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Atirador de trem rejeita acusações de terrorismo

23 de agosto de 2015

Advogada afirma que acusado é sem-teto, encontrou armas em parque em Bruxelas e pretendia apenas assaltar pessoas para se alimentar. Jovem marroquino é conhecido de serviços de inteligência de três países.

Foto: picture-alliance/dpa/N. Maeterlinck

O homem que embarcou num trem de alta velocidade com um fuzil kalashnikov, pistola e faca, antes de ser rendido por três americanos, era conhecido pelos serviços de inteligência de três países e tinha ligações com o islamismo radical, disseram autoridades neste domingo (23/08). A advogada do homem, no entanto, defende que seu mandante era um sem-teto que só queria roubar os passageiros para poder se alimentar.

Autoridades francesas afirmaram que Ayoub El Qahzzani, um marroquino de 26 anos, é um extremista islâmico. Autoridades na Espanha informaram que o suspeito viveu no país até o ano passado e possui um registro policial de tráfico de drogas.

Apesar de ter registros em serviços de inteligência de França, Espanha e Bélgica, o homem embarcou em Bruxelas num trem que viajava de Amsterdã a Paris, na sexta-feira, carregando um pequeno arsenal de armas, incluindo um fuzil kalashnikov, uma pistola automática Luger e um estilete.

Três amigos americanos – os militares Spencer Stone e Alek Skarlatos, além do estudante Anthony Sadler – atacaram o jovem marroquino e, com a ajuda do empresário britânico Chris Norman, conseguiram amarrá-lo. Eles estão sendo tratados como heróis na França e nos EUA, com o presidente francês François Hollande oferecendo um "sincero obrigado" ao presidente americano Barack Obama.

Em entrevista coletiva, neste domingo, Stone relatou que apenas um tiro foi dado no trem – ferindo no peito um professor, que está hospitalizado em Lille –, e que o fuzil kalashnikov "parecia que estava travado e que não estava funcionando".

Os americanos também afirmaram que o treinamento militar foi primordial para dominar o homem armado. "No início, foi principalmente instinto de sobrevivência. Nosso treinamento fez a diferença após a luta", disse Skarlatos. "Ele parecia estar pronto para lutar até o fim", completou Stone. "Mas nós também."

Da esq. à dir.: os americanos Anthony Sadler e Alek Skarlatos com o britãnico Chris Norman. O quarto herói é o também americano Spencer StoneFoto: Getty Images/AFP

A advogada de El Qahzzani, no entanto, afirmou que o suspeito disse não ser um terrorista. "Ele está perplexo que sua ação esteja sendo caracterizada como terrorismo", disse Sophie David, uma advogada de Arras, cidade no norte da França onde o trem foi parado para prender o marroquino, que agora está sendo questionado pela polícia antiterrorismo nos arredores de Paris.

Em entrevista à emissora francesa BFMTV, a advogada disse ainda que El Qahzzani aparentava estar fraco e desnutrido. "Vi alguém que está muito doente, alguém muito enfraquecido fisicamente, como se sofresse de desnutrição. Muito, muito magro e bastante abatido", disse David.

Segundo a advogada, o marroquino contou ter encontrado a valise com o fuzil kalashnikov e as outras armas num parque perto da estação internacional de trem de Bruxelas, onde ele estava dormindo. "Poucos dias depois, ele decidiu subir num trem que alguns outros sem-teto disseram que estaria cheio de pessoas ricas, viajando de Amsterdã a Paris. Ele disse que queria se alimentar através de assalto à mão armada", alegou David.

El Qahzzani, que foi identificado através de impressões digitais, pode permanecer detido por 96 horas. Em seguida, ele precisa ser acusado formalmente ou ser libertado.

PV/afp/rtr/dpa/ap

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