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Atletismo

22 de julho de 2011

Velocista sul-africano com próteses dotadas de tecnologia de ponta se classifica para o Mundial de Atletismo de Daegu, na Coreia do Sul, depois de conseguir na Justiça o direito de competir com a elite do atletismo.

Pistorius com próteses de alta tecnologia
Pistorius com próteses de alta tecnologiaFoto: picture-alliance/dpa

O sul-africano Oscar Pistorius alcançou um feito histórico. Amputado das duas pernas, ele será o primeiro homem com próteses a competir em um Campeonato Mundial de Atletismo, a ser realizado em Daegu, na Coreia do Sul, entre 27 de agosto e 4 de setembro próximos.

O homem de 24 anos classificou-se para o Mundial nas eliminatórias realizadas na Itália na última terça-feira (19/7). Correndo ao lado de atletas não deficientes, ele completou os 400 metros rasos em 45,07 segundos, ficando apenas 0,18 segundo abaixo do limite estipulado pela Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF, do inglês) para conseguir a classificação.

Pistorius considera o Mundial de Atletismo de 2011 apenas uma etapa. Em 2012, ele quer participar dos Jogos Olímpicos em Londres e, três semanas mais tarde, dos Jogos Paraolímpicos.

O "blade runner", como ficou conhecido, corre com a ajuda de duas próteses de fibra de carbono. Ele perdeu os membros inferiores aos 11 meses de idade, devido a uma doença congênita. A amputação das pernas foi feita do joelho para baixo.

O Mundial de Atletismo é apenas uma etapa. Ele almeja as Olimpíadas de 2012Foto: picture-alliance/dpa

Quatro vezes campeão paraolímpico

Aos 17 anos, Pistorius levou ouro na Paraolimpíada de 2004, em Atenas, na prova dos 200 metros rasos. Quatro anos mais tarde, em Pequim, ficou três vezes com o primeiro lugar: nas provas dos 100, 200 e 400 metros rasos.

O sul-africano já queria ter disputado os Jogos Olímpicos de 2008, mas a IAAF não permitiu que ele se candidatasse. Na época, a federação justificou que Pistorius levaria vantagem por causa das pernas mecânicas. Esta havia sido a conclusão de uma análise independente encomendada ao professor de Biomecânica Gert-Peter Brüggemann, da Escola Superior de Educação Física de Colônia.

Na época, a imprensa esportiva alemã polemizou o tema como "tecno-doping". Pistorius, por seu lado, defendeu-se com o argumento de que as perguntas haviam sido manipuladas para que o Instituto obtivesse as respostas almejadas.

Depois de entrar com uma ação, em maio de 2008, a Corte Arbitral do Esporte, que fica na cidade suíça de Lausanne, revogou a decisão da IAAF e Pistorius conseguiu a autorização para participar de torneios além dos paraolímpicos.

Em 2009, ele não conseguiu participar do Mundial em Berlim por causa de um acidente de barco.

Autores: Stefan Nestler / Bettina Riffel
Revisão: Roselaine Wandscheer

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