Vários funcionários do governo e pessoas próximas ao presidente Trump estão contaminadas pelo coronavírus. Evento no jardim Rose Garden pode ter sido início da onda de contágios.
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O governo dos Estados Unidos lida com um surto de coronavírus dentro da Casa Branca, onde três funcionários do Departamento de Imprensa tiveram infecções de covid-19 confirmadas nesta segunda-feira (05/10).
Os três integram um grupo de ao menos 12 pessoas próximas ao presidente Donald Trump que foram contaminadas nos últimos dias, além do próprio mandatário. O presidente passou o fim de semana internado no hospital Walter Reed para tratar da doença, antes de retornar à Casa Branca na noite desta segunda feira, apesar de ainda estar com o vírus.
No mesmo dia, a porta-voz e secretária de imprensa Kayleigh McEnany anunciou que havia testado positivo para covid-19 e que iria adotar regime de quarentena, mas mantendo suas funções.
Pouco depois, as emissoras ABC News e CNN informaram que Chad Gilmartin, funcionário do Departamento de Imprensa da Casa Branca, também estava com o vírus. A Bloomberg News reportou que a assistente de comunicações Karoline Leavitt e outros funcionários de nível intermediário também estavam infectados.
Além de Trump e da primeira-dama, Melania Trump, também estão infectados o assistente Nicholas Luna, as assessoras Kellyanne Conway e Hope Hicks, o gerente de campanha de Trump, Bill Stepien, a presidente do Comitê Nacional do Partido Republicano, Ronna McDaniel e o ex-governador de Nova Jersey Chris Christie.
Todos revelaram a infecção pouco depois do anúncio da doença do presidente. Vários estiveram estarem presentes a uma cerimônia no jardim Rose Garden, na Casa Branca, em que Trump anunciou a indicação da juíza Amy Coney Barrett para a Suprema Corte dos EUA. O evento, em 26 de setembro, pode ter sido o marco zero do surto de covid-19 na cúpula do governo americano.
Nesse mesmo evento estiveram também outras pessoas que mais tarde testaram positivo. Entre elas estão os senadores republicanos Ron Johnson, Thom Tilis e Mike Lee, e o presidente da Universidade católica Notre Dame, reverendo John Jenkins.
Com o retorno de Trump à Casa Branca depois de três dias hospitalizado, o porta-voz Judd Deere assegurou que "todas as precauções necessárias estão sendo tomadas" para proteger a família do presidente e os funcionários. O acesso direto ao chefe de Estado será bastante restrito e os que se aproximarem dele devem usar trajes de proteção.
Entretanto, segundo a agência de notícias Associated Press (AP), o clima entre os funcionários da Casa Branca é de preocupação. Grande parte deles teme a exposição ao vírus e se queixa de falta de informações sobre o surto interno. Muitos souberam da infecção do presidente pelo coronavírus apenas através da imprensa.
Somente no domingo à noite a administração da Casa Branca enviou um informe aos funcionários – quase três dias após o diagnóstico de Trump. Ainda assim, o texto não admitia a ocorrência de um surto no complexo presidencial. "Se vocês sentirem quaisquer sintomas [...], por favor, fiquem em casa e não venham para o trabalho", dizia o texto.
Segundo a AP, diversos funcionários expressaram preocupação com o menosprezo ao uso de máscaras e ao distanciamento social na Casa Branca.
O Serviço Secreto, que faz a segurança do presidente, se recusou a informar a quantidade de funcionários que testaram positivo ou foram colocados em quarentena, alegando razões de segurança e privacidade. Uma porta-voz do serviço disse que todas as precauções estão sendo tomadas para proteger funcionários, familiares e o público em geral.
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Dúvidas em relação às audiências para a Suprema Corte
O coronavírus atingiu também ao menos três senadores republicanos, sendo estes Mike Lee, Ron Jonson e Tom Tills, o que pode trazer complicações à tentativa do presidente de acelerar o processo da aprovação da juíza Barret. Trump e os republicanos planejam confirmá-la na Suprema Corte antes das eleições presidenciais, marcadas para o dia 3 de novembro.
Os três senadores infectados com o vírus estavam presentes na cerimônia na Casa Branca. Lee e Tills são membros do Comitê do Judiciário do Senado – responsável pelo processo de confirmação dos indicados para a Suprema Corte – mas estão incapacitados de comparecer às audiências da confirmação da juíza, que deveriam ser iniciadas nos próximos dias.
Os democratas exigem o adiamento do processo alegando questões de segurança para os senadores e funcionários da casa. As regras do Senado exigem a presença física dos participantes para que estejam aptos a votar.
Mas, o líder do Comitê do Judiciário e aliado de Trump, senador Lindsey Graham, prometeu avançar com as audiências e até modificar as regras da casa para permitir o voto de senadores em quarentena, de modo a garantir a aprovação da nomeação, uma vez que os republicanos formam a maioria no Senado. As audiências devem começar no dia 12 de outubro.
RC/ap/rtr
Celebridades e políticos que testaram positivo para covid-19
Várias estrelas de cinema contraíram o coronavírus. A doença varreu a elite política global e afetou também os melhores atletas.
Foto: Joshua Roberts/Reuters
Emmanuel Macron
O presidente da França foi diagnosticado com o coronavírus dias depois de uma cúpula dos líderes da União Europeia, o que levou várias autoridades do bloco a adotarem o isolamento. Nos dias que antecederam o resultado, ele se reuniu também com lideranças políticas da França e membros de seu gabinete. Seus assessores disseram que ele mantém estilo de vida saudável e se exercita regularmente.
Foto: Lewis Joly/AP Photo/picture alliance
Donald Trump
Após menosprezar a doença durante meses, o presidente dos Estados Unidos confirmou que ele e a primeira-dama, Melania Trump, estavam infectados com o coronavírus em plena reta final de sua campanha à reeleição. Trump raramente aparecia em público usando máscaras de proteção e ignorou em diversas ocasiões os alertas das autoridades de saúde.
Foto: picture-alliance/CNP/A. Drago
Andrzej Duda
O presidente da Polônia, Andrzej Duda, testou positivo para o coronavírus, anunciou um porta-voz no dia 24 de outubro. Dias antes, ele esteve em um fórum de investimento na Estônia, onde se encontrou com o presidente búlgaro, Rumen Radev, que entrou em isolamento profilático depois de ter contato com alguém infectado em seu país de origem. No entanto, não foi confirmado como Duda se contaminou.
Foto: Photoshot/picture-alliance
Andrea Bocelli
O tenor italiano Andrea Bocelli testou positivo para o novo coronavírus em março. Ele relatou que teve apenas febre leve, e no mês seguinte, já fez uma apresentação na Catedral de Milão, vazia devido às regras de restrição.
Foto: Getty Images/S.Legato
Robert Pattinson
O ator, de 34 anos, mais conhecido por estrelar como o vampiro Edward Cullen na saga cinematográfica "Twilight", testou positivo para covid-19, obrigando a produção de "The Batman" a uma pausa apenas três dias depois de ter retomado trabalhos. Pattinson, que também foi Cedric Diggory na adaptação cinematográfica de "Harry Potter e o cálice de fogo", sucede Ben Affleck como o Homem Morcego.
Foto: picture-alliance/dpa/Sputnik/E. Chesnokova
Dwayne 'The Rock' Johnson
O lutador que virou estrela de cinema se tornou uma das mais recentes celebridades a contraírem covid-19. Em um vídeo no Instagram, Johnson revelou que ele, sua esposa e duas filhas testaram positivo — acrescentando que ele teve "uma experiência difícil" com os sintomas. Ele também pediu às pessoas que parem de "politizar" a pandemia e "usem máscara".
Foto: picture-alliance/AP Photo/R. Shotwell
Neymar
O craque brasileiro é um dos três jogadores do PSG a contraírem o vírus, informou a agência de notícias AFP em 2 de setembro. Acredita-se que o surto no clube esteja relacionado a uma viagem de férias que o time fez à ilha espanhola de Ibiza. Posteriormente, Neymar postou uma foto no Instagram com seu filho, que também supostamente testou positivo: "Obrigado pelas mensagens. Estamos todos bem".
Foto: Getty Images/AFP/D. Ramos
Silvio Berlusconi
O ex-premiê italiano de 83 anos testou positivo para o vírus e estaria assintomático, segundo anúncio de seu médico em 2 de setembro. Dois dos filhos de Berlusconi e sua namorada de 30 anos também testaram positivo. O ex-premiê testou positivo depois de passar férias na costa da Sardenha, onde os ricos e famosos da Itália costumam desdenhar das políticas de restrição.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Vojinovic
Usain Bolt
A lenda do atletismo Usain Bolt testou positivo poucos dias depois de realizar uma festa para comemorar seu 34º aniversário no final de agosto. O detentor do recorde para os 100 e 200 metros rasos disse que entrou em quarentena, mas que não estava exibindo sintomas. Vídeos da festa de aniversário ao ar livre de Bolt mostraram convidados sem máscaras durante a celebração.
Foto: Reuters/M. Childs
Antonio Banderas
O ator espanhol teve uma surpresa indesejável em seu 60º aniversário em meados de agosto, depois de um teste positivo para o coronavírus. Banderas disse que passou seu aniversário isolado e que estava "mais cansado do que de costume", mas "esperando se recuperar o mais rápido possível".
Foto: picture-alliance/Captital Pictures
Jair Bolsonaro
O presidente brasileiro, que repetidamente minimizou a gravidade da pandemia, contraiu o vírus em julho. Ele foi criticado por ignorar as medidas de segurança recomendadas por especialistas em saúde antes e depois de seu diagnóstico, incluindo apertar as mãos e abraçar apoiadores na multidão. Sua mulher, Michelle, e os filhos Jair Renan e Flávio também testaram positivo.
Foto: picture-alliance/dpa/E. Peres
Tom Hanks
O ator Tom Hanks e sua mulher, a atriz e cantora Rita Wilson, foram algumas das primeiras celebridades a anunciar que contraíram o vírus. O casal testou positivo para a covid-19 em meados de março, quando estava na Austrália. Depois de se recuperar e retornar aos Estados Unidos, Hanks defendeu que as pessoas façam sua parte para retardar a propagação da doença.
Foto: picture-alliance/AP/Invision/J. Strauss
Sophie Gregoire Trudeau
Sophie Gregoire Trudeau, mulher do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, testou positivo para coronavírus depois de retornar do Reino Unido em meados de março. O marido dela anunciou ter se isolado na residência oficial, mesmo sem apresentar sintomas da enfermidade.
Foto: Reuters/P. Doyle
Boris Johnson
No final de março, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, contraiu o coronavírus que o levou ao hospital por vários dias. Johnson passou uma semana em um hospital em Londres e três noites na UTI, onde recebeu oxigênio e foi observado 24 horas por dia. Ele teve alta em meados de abril, e os funcionários do hospital receberam o crédito de ter salvado sua vida.
Foto: picture-alliance/AP Photo/S. Dawson
Ambrose Dlamini
O primeiro-ministro de Essuatíni (antiga Suazilândia), Ambrose Dlamini, contraiu o coronavírus e morreu em decorrência da covid-19, em dezembro de 2020. Ele tinha 52 anos e chegou a ser internado em um hospital da África do Sul, mas não resistiu.
Foto: RODGER BOSCH/AFP
Hamilton Mourão
O vice-presidente, Hamilton Mourão, anunciou no final de dezembro de 2020 que havia testado positivo para a covid-19. Ele ficou 12 dias em isolamento no Palácio do Jaburu, em Brasília. Antes de receber o diagnóstico, o vice-presidente teve dor no corpo, dor de cabeça e febre que não passou de 38 graus. Em março de 2021, ele recebeu a primeira dose da Coronavac.
Foto: Sergio Lima/AFP
Larry King
O lendário apresentador de TV americano Larry King morreu em janeiro de 2021, em decorrência da covid-19. Ele tinha 87 anos e comandava um tradicional programa de entrevistas na CNN há mais de duas décadas.
Foto: Radovan Stoklasa/REUTERS
Alberto Fernández
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, de 62 anos, anunciou no começo de abril de 2021 que contraiu o coronavírus. Segundo a Unidade Médica Presidencial, ele não teve sintomas, graças à imunização pela vacina russa Sputnik V, recebida dois meses antes.