durante o Yom Kippur, o feriado religioso mais importante do calendário judaico.

Stephen B., usando um uniforme de combate, máscara e capacete, e carregando várias armas, lançou um explosivo sobre o muro de um cemitério judaico e tentou entrar em uma sinagoga nas proximidades, mas não conseguiu passar pela porta, que estava trancada. No momento, 52 pessoas estavam no local.

Sem conseguir entrar, o agressor, que transmitia o ataque ao vivo na internet, começou a disparar contra pedestres. Ainda perto da sinagoga, ele matou uma mulher que passava pelo local e efetuou disparos contra os clientes de uma lanchonete turca, a duas quadras da sinagoga, matando um homem.

A ação deixou dois feridos a bala, uma mulher de 40 anos e seu marido, de 41. Segundo relatos na imprensa, as armas caseiras ou improvisadas utilizadas pelo agressor falharam diversas vezes, evitando que ele pudesse fazer um número ainda maior de vítimas. Na transmissão ao vivo, ele "se desculpou" repetidas vezes pelo fracasso em matar mais pessoas.

A porta-voz da Procuradoria afirmou que Stephen B. responde pelas duas mortes e sete tentativas de assassinato. As autoridades afirmam que, ao filmar a ação com uma câmera em seu capacete e publicar um manifesto na internet com conteúdo xenófobo e antissemita, ele teria tentado emular ações semelhantes, como o atentado ocorrido em março contra uma mesquita em Christchurch, na Nova Zelândia, que deixou 51 mortos.

De acordo com investigadores, o atirador queria promover um massacre numa sinagoga e servir de exemplo a extremistas de direita e antissemitas. "Ele também queria incitar outras pessoas a cometerem tais atos", afirmou o promotor federal da Alemanha, Peter Frank.

O promotor qualificou o ataque como um ato de terrorismo. "O acusado queria entrar na sinagoga e matar o maior número de judeus possível", disse. "Stephan B., que foi influenciado por um antissemitismo, xenofobia e racismo assustadores, estava fortemente armado", acrescentou. O atirador carregava quatro armas de fogo e explosivos. Em seu carro, a polícia encontrou ainda quatro quilos de explosivos.

Os investigadores do caso também apreenderam no apartamento que o terrorista dividia com a mãe uma impressora 3D que teria sido usada para fabricar algumas das armas utilizadas no ataque.

"Foi um ataque terrorista de extrema direita promovido por um único agressor", disse a ministra da Justiça da Alemanha, Christine Lambrecht. Ela ressaltou ainda que o extremismo de direita se tornou uma das grandes ameaças à segurança da Alemanha.

RC/dpa/afp

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