Para cientista política, manifestações bolsonaristas satisfazem o interesse de determinadas elites. Omissão das forças de segurança é grande diferença entre ataque em Brasília e invasão do Capitólio, diz.
Segundo Carolina Botelho,pesquisadora do Laboratório de Estudos Eleitorais, de Comunicação Política e Opinião Pública (Doxa/IESP) da UERJ e do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP, antes de o atual governo federal sob Luiz Inácio Lula da Silva ter que agir, medidas poderiam ter sido tomadas por forças policiais e pelo governo do Distrito Federal.
"A omissão ajudou. Você não responsabilizar essas forças levou a corporação a tomar atitudes cada vez mais políticas", afirma a cientista política. "Até sair [do país], Jair Bolsonaro comprovadamente estimulou os atos golpistas, até por meio da omissão."
Ela considera que tais atos foram orquestrados porque há o interesse de determinadas elites e que é preciso identificar quem os financiou. "Essas manifestações estão sendo financiadas e estimuladas para se manterem em pé. Toda essa confusão tem sido financiada, estimulada, organizada. É obvio que há uma parcela da população que acredita nisso, mas acredita porque tem sido estimulada no dia a dia a acreditar", afirma.
Sobre os paralelos com a invasão do Capitólio, empreendida por apoiadores do ex-presidente Donald Trump após a derrota do republicano nas eleições de 2020, Botelho afirma que a principal diferença é que, nos EUA, diferentemente do Brasil, não houve conivência das forças policiais e militares.
DW Brasil: Como analisar os atos ocorridos em Brasília neste domingo? Quais os efeitos políticos, tanto para o governo Lula quanto para a dita oposição, de Bolsonaro?
Carolina Botelho: Primeiro, precisamos entender que isso já era uma coisa anunciada. Só não se sabia quando. Não estávamos simplesmente com uma expectativa por conta de análise de cenário, porque, quem fosse visitar os grupos de redes sociais, se tivesse um mínimo de monitoramento, [via que] isso já estava sendo anunciado.
Dito isso, temos que entender quais são as forças que deveriam estar agindo para que se evitasse que um movimento desses eclodisse. Todas essas manifestações pró-golpe de Estado que têm acontecido com maior força desde as eleições têm uma motivação política e são instrumentalizadas por um grupo que queria ou Bolsonaro ou golpe de Estado para tirar Lula da jogada. Eles têm interesse nisso.
Essas manifestações estão sendo financiadas e estimuladas para se manterem em pé. Toda essa confusão tem sido financiada, estimulada, organizada. É obvio que há uma parcela da população que acredita nisso, mas acredita porque tem sido estimulada no dia a dia a acreditar. Não tem movimento contra isso pra dissipar, a ponto de fazer as pessoas voltarem para casa e falarem: "Daqui a quatro anos a gente decide". Isto tem que ser muito bem identificado: quem está financiando.
Foi um tiro no pé para o Bolsonaro e para o bolsonarismo, que se aproveita da figura do Bolsonaro. Porque agora deram todos os cartuchos na mão do governo federal para entrar de sola na situação. Se antes tinha um tipo de "constrangimento" para tomar as medidas de uma forma mais calma, com mais cuidado, com mais brios, agora não. Chegou a um nível tão emergencial que é necessária uma reação muito forte por parte das instituições. E o que aconteceu? Tiraram a segurança pública do Distrito Federal.
Mas aquela lista de quem está organizando, que por algum motivo pode ser cruzada com o inquérito das fake news, isso tem que vir à tona. A sociedade vai querer resposta, e as instituições vão dar respostas e dissipar essas manifestações
Foi um tiro no pé para quem quer que se valesse disso.
Para o governo Lula, acho que, desde a semana passada, da posse, eu brinquei com o meu colega [jornalista e pesquisador] Thomas Traumann falando que, naquele momento, o emprego mais difícil do mundo não era de ministro da Fazenda, era o do (ministro da Justiça) Flávio Dino [Traumann escreveu um livro chamado O pior emprego do mundo, sobre os ministros da Fazenda do Brasil]. Dino estava com a batata quente na mão – desde a posse do Lula, já deviam estar em suspensão atos desse tipo, que atrasaram uma semana e meia. O governo atual tem que mostrar uma reação rápida, uma reação mais forte que a dos golpistas, para colocar a situação em ordem.
É possível que a reação atrasada do atual Ministério da Justiça tenha sido calculada? Porque se presume que eles sabiam que isso estava sendo orquestrado.
Não sei, isso é tudo especulação, não temos como saber. O que sabemos é que o governo Lula certamente sabia, assim como o Dino. Quando iria acontecer não se sabe, mas se sabe que tinha ônibus indo para Brasília, isso todo mundo estava sabendo.
Quem seriam os órgãos que deveriam agir? A Polícia Rodoviária Federal (PRF) não estava vendo? O governo do Distrito Federal não estava vendo? Estava vendo.
Tem uma cadeia de poderes que não dependem também só do governo federal, do governo do Estado. No momento em que aconteceu isso, o presidente interferiu falando que a segurança pública não estava mais a cargo do Distrito Federal.
Há algumas semanas, o secretário de Segurança do DF (ex-ministro da Justiça de Bolsonaro), Anderson Torres, estava jantando enquanto golpistas tentavam jogar um ônibus do viaduto, e não fez nada.
Como o bolsonarismo mudou para sempre o Brasil
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A medida foi tomada dentro do que é responsabilidade do governo federal. Antes de essa medida ser tomada, há várias esferas de poder que deviam ter agido e não agiram. Houve uma reação bastante forte neste domingo, porque tirar a segurança de um governo em cadeia nacional não é uma reação fraca, é muito importante.
O que vai acontecer agora, como esses atores vão se organizar nesse campo? O Ibaneis Rocha (governador do DF) vai ficar assim? A gente não sabe. O fato é que o governo federal que entrou há pouco tempo já está tomando medidas importantes. Agora, essas pessoas estão ocupando Brasília há três meses. Estão na frente dos quartéis há quanto tempo?
Como você mesma disse, Lula decretou intervenção federal em Brasília em reação aos atos golpistas. Que consequências isso pode ter? Há expectativas de que haja mudanças na forma como as forças policiais vão agir?
Acho que é a expectativa. Acho que o que não vai acontecer é não fazer nada. Isso certamente só piora a situação e é o que tem sido feito até o momento. Essas forças só começaram a ter esse comportamento pró-golpe quando não fizeram nada.
A omissão ajudou isso. Você não responsabilizar essas forças levou a corporação a tomar atitudes cada vez mais políticas.
Não temos certeza do que vai acontecer, mas as polícias não deveriam largar o papel constitucional delas. Porque, se nada for feito, elas vão perder a legitimidade. E nos atos, [os manifestantes] vão cada vez mais tendo força para fazer o que quiserem, a despeito das eleições, da lei.
Há paralelos com a invasão do Capitólio, empreendida por apoiadores de Trump, nos Estados Unidos, em 2021. Até as datas são parecidas: 6/1 e 8/1. Mas no caso do Brasil, Bolsonaro foi para os EUA, e Lula já foi empossado. Quais são as diferenças e semelhanças entre os dois movimentos?
Bolsonaro não está se portando como um líder da oposição, mas como um líder de milícia. Até ele sair [do país], comprovadamente estimulou os atos golpistas, até por meio da omissão. Ele está em silêncio, mas não sabemos o que está fazendo no silêncio dele. Ele não é líder de uma oposição democrática, política, que vai organizar uma alternativa democrática contra o Lula. Ele está estimulando milícias.
Estamos fazendo o paralelo com os Estados Unidos porque é natural, mas temos que lembrar que, antes da invasão do Capitólio, a imprensa e a polícia estavam se organizando para barrar, eles sabiam exatamente o que ia acontecer. Quando se invadiu, já se sabia quem financiava, quem eram os líderes.
Aqui, temos um mapeamento, mas há alguns hiatos, porque o próprio governo anterior fez questão de criar obstáculos para o esclarecimento desses crimes e, aqui, grande parte da polícia é bolsonarista. Lá, os militares se recusaram a participar dos atos.
Aqui foi diferente. O que vimos no dia diplomação do Lula não foi isso. Essas pessoas estão na frente dos quartéis, acampadas com banheiro químico e toda a estrutura necessária. Com fake news correndo solta, com soldados ajudando. Como é possível?
Isso é muito diferente do que aconteceu nos EUA. Se a gente quiser fazer paralelo, fazemos do dia, mas aqui o processo é completamente diferente. Lá foi mapeado, investigado, e as pessoas foram presas. Aqui, estamos vendo militares ajudando.
E o que é possível ser feito a partir de agora para que isso não volte a ocorrer?
Essas coisas estão sendo financiadas porque há o interesse de determinadas elites, de grupos não satisfeitos com a vitória do Lula. Temos que entender por que não estão satisfeitas com a vitória do Lula e, uma vez identificadas, elas têm que ser punidas com rigor da lei. Temos leis, regras, Estado, mas tem que fazer valer.
O desafio agora é do Flávio Dino, que já entrou com uma batata quentíssima, porque ele está lidando com terrorismo. Tem terrorismo na sociedade e vinculado ao Estado. E tem terrorismo de empresário que está financiando o terrorismo. Temos lei para isso. Tem que fazer valer a lei.
O gabinete do novo governo Lula
Em seu terceiro mandato como presidente, petista conta com 37 ministérios, recorde de 11 ministras e novas pastas, como Igualdade Racial e Povos Indígenas.
Foto: picture alliance / ASSOCIATED PRESS
Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços - Geraldo Alckmin (PSB)
Alckmin comanda o Ministério da Indústria e Comércio, repetindo a fórmula de Lula de ter seu vice-presidente na equipe ministerial. Fundador do PSDB, Alckmin é médico e atua na política brasileira há 50 anos – já foi vereador, prefeito, deputado estadual e federal, vice-governador e governador de São Paulo. Na chapa de Lula, foi um símbolo de moderação para tentar atrair a centro-direita.
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Fazenda - Fernando Haddad (PT)
O Ministério da Fazenda, desmembrado do atual Ministério da Economia, foi assumido por Fernando Haddad, ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo. Além da experiência como gestor público, Haddad é mestre em economia, doutor em filosofia e professor do Departamento de Ciência Política da USP. É um potencial nome do PT para disputar o Planalto em 2026.
Foto: Diogo Zacarias
Relações Exteriores - Mauro Vieira
Mauro Vieira já comandou o Itamaraty no governo Dilma Rousseff, até o impeachment da presidente, e agora retoma a chefia da pasta de Relações Exteriores. Diplomata de carreira, Vieira foi embaixador do Brasil na Croácia, na Argentina e nos Estados Unidos. Também foi o representante do Brasil na Organização das Nações Unidas de 2016 a 2020.
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Defesa - José Múcio Monteiro
Foi ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais no governo Lula, de 2007 a 2009, quando foi nomeado ao Tribunal de Contas da União (TCU). Considerado um político conciliador, Múcio terá como desafio melhorar a relação entre o petista e os militares, que apoiaram em peso Bolsonaro. Sua escolha marca o retorno de um civil no comando da Defesa, o que não ocorria desde fevereiro de 2018.
Foto: Ton Molina/AP Photo/picture alliance
Justiça e Segurança Pública - Flávio Dino (PSB)
Ex-governador do Maranhão e senador eleito pelo estado, Flávio Dino comanda o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Dino foi um dos coordenadores do grupo técnico que discutiu esses temas no período da transição, e já exerceu os cargos de juiz federal, deputado federal e presidente da Embratur.
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Igualdade Racial - Anielle Franco
Anielle Franco comanda o novo Ministério da Igualdade Racial. Jornalista, escritora, educadora e ativista dos direitos das mulheres e da população negra, é irmã de Marielle Franco, ex-vereadora do Rio de Janeiro morta em 2018. No currículo, ela também traz a gestão do Instituto Marielle Franco e da Escola Marielles.
Foto: Bruno Lupion/DW
Direitos Humanos e Cidadania - Silvio Almeida
Advogado, professor e escritor, Silvio Almeida é um dos maiores especialistas em questões raciais no país. Ele é presidente do Instituto Luiz Gama, associação civil sem fins lucrativos formada por acadêmicos e militantes de movimentos sociais, com ênfase em raça, minorias e direitos humanos. Também é autor de uma série de livros e publicações, e integrou a equipe de transição de Lula.
Foto: Silvio Almeida
Educação - Camilo Santana (PT)
Ex-deputado, ex-governador e senador eleito pelo Ceará, Camilo Santana é o novo ministro da Educação – seu estado é considerado um modelo de políticas públicas do setor. Ele já foi também superintendente adjunto do Ibama e secretário do Desenvolvimento Agrário e das Cidades do Ceará. Camilo participou da equipe de transição de Lula como um dos coordenadores de Desenvolvimento Regional.
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
Portos e Aeroportos - Márcio França (PSB)
Bacharel em Direito, França começou na política em 1989, como vereador em São Vicente (SP). Foi prefeito da cidade por dois mandatos e eleito deputado federal em 2006 e 2010. Atuou como secretário estadual de Esporte, Lazer e Turismo e depois do Desenvolvimento. Foi vice-governador de 2015 a 2018 e comandou o governo paulista de 2018 a 2019, após a renúncia de Alckmin para concorrer à Presidência.
Foto: Marcos Corrêa/PR/Agência Brasil
Trabalho e Emprego - Luiz Marinho (PT)
Presidente do diretório estadual do PT em São Paulo, Luiz Marinho assume o Ministério do Trabalho, que já comandou de 2005 a 2007. Ele também já foi ministro da Previdência Social no segundo mandato de Lula, prefeito de São Bernardo do Campo, presidente da CUT e presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, no qual Lula se consagrou como líder sindical.
Primeira mulher a comandar o Ministério da Saúde, Nísia é doutora em Sociologia, mestre em Ciência Política e graduada em Ciências Sociais pela UERJ. Ela é presidente da Fiocruz desde 2017 e, antes disso, liderou projetos da instituição como a Casa de Oswaldo Cruz e o Museu da Vida e foi vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação. Ela atuou ainda na implementação da Rede SciELO Livros.
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Gestão e Inovação em Serviços Públicos - Esther Dweck
Dweck já foi assessora econômica e secretária de Orçamento Federal nos governos Dilma Rousseff. Ela é professora do Instituto de Economia da UFRJ e doutora em Economia da Indústria e da Tecnologia pela mesma instituição, especialista em crescimento e desenvolvimento. O novo ministério comandado por ela é fruto do desmembramento do Ministério da Economia.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Ciência, Tecnologia e Inovação - Luciana Santos (PCdoB)
Santos é engenheira e presidente nacional do PCdoB. Natural do Recife, ela foi deputada estadual e federal, prefeita de Olinda duas vezes e a primeira mulher a ocupar o cargo de vice-governadora de Pernambuco. A nova ministra da Ciência e Tecnologia também foi secretária estadual da mesma área no governo pernambucano.
Foto: EVARISTO SA / AFP
Desenvolvimento Social, Assistência, Família e Combate à Fome - Wellington Dias (PT)
Ex-governador do Piauí por quatro mandatos e senador eleito pelo estado pela segunda vez, o petista Wellington Dias se destacou durante o período mais crítico da pandemia da covid-19, como representante do fórum dos governadores na CPI da Pandemia. Dias é bancário, escritor e foi um dos articuladores da campanha de Lula.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Cultura - Margareth Menezes
A cantora baiana Margareth Menezes foi escolhida para liderar o Ministério da Cultura, que havia sido extinto no governo Bolsonaro. Margareth tem mais de dez álbuns na sua discografia, diversos prêmios e indicações ao Grammy e mais de 20 turnês internacionais. A cantora também fundou a ONG Fábrica Cultural, de combate ao trabalho infantil, exploração sexual e outras violações de direitos humanos.
Foto: Antonio/Agência Brasil
Mulheres - Aparecida Gonçalves
Especialista em gênero, Aparecida, ou Cida, foi secretária nacional de enfrentamento à violência contra as mulheres nos governos Lula e Dilma. Ela é consultora em políticas públicas para o combate à violência doméstica e assessora prefeituras e governos estaduais. Cida participou da fundação da Central dos Movimentos Populares, e integrou a equipe de transição de Lula.
Foto: José Cruz/Agência Brasil
Advocacia-Geral da União - Jorge Messias
Jorge Messias é procurador da Fazenda Nacional, carreira que integra a Advocacia-Geral da União (AGU). O futuro advogado-geral da União, cargo com status de ministro, já atuou nas áreas jurídicas dos ministérios da Casa Civil, Educação, Ciência e Tecnologia, e foi subchefe para Assuntos Jurídicos da Presidência no governo Dilma.
Foto: Ton Molina/Fotoarena/IMAGO
Controladoria-Geral da União - Vinicius Marques de Carvalho
Professor da Faculdade de Direito da USP, Carvalho presidiu o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) de 2012 a 2016. Antes, foi secretário de direito econômico do Ministério da Justiça no governo Dilma e chefe de gabinete do Secretário Especial de Direitos Humanos no governo Lula. Também foi Yale Greenberg World Fellow.
Foto: Ton Molina/Fotoarena/IMAGO
Relações Institucionais - Alexandre Padilha (PT)
O médico infectologista pela Unicamp e ex-deputado federal por São Paulo voltou ao cargo que já exerceu no primeiro governo Lula. Ministro da Saúde no governo Dilma de 2011 a 2014, implementou o Mais Médicos. Participou também da implantação dos programas Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida e Programa de Aceleração do Crescimento.
Foto: Aloisio Mauricio/Fotoarena/IMAGO
Secretaria-Geral da Presidência - Márcio Macêdo (PT)
Márcio Costa Macêdo é biólogo com experiência em gestão e meio ambiente. Foi secretário municipal de Participação Popular de Aracaju, superintendente do Ibama em Sergipe e secretário do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos de Sergipe. Macedo foi eleito deputado federal pelo estado em 2010, e também exerceu os cargos de presidente dos diretórios municipal de Aracaju e estadual de Sergipe do PT.
Foto: EVARISTO SA/AFP/Getty Images
Casa Civil - Rui Costa (PT)
Governador da Bahia de 2015 a 2022, Costa também já foi secretário de Estado da Casa Civil e secretário de Relações Institucionais da Bahia e vereador de Salvador. Graduado em Economia pela UFBA, o novo ministro é considerado um nome conciliador. Ele iniciou sua vida política no Sindicato dos Químicos e Petroleiros da Bahia e participou da fundação do PT no estado.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Meio Ambiente - Marina Silva (Rede)
Nascida em um seringal no Acre, Marina foi escolhida como ministra do Meio Ambiente, cargo que já exerceu de 2003 a 2008, período marcado por redução do desmatamento. Também já foi senadora e é deputada federal eleita por São Paulo. Marina deixou o PT em 2019 e disputou a eleição para presidente da República em 2010, 2014 e 2018. Depois de anos rompida com o PT, reaproximou-se de Lula neste ano.
Foto: CARLA CARNIEL/REUTERS
Planejamento e Orçamento - Simone Tebet (MDB)
Originária de uma família de produtores rurais no Mato Grosso do Sul, Tebet foi senadora pelo seu estado e terceira colocada na eleição para presidente deste ano. No segundo turno, integrou a frente ampla que apoiou Lula e fez campanha ao lado do petista. No Ministério do Planejamento e Orçamento, caberá a ela conduzir os debates sobre a reforma administrativa e as parcerias público-privadas.
Foto: Rodrigo Paiva/Getty Images
Pesca - André de Paula (PSD)
Deputado federal por Pernambuco por seis mandatos e próximo do presidente do PSD, Gilberto Kassab, André de Paula é advogado e começou sua carreira política do PDS, que apoiava o regime militar e depois virou o PFL. Já foi secretário de Produção Rural e Reforma Agrária e das Cidades de Pernambuco. Sua nomeação integra um acordo para que o PSD dê sustentação ao governo Lula no Congresso.
Foto: João C. Mazella/Fotoarena/IMAGO
Agricultura - Carlos Fávaro (PSD)
Senador pelo Mato Grosso, Fávaro foi coordenador da campanha de Lula no seu estado e um dos principais articuladores de Lula com o agronegócio. Produtor rural, ele foi presidente da Associação dos Produtores de Soja do Brasil e da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso. Foi um dos coordenadores da equipe de transição de Lula.
Foto: Ton Molina/Fotoarena/IMAGO
Previdência - Carlos Lupi (PDT)
Presidente nacional do PDT, Carlos Lupi já foi ministro do Trabalho e Emprego de 2007 a 2011, secretário de Transportes da prefeitura do Rio e deputado federal pelo Rio de Janeiro. Lupi assumiu o comando do seu partido em 2004, após a morte de Leonel Brizola. A recriação do Ministério da Previdência Social é resultado do desmembramento do Ministério da Economia.
Foto: Roberto Casimiro/Fotoarena/IMAGO
Transportes - Renan Filho (MDB)
Economista, Renan Calheiros Filho foi governador do Alagoas e é senador eleito pelo seu estado. Filho do senador Renan Calheiros, Renan Filho já foi prefeito de Murici e deputado federal pelo seu estado. Sua nomeação para o Ministério dos Transportes se insere em uma articulação para o MDB dar sustentação ao governo Lula no Congresso.
Foto: ANDRESSA ANHOLETE/AFP
Povos Indígenas - Sônia Guajajara (PSOL)
Deputada federal eleita pelo PSOL de São Paulo e coordenadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, Guajarara é reconhecida internacionalmente por seu trabalho de ativismo em defesa dos direitos dos povos indígenas e do meio ambiente. Ela comanda o novo Ministério dos Povos Indígenas e terá o desafio de recuperar as políticas do setor, enfraquecidas durante o governo Bolsonaro.
Foto: MIGUEL SCHINCARIOL/AFP via Getty Images
Esportes - Ana Moser
Ex-jogadora de vôlei e medalhista olímpica em 1996, Ana Moser fundou em 2001 uma entidade que utiliza o esporte como meio para fortalecer a formação de crianças e adolescentes de periferias, e participa do debate sobre políticas públicas de esporte e sua interação com aspectos sociais. Ela apoiou a campanha de Lula e integrou a sua equipe de transição.
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Turismo - Daniela do Waguinho (União)
A deputada federal Daniela do Waguinho é pedagoga, ex-professora de ensino fundamental e trabalhou nas secretarias de assistência social do Rio e de Belford Roxo. Ela é esposa do prefeito de Belford Roxo, Wagner dos Santos Carneiro, o Waguinho, muito popular na Baixada Fluminense e que apoiou a campanha de Lula.
Foto: Billy Boss/Câmara dos Deputados
Minas e Energia - Alexandre Silveira (PSD)
O senador Alexandre Silveira, de Minas Gerais, é advogado. No primeiro governo Lula, foi coordenador-geral de Infraestrutura Terrestre do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), por indicação do então vice-presidente José Alencar. Elegeu-se deputado federal duas vezes, e em 2014 foi eleito suplente do senador Antonio Anastasia, que deixou o cargo para virar ministro do TCU.
Foto: Roque de Sá/Agência Senado
Integração e Desenvolvimento Regional - Waldez Góes (PDT)
O governador do Amapá, Waldez Góes, será o ministro da Integração Nacional e Desenvolvimento Regional. Atualmente no PDT, mas a caminho do União Brasil, Góes terá sob o seu comando a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), um destino preferencial de emendas parlamentares e órgão cobiçado pelo Centrão.
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
Desenvolvimento Agrário - Paulo Teixeira (PT)
Deputado federal por São Paulo, reeleito para o quinto mandato consecutivo, Paulo Teixeira é advogado, foi líder do PT na Câmara e integrou a coordenação da campanha de Lula. Ele também foi secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano de São Paulo, de 2001 a 2004, na gestão de Marta Suplicy.
Foto: Elaine Menke/Camara do Deputados
Secretaria Especial de Comunicação Social - Paulo Pimenta (PT)
Deputado federal pelo Rio Grande do Sul eleito para o quarto mandato, Paulo Pimenta é o atual presidente do diretório do PT gaúcho. Formado em jornalismo, presidiu a Comissão Mista do Orçamento no governo Dilma Rousseff e a CPI do Tráfico de Armas. No novo governo Lula, a Secom do Palácio do Planalto terá status de ministério.
Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados
Comunicações - Juscelino Filho (União)
Deputado federal pelo Maranhão, Juscelino Filho é médico e vice-líder do União Brasil na Câmara. Ele é aliado do ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre (União-AP) e sua indicação integra acordo para que a legenda apoie o governo Lula no Congresso. Atual presidente do Conselho de Ética da Câmara, foi relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2021 e grande beneficiário das emendas de relator.
Foto: Pablo Valadares/Camara dos Deputados
Gabinete de Segurança Institucional - Marcos Antonio Amaro dos Santos
O general da reserva Marcos Antonio Amaro dos Santos tomou posse como ministro do GSI em maio de 2023. Antes disso, ele já havia comandado a pasta em 2015, no governo Dilma Rousseff. Amaro substituiu o general da reserva Gonçalves Dias, exonerado do cargo após divulgação de imagens do circuito interno do Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro, em que aparecia circulando entre os invasores.
Foto: Eliane Neves/Fotoarena/IMAGO
Cidades - Jader Filho (MDB)
Jader Filho é de um tradicional clã político do MDB do Pará, filho do senador Jader Barbalho e irmão do governador reeleito Helder Barbalho. É empresário de um conglomerado de comunicações de sua família e presidente do diretório do MDB no estado. A nomeação faz parte de acordo para seu partido apoiar Lula no Congresso.