Protestos na Síria
4 de novembro de 2011 Forças de segurança sírias mataram pelo menos 14 pessoas e feriram dezenas durante protestos contra o regime do presidente Baschar al-Assad, nesta sexta-feira (04/11), nas cidades de Kanaker, Homs e Saqba. As informações são de ativistas contrários ao regime. As mortes acontecem dois dias após Assad ter chegado a um acordo com a Liga Árabe para acabar com a repressão violenta às manifestações antigoverno.
No acordo divulgado na quarta-feira, a Liga Árabe concedeu prazo de duas semanas para o governo sírio retirar o Exército das ruas e libertar cidadãos presos durante as manifestações. Conforme ativistas, porém, até o momento, o governo sírio ainda não realizou qualquer progresso. O ministério do Interior da Síria pede aos cidadãos que entreguem suas armas nas unidades policiais, prometendo que irá liberar todos que não tenham cometido crimes contra a vida.
"A repressão contínua apenas pode fortalecer as dúvidas da comunidade internacional sobre a sinceridade do regime sírio para implementar o plano de paz da Liga Árabe", disse o porta-voz do Ministério do Exterior francês, Romain Nadal. Ele acrescentou que tem notícias de 20 pessoas mortas em protestos pacíficos também na quinta-feira.
Plano apresenta falhas
Ativistas informam que desde a assinatura do acordo, as tropas do governo já mataram cerca de 35 pessoas. A mídia estatal síria sinaliza que as informações sobre mortes após o acordo com a Liga Árabe são falsas.
No entanto, um porta-voz do movimento de contestação disse à agência de notícias DPA que o acordo não interrompeu a violência. "A situação ficou até mesmo pior. Isto é uma revolução suicida porque ninguém nos ajuda", disse o ativista por telefone.
A cidade de Homs é o centro das manifestações contra o regime. Ativistas disseram que, na quinta-feira, franco-atiradores abriram fogo contra manifestantes, matando 22 pessoas no centro da cidade. A violência na região, onde tanques de combate estão sendo usados contra alvos civis pelo segundo dia consecutivo, ilustra como será difícil a implementação do plano de paz.
Segundo diplomatas, o acordo entre Assad e a Liga Árabe também careceria de prazos claros para que o governo cumpra seus compromissos. As Nações Unidas divulgam que mais 3 mil pessoas morreram desde março, devido à repressão contra os protestos na Síria.
MP/rtr/afp/dpa
Revisão: Carlos Albuquerque