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ATUALIDADE DA OBRA DE JÜRGEN HABERMAS

23 de outubro de 2004

A atualidade da obra de Jürgen Habermas, crise da Opel, comércio de armas, informática, Orgatec, racismo e o Diário de Helga Deen são os temas comentados esta semana por nossos leitores.

O filósofo alemão Jürgen HabermasFoto: AP

Não considero a obra de Jürgen Habermas de forma alguma ultrapassada. Pelo contrário, ao acompanharmos sua trajetória filosófica, percebemos que se trata de um autor que incorpora críticas e discussões em suas novas idéias. A obra Faticidade e Validade, de 1992, é um grande exemplo disso. Nela o filósofo passa a lidar com a categoria do Direito como essencial à discussão dos sempre atualizados problemas das sociedades modernas. Habermas consegue romper as limitações de seus antecessores e mostrar como a modernidade ainda está muito viva, precisando apenas repensar a si mesma. Nesse sentido, ainda desejamos o mesmo que antes: sermos uma comunidade de pessoas livres e iguais, autoras das normas que regulam suas vidas.
Guilherme Scotti

A teoria de Habermans sobre o Estado enquanto esfera pública e a ação comunicativa é mais que atual, no sentido que aponta para a direção da democracia e do consenso, que tem como elemento principal a linguagem, a comunicação e a formação de pensamentos sobre a realidade em que os sujeitos protagonistas de sua história são capazes de formular.
Enquanto a educação dos países pobres e conseqüentemente os profissionais que nela trabalham não se derem conta da importância desse teórico, considero quase impossível a transformação da situação de dominação a que estão submetidos. Sem voz, sem linguagem, sem comunicação não existe pensamento, e com isso não existe sociedade e cidadão emancipado.
Leandra

CRISE DA OPEL
Realmente, a crise da Opel deixa a economia da Alemanha abalada. É um caso muito sério. Eu acho que os dois grandes empregadores alemães poderiam se reunir ou, até mesmo, fechar um acordo para se juntarem até se estabelecer a situação. Nesse caso, eles poderiam formar uma só empresa e divulgar uma campanha para as vendas dos carros. Seria pelo menos uma tentiva das grandes operadoras de juntar forças para enfrentar a crise.
Jonathas

COMÉRCIO DE ARMAS
Não creio que a política consiga influenciar a venda de armas, qualquer que seja a sua modalidade. A história nos mostra que o poder monetário transcende todas as barreiras, transpõe todos os conceitos, e, principalmente, suborna tantos quantos homens ela puder encontrar em seu caminho.
Thales

PAPEL DA INFORMÁTICA NA MÚSICA
O papel da informática na música é como o papel da informática em tudo que diz respeito à modernidade: espetacular!! Já ouvi muito Chopin, Bach, Haendel, Liszt, Beethoven, Mozart e são muito bons, mas Pink Floyd, Genesis, Emerson, Lake and Palmer, Kraftwerk, Vangelis, Allan Parsons e Rick Wakeman dizem mais aos ouvidos da modernidade, inclusive porque também beberam naquelas fontes, incorporando-as, transformando-as, dando-lhes fluência e "sintetizando-as".
God save a new song! God save a new world!
Volnylson Almeida de Castro

A FEIRA DE MÓVEIS ORGATEC
Em resposta à pergunta "O ambiente do local de trabalho é assim tão importante quanto pretendem os organizadores da Orgatec?":
Quando se está "vivendo no local de trabalho", é preciso perguntar : trabalha-se para viver, ou vive-se para trabalhar ?
E cada um que encontre sua resposta...
Lyndon C. Storch Jr.

O DIÁRIO DE HELGA DEEN
Adorei o Diário de Anne Frank, que já reli muitas vezes em diversas fases da minha vida. Por influência dela, aos 11 anos, comecei um diário, que cultivo até hoje, quatro décadas depois. Já estou sonhando com o diário da Helga, embora ela tenha escrito apenas 21 páginas.
Regina Drummond

FESTIVAL INFLUÊNCIA NEGRA
Sim, acredito que, tanto quanto uma conferência, um festival com boa curadoria, como é o caso deste Black Atlantic, é capaz de trazer à tona preconceitos e, com isso, possibilitar através de debates a aquisição de novas posturas.
Parabéns pela iniciativa!
Rosa Campello

Um festival como esse dificilmente diminuirá atitudes racistas, até porque os racistas não o verão.
Annelise Dorothea Frigeri