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SociedadeItália

Ativistas em Roma tingem de preto água da Fontana di Trevi

21 de maio de 2023

Ambientalistas entraram na fonte barroca para protestar contra os investimentos em combustíveis fósseis e alertar contra as mudanças climáticas.

Manchas negras na água da Fontana di Trevi durante protesto, com turistas fotografando
Ambientalistas entraram na fonte e estenderam faixa protestando contra os combustíveis fósseisFoto: Giulia Marrazzo/ZUMAPRESS/picture alliance

Ambientalistas lançaram neste domingo (21/05) um líquido negro na água da Fontana di Trevi, um dos símbolos da cidade de Roma, e desfraldaram uma faixa exigindo o fim do investimento em combustíveis fósseis.

Sete ativistas participaram do protesto, despejando na água da fonte carvão líquido, mesmo produto usado em outras ações semelhantes na capital italiana, como na Fontana della Barcaccia, na Escadaria de Espanha, ou na Fontana dei Quattro Fiumi, de Gian Lorenzo Bernini, na Piazza Navona.

Os jovens entraram na água da fonte barroca para alertar que o "país está morrendo" devido à crise climática e apontaram como uma das suas consequências as inundações na região de Emilia-Romagna, no norte da Itália, que causaram 14 mortes e deixaram 36,6 mil pessoas desalojadas.

A polícia entrou na água para retirar os ativistas, enquanto turistas que visitavam o monumento reagiram à ação com insultos e também com humor.

"Agressões absurdas"

O prefeito de Roma, Roberto Gualtieri, escreveu um apelo nas redes sociais pelo fim das "agressões absurdas" ao patrimônio artístico da cidade, como a Fontana di Trevi, cujos trabalhos de restauração e limpeza foram concluídos em 2015, após um ano e meio de obras.

"Hoje, a Fontana di Trevi foi vandalizada. A sua recuperação será dispendiosa e complexa e esperamos que não haja danos permanentes. Convido os ativistas a debaterem sem colocar os monumentos em risco", argumentou Gualtieri.

O grupo "Ultima Generazione" (Última Geração) reivindicou a ação no seu perfil do Instagram e exigiu o "bloqueio dos subsídios públicos aos combustíveis fósseis e colocar o foco no colapso climático" que ameaça o planeta.

Esta não é a primeira vez os ativistas atacam o patrimônio com ações como esta na Itália

Em 1° de abril, eles derramaram tinta preta na histórica Fontana della Barcaccia, na Piazza di Spagna, também em Roma, construída entre 1626 e 1629.

Em 17 de março, dois jovens pintaram com tinta laranja o Palazzo Vecchio de Florença, sede da prefeitura da cidade, e foram detidos pelo próprio presidente da Câmara, Dario Nardella.

Até 60 mil euros de multa

Em novembro de 2022, ambientalistas atiraram sopa em um quadro de Van Gogh, em uma exposição temporária em Roma, e espalharam tinta na obra "O Dedo", de Maurizio Cattelan, em frente à Bolsa de Milão, bem como na escultura equestre de Vittorio Emanuele 2°, em frente à catedral da cidade.

Em resposta a tais ações, o governo italiano se comprometeu a adotar uma postura mais dura com os ativistas climáticos, impondo multas de até 60 mil euros e outras penalidades por vandalismo contra o patrimônio cultural.

Os protestos na Itália fazem parte de uma série de ações em toda a Europa para chamar a atenção para as mudanças climáticas. Em diferentes países do continente, os ativistas do grupo já jogaram sopa, bolo, purê de batatas e tinta lavável em locais históricos e culturais e obras de arte em museus.

md/gb (Lusa, DPA, AFP)

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