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Aumenta tensão no Mar da China

27 de outubro de 2015

EUA enviam navio destróier ao Mar da China Meridional. Pequim considera manobra uma "ameaça à soberania". Washington alega que objetivo da medida é assegurar a livre navegação na região, disputada por diversos países.

Spratly Islands Inseln
Foto: Reuters/U.S. Navy

Os Estados Unidos enviaram nesta terça-feira (27/10) um navio de guerra às proximidades das ilhas construídas artificialmente no Mar da China Meridional, num território marítimo que é alvo de disputa internacional. Pequim considera a atitude americana uma ameaça à soberania chinesa.

O USS Lassen, um destróier que transporta mísseis teleguiados, navegou dentro do limite de 12 milhas náuticas – normalmente o limite territorial em relação a qualquer porção natural de terra – de ao menos uma das ilhas que os chineses consideram como parte das ilhas Spratly.

A iniciativa americana, que segundo Washington teve o objetivo de assegurar a livre navegação no Mar da China Meridional, complicou a disputa sobre o território estratégico, onde Pequim transforma cadeias de corais e formações rochosas em ilhas artificiais, com potenciais fins militares.

Os chineses reivindicam a soberania sobre quase a totalidade do território, o que agrava os temores de que o país poderia futuramente tentar controlar o intenso tráfego das rotas marítimas da região.

Um terço da produção mundial de petróleo é transportado através do Mar da China Meridional. Especula-se que possa haver também grandes reservas de petróleo e gás no território em disputa.

Diversos países da região como Taiwan, Vietnã, Brunei, Malásia e Filipinas – aliados dos Estados Unidos – também reclamam soberania sobre o local. A Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) reivindica que a China estabeleca um código de conduta na região, em razão da disputa.

"Operações de rotina"

Autoridades americanas afirmam que a manobra foi parte de "operações de rotina no Mar da China Meridional, em acordo com as leis internacionais", e afirmam que forças americanas operam diariamente na região da Ásia-Pacífico, inclusive no Mar da China Meridional.

Washington diz que as operações não eram dirigidas especificamente a nenhum país. Os americanos entendem que estas não seriam águas territoriais, uma vez que os corais que ali se localizam estariam abaixo do nível do mar,

O ministro chinês do Exterior, Lu Kang, denunciou que o navio americano "entrou ilegalmente" nas águas próximas às ilhas "sem receber permissão do governo chinês".

Pequim irá "se opor com veemência a qualquer país que use a liberdade de navegação e sobrevoo como pretexto para ferir a soberania nacional e os interesses de segurança da China", afirmou Lu Kang, acrescentando que o país irá "defender com convicção a soberania de seu território".

Pequim sustenta que a construção das ilhas seria para uso civil. O presidente chinês, Xi Jinping, assegurou, durante visita a Washington, no mês passado, que seu país não irá militarizar a região.

Entretanto, imagens de satélite divulgadas pelo Centro para Estudos Estratégicos e Internacionais, com sede em Washington, mostram instalações com potencial militar sendo desenvolvidas no local, que conta com três pistas de pouso e decolagem, ao menos uma delas com três mil metros de comprimento.

RC/afp/dpa

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