Atletas alemães acusam Merkel de preferência ao futebol
12 de agosto de 2018
Diversos medalhistas do Europeu de Atletismo lamentaram a ausência da chanceler federal no evento, realizado pela primeira vez em Berlim. "No entanto, ela viajou para o Rio no Mundial de 2014", reclamam medalhistas.
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A chanceler federal alemã, Angela Merkel, primou pela ausência no Campeonato Europeu de Atletismo, realizado em Berlim de 2 a 12 de agosto. A arremessadora de peso Christina Schwanitz, que ganhou a medalha de prata, criticou-a por não comparecer ao evento multiesportivo, apesar de ele ser praticamente na porta da casa dela.
"Eu me perguntei por que Merkel não esteve aqui. Ela é capaz de voar para o Rio de Janeiro e faltar ao trabalho por vários dias. Tudo gira em torno do futebol", comentou na emissora de TV ZDF a ex-campeã mundial, em referência a Merkel ter ido prestigiar a final da Copa do Mundo da Fifa em 2014. "Acho que é uma pena. E mostra bem que valor dão à gente."
O campeão europeu de decatlo, Arthur Abele, igualmente expressou insatisfação. A lançadora de disco Nadine Müller, que obteve prata neste sábado, disse ser "lamentável que apoiar o atletismo não esteja entre as prioridades da chefe de governo alemã": "Acho que a presença dela no estádio teria dado um impulso extra à gente."
A presidente da comissão de Esporte do Parlamento, Dagmar Freitag, também interveio: "Eu ainda lamento que a chanceler federal alemã ignore eventos importantes, com exceção do futebol. Especialmente quando um evento tão grande como o Campeonato Europeu esteja se realizando em Berlim."
Por sua vez, o presidente da Associação Alemã de Atletismo (DLV), Jürgen Kessing, defendeu a chefe de governo, argumentando que ela tem mais o que fazer, em vez de ir a eventos esportivos. Além disso, reforçou, "mesmo sem ela, a política esteve bem representada na competição", com diversos políticos de alto escalão na plateia, entre os quais o ministro do Exterior, Heiko Maas.
Romário, Arnold Schwarzenegger e Vitali Klitschko estão entre os exemplos mais famosos de atletas que se elegeram e assumiram cargos públicos após a aposentadoria.
Foto: Public Domain/Gerald R. Ford Library
Romário — de campeão mundial a senador
O ex-dono da camisa número 11 da seleção brasileira ajudou o Brasil a vencer a Copa de 94. Depois de Pelé e Ronaldo, é o terceiro maior artilheiro da seleção brasileira, tendo feito 55 gols com a camisa amarela. Em 2010, foi eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro e, em 2014, senador.
Foto: Getty Images/E.Sa
George Weah — de craque a presidente
Ele foi um dos maiores jogadores africanos, tendo sido eleito em outubro de 2017 presidente da Libéria, após ter perdido duas eleições seguidas para o cargo. Depois de uma carreira de sucesso no Monaco, ele jogou também no PSG e depois no Milan, tendo sido eleito melhor jogador do mundo pela Fifa em 1995.
Foto: Getty Images/C.Villa
Vitali Klitschko — prefeito de Kiev
Vitali Klitschko (esq.) lutou no ringue até depois dos 40 anos, mas já começou carreira política quando ainda dominava o boxe dos pesos pesados. Ele disputou a eleição pela prefeitura da capital da Ucrânia, Kiev, pela primeira vez em 2006, mas só ganhou o emprego em 2014. Seu alemão fluente foi útil quando o ministro alemão do Exterior, Sigmar Gabriel (dir.) visitou o país.
Foto: picture alliance/dpa/B. von Jutrczenka
Bebeto — deputado estadual no Rio
O companheiro de Romário no ataque da seleção campeã da Copa de 1994 também trocou o gramado pelos palanques. Ele foi eleito deputado estadual no Rio de Janeiro em 2010 e reeleito quatro anos depois.
Foto: picture-alliance/ dpa
Manny Pacquiao — possível sucessor de Duterte
Estrela de boxe da categoria peso meio-médio, Manny Pacquiao se tornou um fervoroso defensor do presidente filipino linha-dura Rodrigo Duterte após ter pendurado as luvas. Duterte disse mais de uma vez que espera que o ex-campeão o suceda como presidente. Pacquiao defendeu algumas das políticas mais controversas de Duterte, como sua guerra contra as drogas.
Foto: Getty Images/M.Dejeto
Pelé — rei do futebol que virou ministro
O mais famoso camisa 10 da seleção brasileira e do mundo foi ministro dos Esportes entre 1995 e 1998, durante o primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso. No período, conseguiu aprovar mudanças na Lei Zico, que passou a se chamar Lei Pelé e trouxe uma série de mudanças no contrato de jogadores profissionais de futebol.
Foto: AP
Arnold Schwarzenegger — governador da Califórnia
A maioria o conhece devido ao filme "O Exterminador do Futuro" ou como ex-governador da Califórnia. Mas Arnold Schwarzenegger fez carreira como fisiculturista. Aos 23 anos, se tornou o mais jovem Mr. Olympia da história. Foi eleito governador do estado americano em 2003, tendo obtido um segundo mandato em 2006.
Foto: picture-alliance/dpa
Bill Bradley — de campeão da NBA a senador
Ele foi campeão da NBA nas temporadas de 70 e 73, as únicas vencidas pelo seu time, o New York Knicks. Pelo Partido Democrata, foi senador pelo estado de Nova Jersey entre 1979 e 1997, tendo até mesmo disputado a nomeação de seu partido para candidato a presidência nas eleições de 2000, perdendo para o então vice-presidente, Al Gore.
Foto: Getty Images/P.Newcomb
Gerald Ford — do futebol universitário à presidência
A maioria se lembra dele como o vice-presidente que teve que assumir a chefia do governo dos EUA depois da renúncia de Richard Nixon. Mas Gerald R. Ford também foi titular da equipe de futebol americano da Universidade de Michigan nas temporadas de 1932 a 1934. Nas duas primeiras, seu time, o Wolverines, acabou invicto.