Segundo investigadores, jovem de 18 anos que matou nove pessoas não escolheu vítimas, mas atirou de forma aleatória. Estudante visitou escola no sul da Alemanha onde ocorreu um massacre em 2009.
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O atirador de 18 anos que matou nove pessoas e depois se suicidou em Munique planejou o ataque por um ano, informou neste domingo (24/07) o chefe da polícia da Baviera, Robert Heimberger.
O procurador-geral Thomas Steinkraus-Koch acrescentou que o jovem alemão de origem iraniana não escolheu as vítimas, a maioria de origem estrangeira, mas atirou de forma aleatória.
Nesse período, o jovem chegou a visitar a escola de Winnenden, perto de Stuttgart, no sudoeste da Alemanha, onde um adolescente de 17 anos matou 15 pessoas, em 2009. E fez fotos do local.
Veja imagens do ataque em Munique
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Neste sábado, o chefe da polícia de Munique, Hubertus Andrä, afirmou que o atirador identificado como Ali David S. era obcecado por tiroteios em massa. No quarto dele, foram encontrados livros e documentos relacionados com ataques a tiros. Ele também jogava games violentos com frequência.
Andrä também disse que há uma "conexão óbvia" entre o ataque da última sexta-feira com os atentados feitos pelo extremista de direita norueguês Anders Behring Breivik, que matou 77 pessoas exatamente cinco anos antes, em 22 de julho de 2011.
O atirador teria obtido a pistola Glock, de numeração raspada, de forma ilegal, através da darknet (área da internet inacessível para a maioria dos usuários), além de cerca de 300 munições. O jovem se suicidou depois do ataque. "Há um histórico de conversas na darknet que sugerem que ele adquiriu a arma nesse meio", afirmou Heimberger.
O chefe de investigações acrescentou que os pais do atirador ainda não foram ouvidos pela polícia por "estarem em choque". No apartamento, os investigadores encontraram medicamentos para tratamento de uma doença mental. O jovem teria passado por tratamento psicológico por dois meses para tratar uma "fobia social" e depressão.
Neste domingo, as autoridades bávaras informaram também que o número de feridos foi corrigido: no total, foram 35, dez deles de forma grave. Além dos nove mortos, quatro pessoas foram atingidas por tiros disparados pelo adolescente, três delas correm risco de vida.
O balanço de 35 feridos também leva em conta as várias pessoas que se machucaram durante uma situação de pânico no centro de Munique e durante a fuga nos locais do massacre.
KG/efe/afp/dpa
Luto em Munique
No dia seguinte ao ataque a tiros que matou nove pessoas na capital da Baviera, cidadãos e líderes prestam homenagens às vítimas. Memorial em Munique reúne flores, velas e mensagens de pesar e indignação.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Kappeler
Munique após caos e terror
A cidade no sul da Alemanha amanheceu em luto após o ataque. Um pequeno memorial, com flores, velas e cartazes, foi montado próximo ao shopping Olympia e a uma filial do restaurante McDonald’s, que foram palcos do tiroteio. Eles ficam na rua Hanauer Strasse, noroeste de Munique.
Foto: Reuters/A. Wiegmann
Homenagem às vítimas
Nove flores e nove velas foram dispostas no memorial em frente ao shopping, em homenagem aos nove mortos no ataque, que também deixou 16 feridos. O autor dos disparos, um teuto-iraniano de 18 anos, cometeu suicídio durante a fuga.
Foto: Getty Images/J. Koch
Luto e indignação
Entre flores e velas, foram deixadas mensagens de pêsames e de indignação. "Por quê?", questiona uma mensagem em alemão. "Descansem em paz, sentiremos saudade", lê-se em outro cartaz.
Foto: Reuters/A. Wiegmann
Minuto de silêncio na França
As homenagens se estenderam a outros países. Em Megeve, na França, foi dedicado um minuto de silêncio às vítimas antes da competição de ciclismo Tour de France. Na foto estão o diretor da prova, Christian Prudhomme, o ciclista alemão Andre Greipel e o britânico Christopher Froome.
Foto: Getty Images/AFP/K. Tribouillard
Policiais a postos
Após uma noite de caos, informações mais concretas sobre a tragédia já começaram a emergir, mas ainda há pontos que precisam ser esclarecidos, como as motivações do atirador. As investigações continuam em curso neste sábado. Forças de segurança protegem a entrada dos locais onde foram disparados os tiros.
Foto: Reuters/A. Wiegmann
Transporte normalizado
Além da mobilização na rua Hanauer Strasse, a rotina dos cidadãos de Munique começa a voltar ao normal após o estado de alerta da noite de sexta-feira. Os serviços de transporte público, que foram completamente interrompidos durante a noite, já operam normalmente, segundo autoridades.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Karmann
Ministro em Munique
O secretário do Interior da Baviera, Joachim Herrmann, e o ministro do Interior alemão, Thomas de Maizière, estiveram nos arredores do shopping Olympia neste sábado, visitando o local do ataque. Maizière, que viajava aos Estados Unidos para uma temporada de férias, voltou ao país para acompanhar as investigações da polícia em Munique.
Foto: Reuters/A. Wiegmann
Reunião de emergência em Berlim
Também neste sábado, o Conselho Federal de Segurança se reuniu em Berlim para discutir a situação. A chanceler federal alemã, Angela Merkel, presidiu a reunião de emergência, que contou com ministros e chefes de órgãos como a Polícia Federal e o Serviço de Informações alemão.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Denzel
Merkel reage a ataque
Após a reunião, a chanceler se pronunciou pela primeira vez desde o tiroteio na noite anterior. Merkel prestou condolências aos familiares das vítimas e garantiu que não haverá descanso entre as autoridades até que o caso seja esclarecido e os alemães estejam protegidos. "Vamos descobrir o que há realmente por trás do ataque", afirmou.