Atriz diz que foi abusada durante anos por Marilyn Manson
1 de fevereiro de 2021
Evan Rachel Wood revela ter sido vítima de assédio e lavagem cerebral cometidos pelo cantor, com quem manteve um relacionamento de 2006 a 2010. Manson classifica alegações de "distorções horríveis da realidade".
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A atriz e ativista americana Eva Rachel Wood afirmou nesta segunda-feira (01/02), por meio de sua conta no Instagram, que foi abusada durante anos pelo cantor americano Marilyn Manson, com quem manteve um relacionamento de 2006 a 2010.
No passado, Wood já havia contado que foi vítima de abuso por parte de um ex-companheiro, mas sem citar nomes. Nesta segunda-feira, a atriz revelou que o abusador seria Manson. Quando começou a namorar o cantor, ela tinha 18 anos. O casal chegou a anunciar um noivado em 2010, mas o relacionamento terminou meses depois.
"O nome do meu abusador é Brian Warner, também conhecido mundialmente como Marilyn Manson. Ele começou a me assediar quando eu ainda era uma adolescente e abusou terrivelmente de mim por anos. Eu sofria lavagem cerebral e fui manipulada à submissão", afirmou a atriz em um post no Instagram, onde tem mais de 840 mil seguidores.
"Estou cansada de viver com medo da retaliação, difamação ou de chantagens. Estou aqui para expor esse homem perigoso e denunciar às indústrias que o permitem atuar, antes que ele arruíne mais vidas. Estou ao lado das muitas vítimas que não vão mais se silenciar", completou.
Depois da revelação, outras pessoas se uniram à atriz e também publicaram histórias de abusos cometidos por Manson. Wood compartilhou os relatos em seus stories no Instagram.
Até a publicação deste texto, Manson ainda não havia se pronunciado.
Wood tem 33 anos e é famosa no Brasil, entre outro papéis, por interpretar a personagem Dolores na série Westworld, da HBO. Já Manson tem 52 anos e é conhecido por sua personalidade excêntrica e por causar polêmicas com mensagens anticristo em suas canções.
Ativista dos direitos das mulheres
Há anos Wood é ativista pelos direitos das mulheres. Em 2019, o projeto Phoenix Act, criado por ela, virou lei na Califórnia, e vítimas de violência doméstica passaram a ter cinco anos para denunciar seus abusadores, em vez de três.
Antes de a lei ser sancionada, Wood depôs perante o Senado da Califórnia. Ela falou sobre a violência sofrida nas mãos de um ex-parceiro, mas não citou nomes. No depoimento, Wood disse que, por várias vezes, reuniu forças para sair do relacionamento abusivo, mas era chantageada com ameaças de suicídio.
"Em uma ocasião, voltei para tentar acalmar a situação, ele me encurralou no quarto e me pediu para eu ajoelhar. Em seguida, ele amarrou minhas mãos e pés. Quando eu estava dominada, ele me bateu e deu choques em partes sensíveis do meu corpo com um dispositivo de tortura chamado varinha violeta. Para ele, era uma forma de provar a minha lealdade. A dor era insuportável", disse a atriz na época.
De acordo com o jornal The Hollywood Reporter, em maio de 2018, meses após o movimento #MeToo ganhar as redes sociais e impactar a indústria do entretenimento de Hollywood, foi arquivado um relatório policial contra Manson que citava crimes sexuais não especificados.
A campanha #MeToo ("eu também", em inglês) surgiu em 2017 nos Estados Unidos para dar voz às vítimas de assédio e abuso sexual. Mulheres de todo o mundo foram incentivadas a denunciar seus abusadores usando a hashtag #MeToo.
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Manson: "Distorções da realidade"
Manson reagiu em sua conta no Instagram às alegações de Wood, classificando-as de "distorções horríveis da realidade".
"Obviamente minha arte e minha vida há muito tempo têm sido ímãs de controvérsia, mas essas recentes afirmações sobre mim são distorções horríveis da realidade", escreveu. "Minhas relações íntimas sempre foram inteiramente consensuais com parceiras que pensam da mesma maneira. Independentemente de como - e por quê - outros estão agora escolhendo deturpar o passado, esta é a verdade."
A gravadora de Manson, a Loma Vista Recordings, disse em comunicado que, após as "alegações perturbadoras", deixará de promover o álbum atual do artista e que decidiu não trabalhar com ele em projetos futuros.
le/ek (DW, AP, ots)
Os principais pontos da Declaração Universal dos Direitos Humanos
Proclamada em 1948, carta é válida para todos os Estados-membros das Nações Unidas. Mas ainda há um longo caminho até que o documento seja implementado para todos, em todo o mundo.
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Direitos iguais para todos (Artigo 1°)
"Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos." Em 10 de dezembro de 1948, a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou em Paris a Declaração Universal dos Direitos Humanos. O ideal é claro, mas continua muito distante de encontrar aplicação concreta.
Foto: Fotolia/deber73
Ter e viver seus direitos (Artigo 2°)
Todos os direitos e liberdades da Declaração se aplicam a todos, que podem invocá-los independente de "raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, fortuna, nascimento ou qualquer outra condição". No nível internacional, contudo, é quase impossível reivindicar esses direitos.
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Direito à vida e à liberdade (Artigos 3°, 4°,5°)
"Todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal." (3°) "Ninguém será mantido em escravidão ou servidão." (4°) "Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento cruel, desumano ou degradante" (5°).
Foto: Leon Neal/AFP/Getty Images
Igualdade perante a lei (Artigo 6° a 12)
Toda pessoa tem direito a um julgamento justo e à proteção da lei (6°, 8°, 10, 12). Todos são considerados inocentes até que a sua culpabilidade seja comprovada (11). "Todos são iguais perante a lei" (7°) e "Ninguém pode ser arbitrariamente preso, detido ou exilado" (9°).
Foto: fotolia
Ninguém é ilegal (Artigos 13, 14, 15)
"Todo indivíduo tem o direito de livremente circular e escolher o seu domicílio dentro de um Estado". "Todos têm o direito de deixar qualquer país" (13). "Toda pessoa sujeita a perseguição tem o direito de procurar asilo em outros países" (14). "Todo indivíduo tem o direito a ter uma nacionalidade" (15).
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Contra os casamentos forçados (Artigo 16)
Homens e mulheres têm direitos iguais antes, durante e depois do casamento. Um casamento "será válido somente com o livre e pleno consentimento dos futuros esposos". A família tem direito à proteção da sociedade e do Estado. Mais de 700 milhões de mulheres em todo o mundo vivem em um casamento forçado, afirma o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Foto: picture-alliance/dpa
Direito à propriedade (Artigo 17)
"Toda pessoa tem direito, individual ou coletivamente, à propriedade. Ninguém pode ser privado arbitrariamente de sua propriedade." Ainda assim, seres humanos são expulsos de suas terras em todo o mundo, por não terem documentos válidos – a fim de abrir caminho para o desenvolvimento urbano, a extração de matérias primas, a agricultura, ou para uma barragem de hidrelétrica, como no Brasil.
Foto: AP
Liberdade de opinião (Artigos 18, 19, 20)
"Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião" (18). "Todo indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão" (19). "Toda pessoa tem direito à liberdade de reunião e associação pacíficas" (20).
Foto: picture-alliance/dpa
Direito à participação (Artigos 21, 22)
"Todo indivíduo tem o direito de tomar parte no governo de seu país, diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos" (21). Há um "direito à segurança social" e garantia de direitos econômicos, sociais e culturais, "que são indispensáveis à dignidade" (22).
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Direito ao trabalho (Artigos 23 e 24)
"Toda pessoa tem direito ao trabalho". "Toda pessoa tem direito a igual remuneração por igual trabalho". "Toda pessoa que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória" e pode participar de um sindicato (23). "Toda pessoa tem direito ao lazer" (24).
Foto: picture-alliance/dpa
Uma vida digna (Artigo 25)
"Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e à sua família saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais necessários". "A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais." No mundo inteiro, mais de 2 bilhões estão subnutridos, mais de 800 milhões passam fome.
Foto: picture-alliance/dpa
Direito à educação (Artigo 26)
"Toda pessoa tem direito à educação". O ensino fundamental deve ser obrigatório e gratuito para todos. "A educação deve ser orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do respeito aos direitos humanos." Na prática, 750 milhões de pessoas no mundo são analfabetas, das quais 63% são mulheres e 14% são jovens entre 15 e 24 anos, afirma o relatório sobre educação da Unesco.
Foto: DW/H. Hashemi
Arte e ciência (Artigo 27)
"Toda pessoa tem direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar do progresso científico". Todos os "autores de obras de ciência, literatura ou arte" estão protegidos legalmente. Hoje, a distribuição digital de muitas obras é algo controverso. Muitos autores veem seus direitos autorais violados pela distribuição na internet.
Foto: AP
Direitos indivisíveis (Artigos 28, 29, 30)
"Toda pessoa tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos e liberdades possam ser plenamente realizados" (28). "Toda pessoa tem deveres para com a comunidade" (29). Nenhum Estado, grupo ou pessoa pode limitar os direitos humanos universais (30). Todos os Estados-membros da ONU assinaram a Declaração Universal dos Direitos Humanos.