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Atos contra Dilma levam manifestantes às ruas

16 de agosto de 2015

Protestos convocados nas redes sociais começam a tomar ruas de mais de 200 cidades brasileiras para pedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Presença do líder do PSDB, Aécio Neves, segue incerta.

Manifestantes em Brasília
Foto: Getty Images/AFP/E. Sa

Protestos pedindo o impeachment da presidente Dilma Rousseff prometem tomar neste domingo (16/08) ruas de mais de 200 cidades no Brasil e até no exterior. Os atos foram convocados nas redes sociais por grupos como o Movimento Brasil Livre (MBL), Revoltados Online e Vem pra Rua.

No Facebook, até esta sexta-feira, quase 90 mil pessoas haviam confirmado participação. Outras 60 mil pessoas expressaram repúdio à convocação, confirmando "não vou" na conta do Facebook "Não me Representam", contrária ao impeachment.

A expectativa dos organizadores é que os atos reúnam mais participantes que os protestos anteriores, em abril e março. Em 15 de março, 2,4 milhões de pessoas foram às ruas de cidades em todo o Brasil em marchas contra o governo. Em 12 de abril, a adesão geral foi de cerca de 700 mil pessoas, segundo levantamento da Polícia Militar.

As lideranças do PSDB, maior partido da oposição, continuam divididas sobre o apoio ao impeachment. Por isso, a legenda não se posicionou oficialmente sobre o assunto. Entre as figuras de ponta do partido contrárias ao impeachment estão o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.

Já os líderes do PSDB na Câmara e no Senado, o deputado Carlos Sampaio e senador Cássio Cunha Lima, têm se pronunciado a favor da saída da presidente. Ambos são alinhados com o presidente do PSDB, Aécio Neves, que até esta sexta-feira não havia confirmado presença nas manifestações pela saída de Dilma.

Foto: Getty Images/AFP/E. Sa

Clima de incerteza

Artigo publicado nesta quarta-feira pelo New York Times sobre os escândalos de corrupção e a crise econômica brasileira cita os protestos agendados para domingo. O jornal americano afirma que a série de escândalos de corrupção cria o maior clima de incerteza política desde a redemocratização.

Na quinta-feira, Dilma voltou a defender a democracia e o respeito aos candidatos vitoriosos nas eleições, durante encontro com representantes de mais de 50 entidades da sociedade civil, incluindo sindicatos e movimentos sociais, que são contra o fim do mandato da presidente antes de 31 de dezembro de 2018. "A democracia é algo que temos que preservar custe o que custar", disse ela, ao lembrar o período em que esteve presa durante a ditadura militar.

Dilma disse que enfrentará o atual momento do país sem que haja retrocessos nas políticas sociais. "Não estou aqui para resolver todos esses problemas este ano. Estou aqui para resolver esses problemas e entregar um país muito melhor no dia 31 de dezembro de 2018."

Recorde de impopularidade

Pesquisas de opinião indicam que a popularidade de Dilma alcançou o pior nível já obtido por um presidente brasileiro desde 1990. Segundo sondagem do Instituto Datafolha divulgada quinta-feira da semana passada, 71% dos entrevistados classificam o atual governo como ruim ou péssimo, um aumento significativo em relação aos 65% de reprovação registrados na pesquisa anterior, de junho.

Apenas 8% dos entrevistados consideram o governo bom ou ótimo, 2 pontos percentuais a menos que o registrado na pesquisa anterior.

De acordo com o Datafolha, 66% dos entrevistados defendem que o Congresso Nacional abra um processo de impeachment da presidente, mas apenas 38% acreditam que Dilma será afastada do cargo.

MD/ebc/lusa

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