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Ativistas denunciam ataque químico na Síria

6 de setembro de 2016

Segundo relatórios, helicópteros do Exército sírio lançaram gás de cloro num bairro controlado por rebeldes em Aleppo. Dezenas de pessoas teriam apresentado sintomas de asfixia, estando algumas em estado grave.

Pacientes sendo tratados num hospital em Aleppo, na Síria, após ataque com gás de cloro
Pacientes sendo tratados num hospital em Aleppo após ataqueFoto: picture-alliance/AA/I. Ebu Leys

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos denunciou nesta terça-feira (06/09) que as forças do regime do presidente do país, Bashar al-Assad, lançaram um ataque com gás de cloro em um bairro da cidade de Aleppo. O ataque teria provocado sintomas de asfixia em dezenas de pessoas, entre elas crianças.

Ativistas sírios e fontes de hospitais da região disseram à agência de notícias Efe que os casos foram registrados em Al Sukari, onde soldados governamentais lançaram barris com o gás de cloro.

O ativista Mohammed Kahil explicou que helicópteros militares, cuja origem não soube precisar, lançaram barris de explosivos com gás contra esse distrito, controlado pelos rebeldes. Kahil afirmou que o número de pessoas afetadas por asfixia é superior a 100, "já que em um hospital foram internadas 80 e, em outro, 50". Dez pacientes estariam em estado crítico, incluindo uma mulher grávida.

O cirurgião Rami Klazi também não descartou que o número de casos de asfixia seja superior a 100. "Segundo o que me contaram meus colegas e ativistas, o bombardeio foi realizado com gás de cloro", apontou Klazi, que não reside em Aleppo, mas que mantém contato com médicos na cidade.

A Defesa Civil síria, um grupo de voluntários que realiza trabalhos de resgate em áreas sob controle opositor, divulgou um vídeo no qual é possível ver vários de seus membros limpando com mangueiras de água a pele e a roupa de vários afetados pelo ataque. Numa outra sequência, é possível ver como várias pessoas com sintomas de asfixia são atendidas num centro sanitário com máscaras de oxigênio.

O Observatório Sírio de Direitos Humanos, que citou fontes médicas, confirmou este suposto ataque com gás por parte das forças governamentais contra o distrito de Al Sukari e afirmou também que houve 60 pessoas com sintomas de asfixia.

Segundo um relatório de especialistas da ONU entregue em agosto ao Conselho de Segurança, o governo do presidente sírio, Bashar al-Assad, e os terroristas do grupo "Estado Islâmico" (EI) utilizam armas químicas na Síria desde 2013.

Nesse ano, o Executivo de Damasco aceitou a destruição de seu arsenal químico após vários supostos ataques, em respeito a uma resolução aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU, que estabelecia a possibilidade de impor sanções em caso de descumprimento.

No entanto, a Rússia, aliada de Assad, descartou a imposição de sanções à Síria na ONU pelo uso de armas químicas e considera que o relatório elaborado a respeito não deixa clara a responsabilidade do regime.

PV/efe/ap

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