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Ativistas protestam em hotel de luxo em Berlim

13 de abril de 2023

Membros do grupo Extinction Rebellion ainda jogam óleo nas fachadas de dezenas de prédios na capital alemã, incluindo as sedes do Partido Liberal Democrático, Shell e Coca-Cola. Mais de 60 são detidos.

Fachada do Hotel Adlon, em Berlim, em meio a um protesto climático. Faixa estendida a partir de uma sacada diz, em inglês: "Não podemos sustentar os super-ricos"
"Não podemos sustentar os super-ricos", dizia uma faixa estendida a partir de uma sacadaFoto: Christoph Soeder/dpa/picture alliance

Ativistas climáticos do grupo Extinction Rebellion "ocuparam" nesta quinta-feira (13/04) a fachada do principal hotel de luxo de Berlim, o célebre Hotel Adlon. "Não podemos sustentar os super-ricos", dizia uma faixa estendida a partir de uma sacada.

Membros do grupo também acenderam bombas de fumaça e jogarem panfletos na avenida em frente ao prédio, localizado ao lado do Portão de Brandemburgo. Em frente ao hotel, dezenas de manifestantes entoaram frases como "Proteção climática não é crime".

A polícia interveio e encerrou o protesto em poucos minutos. De acordo com um porta-voz da polícia, quatro pessoas foram interpeladas.

Um porta-voz do hotel confirmou que os ativistas haviam reservado um quarto no Adlon para conseguir acesso ao local. A administração do hotel não informou se pretende prestar queixa.

Óleo em dezenas de prédios

Ainda no mesmo dia, membros do Extinction Rebellion e do grupo Letzte Generation (última geração) mancharam dezenas de prédios em Berlim com óleo.

Entre os alvos estavam a sede do diretório nacional do Partido Liberal Democrático (FDP, na sigla em alemão) e o escritório da Coca-Cola na Alemanha, localizado na avenida Stralauer Allee. Outros alvos incluíram uma sede da empresa farmacêutica Bayer, da petrolífera Shell e várias agências bancárias.

Segundo a polícia, 61 pessoas foram detidas em conexão com as ações contra os prédios.

Membros do Letzte Geneneration jogam óleo na sede do FDP em BerlimFoto: Jonas Gehring/imago images

Paralelemente, cerca de 200 ativistas organizaram uma manifestação na região central de Berlim.

Desde quarta-feira, o Extinction Rebellion também está organizando um acampamento climático no Invalidenpark, na região central da capital alemã. Várias dezenas de tendas e um palco para eventos foram instalados no parque. O acampamento vem sendo usado como base para a chamada "rebelião da primavera" dos ativistas climáticos, que deve durar até 17 de abril.

Reação dos partidos

O diretório do FDP de Berlim criticou duramente, em comunicado, o ato contra sua sede. "É inaceitável que os berlinenses sejam expostos a esse grupo criminoso todos os dias", comentou o secretário-geral Lars Lindemann.

Já o secretário-geral da conservadora União Democrata Cristã (CDU), Mario Czaja, alertou contra a radicalização dos ativistas. "O ataque difamatório à sede do FDP mostra o quanto o caos climático da autoproclamada 'última geração' está se tornando cada vez mais radical."

O partido A Esquerda, de oposição, por sua vez, elogiou os atos. "As ações atingem as pessoas certas, aquelas que, com sua política e sua ganância por lucros, pressionam subsistência da humanidade", disse o vice-presidente da sigla, Lorenz Gösta Beutin.

Histórico

Fundado em 2018 como um movimento descentralizado, o Extinction Rebellion ganhou proeminência no ano seguinte ao executar ações midiáticas de desobediência civil  para chamar atenção contra as mudanças climáticas. Em 2019, por exemplo, ativistas do movimento se acorrentaram à cerca da Chancelaria em Berlim com cadeados de bicicleta em volta do pescoço.

No mesmo ano, na Suíça, o grupo tingiu de verde um rio em Zurique. Ainda em 2019, ativistas ocuparam um shopping em Paris e bloquearam o acesso a uma estação de metrô em Londres. O grupo também mirou ações antiambientais do antigo governo Jair Bolsonaro, convocando em 2019 protestosem frente a embaixadas do Brasil no exterior.

jps (ots)

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