Ativistas bloqueiam Salão do Automóvel de Frankfurt
15 de setembro de 2019
Pelo terceiro dia, ambientalistas protestam contra indústria automobilística na maior feira do setor e defendem banimento de carros nas cidades e transporte público gratuito. Manifestação reúne centenas de pessoas.
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Ativistas bloquearam neste domingo (15/09) entradas, incluindo a principal, do Salão do Automóvel de Frankfurt (IAA) num protesto contra o que chamaram de "destruidores do clima e do meio ambiente" produzidos pela indústria automobilística. Esse é o terceiro dia que o evento é alvo de manifestações.
Centenas de pessoas vestindo roupas de proteção brancas sentaram ou ficaram paradas em pé em frente a duas entradas do evento. Os manifestantes levavam cartazes com inscrições como "desapropriar montadoras" e "as ruas estão ocupadas chegou a hora de mudar o transporte". Alguns dos participantes circularam de bicicleta em volta do prédio da feira, causando também obstruções.
Segundo os organizadores do ato, os protestos visam interromper o IAA com bloqueios pacíficos. "Estamos assumindo uma posição clara contra o sistema de transporte destrutivo que é defendido pelo maior salão do automóvel do mundo", afirmaram.
Os manifestantes defendiam ainda a proibição de carros em cidades, o transporte público gratuito e criação de ciclovias. "Uma mudança real para um transporte ecológico não é compatível com os interesses econômicos do lobby da indústria automobilística", ressaltaram os organizadores do protesto.
De acordo com a polícia, os protestos foram pacíficos. Apenas algumas discussões entre manifestantes e visitantes da feira foram registradas. Os organizadores do Salão do Automóvel de Frankfurt pediram que os visitantes evitassem as entradas que foram bloqueadas.
Esse foi o terceiro dia de protestos no Salão do Automóvel de Frankfurt. Na abertura da feira para o público, no sábado, cerca de 25 mil pessoas, segundo os organizadores, participaram de uma manifestação para exigir que ao setor automobilístico assuma sua responsabilidade como indústria poluidora do meio ambiente. A polícia registrou, porém, 15 mil manifestantes.
Na quinta-feira, participantes do movimento ambientalista Fridays for Future e ativistas do Greenpeace promoveram um ato de protesto dentro da IAA no momento em que a chanceler federal alemã, Angela Merkel, visitava a feira. Manifestantes invadiram o estande da Volkswagen e subiram nos carros, portando cartazes com a inscrição "Klimakiller" (assassino do clima).
Montadoras apresentam os novos modelos no IAA, que foi aberto por Merkel. Durante a visita ao local, a líder alemã elogiou os esforços do setor para o desenvolvimento de tecnologias neutras em termos de emissões que causam o aquecimento global.
Ambientalistas, porém, criticam as montadoras pela demora de iniciar a transição da mobilidade eletrônica, por investirem cada vez mais em carros que consomem muito combustível, como as SUVs, e por se esquivarem das responsabilidades pela poluição do ar, especialmente devido emissões causadas por veículos movidos a diesel.
Sete efeitos surpreendentes das mudanças climáticas
Veja algumas consequências inesperadas das mudanças climáticas para a vida na Terra – de perturbações do sono à falta de violinos e o sexo das tartarugas.
Foto: picture-alliance/dpa
Cuidado: Boom de águas-vivas!
Embora haja uma combinação de fatores por trás das enxurradas de águas-vivas que chegam a paraísos de férias como a costa do Mediterrâneo, a mudança climática também é parcialmente responsável. Temperaturas do mar mais altas estão abrindo novas áreas para elas se reproduzirem, além de aumentar a disponibilidade de seu alimento favorito, o plâncton.
Foto: picture-alliance/dpa
A madeira perfeita está sumindo
Prezado pela qualidade sonora, um violino Stradivarius original pode valer milhões de dólares. Mas eventos climáticos extremos, como tempestades violentas, estão matando milhões de árvores e ameaçando a famosa floresta de Paneveggio, no norte da Itália. Replantar árvores não vai ajudar muito no curto prazo: um abeto precisa de pelo menos 150 anos antes de se transformar num violino.
Foto: Angelo van Schaik
Pode esquecer o sono
Em noites muito quentes, dorme-se mal, especialmente nas grandes cidades. Em 2050 as metrópoles europeias poderão ter temperaturas em média 3,5ºC mais altas no verão. Isso não só afeta o sono, mas também o humor, a produtividade e a saúde mental. A única forma de escapar é mudar-se para uma cidade menor, onde as noites são mais frescas, pois há menos prédios e mais vegetação.
Foto: picture-alliance/AP Photo/R.K. Singh
Coitado do nariz
Má notícia para quem sofre de alergia: o aquecimento global faz a primavera chegar mais cedo. Com um período sem geadas mais longo, as plantas têm mais tempo para crescer, florescer e produzir pólen. Portanto, o pólen espalha pelo ar muito mais cedo, o que amplia o tempo de sofrimento dos alérgicos. Será o século das máscaras antipoluição e alergias?
Foto: picture-alliance/dpa/K.-J. Hildenbrand
Bactérias e mosquitos
O calor não só faz suar, mas também afeta a saúde. No fim do século, três quartos da população mundial estarão expostos a ondas de calor mortais. O aumento das temperaturas implica mais doenças diarreicas, pois as bactérias se multiplicam melhor nos alimentos e água tépidos. O número de mosquitos provavelmente também vai aumentar, e com eles a propagação de doenças como a malária.
Foto: picture-alliance/dpa/T. Schulze
Casas estão ruindo
Os solos da região do Polo Norte estão descongelando cada vez mais nos meses de verão. As consequências são dramáticas em nível local e mundial. As temperaturas mais altas tornam os pisos instáveis, as casas e as estradas racham e há muito mais insetos. Além disso, se o permafrost derreter, libertará gases CO2 e metano que podem agravar o aquecimento global. Um círculo vicioso.
Foto: Getty Images/AFP/M. Antonov
O calor e o sexo das tartarugas
A temperatura influencia o sexo de várias espécies. Para as tartarugas marinhas, o calor da areia onde os ovos são incubados determina o sexo do filhote. Temperaturas baixas beneficiam os machos, enquanto fêmeas se desenvolvem melhor nas mais altas. Pesquisadores descobriram que mais de 99% das tartarugas recém-nascidas no norte da Austrália são fêmeas, o que dificulta a sobrevivência da espécie.