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Aumenta pressão do "Estado Islâmico" sobre a estratégica Kobane

11 de outubro de 2014

Combates entre jihadistas e forças curdas se intensificam em cidade síria na fronteira com a Turquia. ONU teme massacre caso radicais assumam controle. EI também reforça ataques em al-Anbar, oeste do Iraque.

Foto: REUTERS/U. Bektas

O grupo radical "Estado Islâmico" (EI) reforçou neste sábado (11/10) sua ofensiva militar sobre a cidade síria de Kobane, na fronteira com a Turquia. De acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), os jihadistas realizaram pelo menos sete ataques durante a noite, os quais foram defendidos pelas forças curdas.

Segundo o Comando Central dos Estados Unidos, aviões da Força Aérea americana realizaram seis ataques na madrugada sobre posições dos rebeldes do EI próximas a Kobane – também chamada de Ayn al-Arab em árabe. O objetivo é impedir que os radicais tomem a cidade.

O OSDH informou ainda sobre dois ataques suicidas a bomba em uma unidade de segurança curda no sudoeste de Kobane. As fortes explosões foram ouvidas perto do centro da cidade. Os radicais, porém, não teriam conseguido atingir seus alvos, segundo informou a ONG. Além do avanço ao norte, onde tentam tomar o posto de fronteira, integrantes do EI tentam conquistar mais espaço em áreas já ocupadas no oeste e, sobretudo, no leste e no sul da cidade.

Militantes curdos que defendem a região afirmam que as forças de segurança estão desesperadas, com cada vez menos munição e pedem reforço dos ataques aéreos por parte das forças aliadas. Eles querem ainda que a vizinha Turquia abra as fronteiras permitindo a passagem de ajuda humanitária, armas e munição aos curdos, e que também participe dos ataques aéreos sobre os jihadistas.

Pelos cálculos do observatório, 40% de Kobane – que se tornou um símbolo da resistência do "Estado Islâmico – já estão nas mãos do grupo radical. As Nações Unidas temem um "massacre" caso os jihadistas tomem o controle completo da cidade.

Segundo a OSDH, desde o dia 16 de setembro, mais de 550 pessoas já morreram nos conflitos, sendo 300 jihadistas e 250 combatentes e civis curdos. Aproximadamente 70 cidades sírias caíram nas mãos do EI. Cerca de 300 mil pessoas fugiram, das quais 200 mil para a Turquia.

Combates em Kobane já causaram 550 mortes e levaram pelo menos 300 mil pessoas a deixar suas casasFoto: DW/K. Sheikho

Avanço do EI no Iraque

Enquanto a campanha aérea contra o EI na Síria entra em sua terceira semana, no Iraque ela entra em seu terceiro mês. Líderes militares de 21 países da coligação devem ser reunir na próxima terça-feira, em Washington, para avaliar suas estratégias.

Os jihadistas realizaram dois ataques sucessivos na estratégica província de al-Anbar, oeste do Iraque, segundo informou a mídia local. Enquanto os rebeldes radicais travam intensos combates com as forças aliadas no norte do Iraque, eles vêm avançando nesta província do oeste.

Os ataques ocorreram em meio à controvérsia sobre o pedido feito pelo conselho municipal nesta sexta-feira para que tropas internacionais sejam enviadas a al-Anbar, onde o EI vem ganhando espaço. O líder do partido xiita Sadiqun, Hassan Salim, rebateu os pedidos do conselho, declarando que os "grupos de resistência são capazes de defender o território".

Segundo o Instituto para Estudos sobre a Guerra, think tank baseada nos EUA, os jihadistas já controlam a maior parte dos 360 quilômetros que separam Qaim, perto da fronteira com a Síria, e Abu Ghraib, a apenas 40 quilômetros da capital Bagdá.

O presidente americano, Barack Obama, continua afirmando que os Estados Unidos não enviarão tropas terrestres ao Iraque, apesar das crescentes críticas de que os ataques aéreos dos aliados na região não estão sendo suficientes para conter o avanço do EI.

O Comando Central dos EUA informou que nesta madrugada de sexta-feira para sábado, forças aéreas americanas e holandesas realizaram três ataques sobre áreas ocupadas pelo EI próximas de Tal Afar, norte do Iraque. Além disso, os aviões despejaram sobre a cidade de Baiji suprimentos aos militares iraquianos, como água, alimentos e munição.

MSB/rtr/lusa/dpa/afp

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