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Esporte

Atletas das duas Coreias se reúnem para Jogos de Inverno

25 de janeiro de 2018

Delegação feminina de hóquei no gelo da Coreia do Norte chega ao país vizinho para treinar com atletas locais. Pyongyang envia rara mensagem a "todos os coreanos" pedindo avanços para a unificação.

A delegação norte-coreana atravessa a fronteira com a Coreia do Sul
A delegação norte-coreana atravessa a fronteira com a Coreia do SulFoto: picture-alliance/Yonhap

Uma delegação de atletas norte-coreanas de hóquei no gelo chegou nesta quinta-feira (25/01) à Coreia do Sul para iniciar os treinamentos da equipe conjunta das duas Coreias que vai disputar os Jogos Olímpicos de Inverno de Pyeongchang.

O grupo de 12 jogadoras norte-coreanas chegou ao local de treinamento em Jincheon, a 90 quilômetros de Seul, ignorando as perguntas de um grande número de jornalistas que as aguardavam no local. Elas receberam as boas-vindas da treinadora canadense Sarah Murray e das novas colegas.

Leia também: Conflito é também choque de duas abordagens

Em acordo selado nas primeiras conversações entre Pyongyang e Seul após dois anos, ficou definido que atletas dos dois países vão marchar sob a mesma bandeira, da Península da Coreia, na cerimônia de abertura de 9 de fevereiro.

Também foi acordado que ambos teriam apenas uma equipe de hóquei feminino, com atletas de ambos os países competindo juntas, e que esquiadores do Norte e do Sul realizariam treinamentos conjuntos antes dos Jogos.

Park Chol Ho, o treinador norte-coreano que viajou a Jincheon com as atletas e outros dois membros da comissão técnica de hóquei, disse estar "muito contente" com a participação da equipe binacional nos Jogos de Inverno: 

"Espero que possamos obter bons resultados se unirmos nosso esforços [...] apesar de não termos muito tempo para treinar."

As jogadoras do Norte e do Sul vão treinar separadamente no início, uma vez que a técnica precisará de tempo para conhecer as atletas do país vizinho. Os treinos com o grupo todo deverão ocorrer em meados da próxima semana. Anteriormente, Murray havia dito que treinar as atletas do país vizinho seria uma "situação difícil".

O ministro sul-coreano do Exterior, Kang Kyung-wha, afirmou no Fórum Econômico Mundial em Davos que a formação da equipe conjunta é uma oportunidade para um  "engajamento pacífico", mas diz que a Coreia do Sul se preparou para "todos os cenários de contingência" em relação a possíveis ações provocativas por parte dos atletas do país vizinho durante os Jogos. "Precisamos tirar o melhor proveito disso", afirmou.

Pyongyang pede avanços para a unificação

A Coreia do Norte enviou nesta quinta-feira uma rara mensagem a "todos os coreanos daqui e do exterior" afirmando que os dois lados devem fazer avanços para uma futura unificação, sem a ajuda de países terceiros.

Todos os coreanos devem promover "contatos, viagens e a cooperação entre o Norte e a Coreia do Sul" e que Pyongyang vai "esmagar" todos os obstáculos à unificação da Península da Coreia, dizia a mensagem divulgada pela imprensa estatal norte-coreana.

As duas Coreias permanecem, tecnicamente, em guerra desde o conflito entre as duas partes (1950-1953), que terminou em armistício, ao invés de um tratado de paz. As tensões se agravaram dramaticamente no ano passado com os avanços promovidos pelo regime do ditador Kim Jong-un em seu programa nuclear, além da retórica agressiva que dominou as relações entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos.

As Coreias do Norte e do Sul participaram juntas de competições esportivas em apenas duas ocasiões: no campeonato mundial de tênis de mesa e no campeonato mundial de futebol para jovens, ambos em 1991. Esta será a primeira vez que os dois lados se unem disputar Jogos Olímpicos.

RC/rtr/ap

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