Governo Lula terá 37 pastas, 14 a mais que gestão Bolsonaro. Para especialistas, porém, mais ministérios não implica em mais custos - e questão tem muito mais a ver com a eficiência do uso dos recursos públicos.
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Com 37 pastas, 14 a mais do que na gestão anterior, a configuração ministerial do novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se tornou alvo de críticos, que apontam um suposto aumento de gastos com a máquina pública. Ex-ministro da Casa Civil do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o senador Ciro Nogueira (PP-PI) afirmou, em uma série de tuítes, que o incremento de salários dos novos ministros poderia impactar em até R$ 2 bilhões as despesas públicas. Já Rui Costa (PT), sucessor de Nogueira na Casa Civil, disse que a reestruturação, com transformações de secretarias em ministérios, como foi o caso do Planejamento, é apenas formal, sem inchaço de servidores ou novos gastos.
De acordo com especialistas em administração pública e gastos governamentais ouvidos pela DW Brasil, a discussão vai muito além de uma simples conta de padaria. Encargos e salários de cargos que antes eram de secretários e foram elevados a status de ministros, por exemplo, terão incremento. Mas, segundo os economistas, essa diferença é muito pequena. O que importa, segundo eles, é como será a eficiência da administração pública.
"Dividir em mais ministérios não significa perda nem ganho de eficiência", explica o especialista em contas públicas e consultor Murilo Viana. Ele lembra que, no início do governo Bolsonaro, quando se criou a figura do superministério da Economia, a subordinação de pastas como Planejamento e Fazenda e a centralização excessiva dificultou a execução de diversas políticas econômicas.
"Ao mesmo tempo, fragmentar demais também pode tornar a gestão confusa, porque mais de um ministério vai tratar de um ou mais temas correlatos, o que pode gerar uma espécie de choque", complementa Viana.
Ferramenta de governança
Comparado com países da Europa ou da América do Norte, o número de 37 ministérios soa exagerado. Nos Estados Unidos, são 15 departamentos, que têm status de ministérios, e oito pastas com status de gabinete. Na Alemanha, o atual governo do chanceler federal Olaf Scholz tem 18 ministérios.
Esses países, no entanto, têm sistemas e tipos de governo diferentes do presidencialismo de coalização da política brasileira, que visa acomodar o apoio de diferentes partidos em cargos ministeriais. No caso do governo Lula, o amplo espectro partidário se reflete na Esplanada, com acomodações que vão desde a esquerda, com partidos como o PCdoB no Ministério da Ciência e Tecnologia, até o União Brasil, de direita e formado pela fusão de PL e DEM, no Turismo e nas Comunicações.
De acordo com a professora e pesquisadora em administração pública e governo da Fundação Getulio Vargas (FGV) Gabriela Spanghero Lotta, a distribuição de cargos é central para conseguir apoio no Congresso e aumentar a base partidária. Ela ressalta que os governos Bolsonaro e Lula têm operações, nesse mecanismo, bastante distintas.
"O governo Bolsonaro começou a gestão tentando não construir coalizões. Sua base de apoio era pequena, ele não tinha agendas claras prioritárias (além do desmantelamento) e governou os primeiros dois anos sem fazer muitas coisas. Quando o governo começou a sofrer mais críticas e ameaças de impeachment, o presidente teve que buscar apoio no Congresso e o fez por meio do orçamento secreto, aumentando a distribuição de recursos orçamentários para congressistas em troca de apoio", diz Spanghero Lotta, que acrescenta que o orçamento secreto, que foi recentemente considerado inconstitucional pelo STF, comprometeu, com a dependência do Legislativo, a transparência do governo e a capacidade de proposição de agendas
Para ela, a estratégia do governo Lula é a cessão de cargos para a construção das coalizações. "Claramente, Lula fez uma composição ministerial que permite a ele tanto garantir maior governabilidade quanto priorizar temas e públicos que o elegeram. Isso explica, em parte, o aumento no número de ministérios. Mas isso não gerará automaticamente aumento de gastos, tudo depende da coordenação e da capacidade de ter eficiência", explica a pesquisadora da FGV.
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Orçamento engessado
Vale lembrar que os gastos federais a cada ano, no Brasil, são regulados pela Lei Orçamentária Anual (LOA), aprovada pelo Congresso no ano anterior. Para a execução de 2023, a LOA foi votada durante o governo Bolsonaro, mas contou com articulação da equipe de Lula para a aprovação. Há diferenças entre os valores aprovados e os que são executados durante a vigência, mas distorções podem gerar mais despesas e déficit, o que causa desgaste na aprovação do Orçamento do ano seguinte.
Para este ano, o Orçamento prevê R$ 369,4 bilhões para gastos com pessoal e encargos sociais em todos os Poderes, com o Executivo correspondendo a 75,5% desses valores. É um aumento de 8,3% ao que foi autorizado para o ano passado, R$ 343,7 bilhões. O número para 2023, no entanto, é próximo ao autorizado para 2021, R$ 363,6 bilhões. Além disso, atualmente, essas despesas correspondem a 3,5% do PIB, mesmo percentual da LOA de 2022 e o mais baixo em 22 anos.
Para o professor do programa de pós-graduação em Administração da Unicamp e especialista em gasto público Johan Hendrik Poker Júnior, a destinação livre do orçamento público fica hoje apenas por volta de 8% do total – percentual que estava destinado ao orçamento secreto. "O resto já tem destinação por lei. Se alguém quiser aumentar o gasto não dá, porque a arrecadação não vai aumentar e ele não tem como sair da peça orçamentária que foi aprovada", ressalta Hendrik.
Ele lembra que os primeiros governos de Lula, mesmo com mais de 30 ministérios, sempre tiveram um gasto menor proporcionalmente ao PIB do que as gestões que o sucederam. Segundo Nota Técnica Conjunta Nº 5/2022, sobre a LOA de 2023, "despesas primárias com pessoal e encargos sociais passaram de 3,8% do PIB em 2014 para 4,3% do PIB em 2017, mantendo-se próximo a esse nível até 2020".
Segundo Hendrik, essa comparação entre número de ministérios e o de gastos públicos acabou se tornando refém de um discurso eleitoral na campanha de 2018. "Isso foi usado mais como uma espécie de rotulação que foi dada ao governo Dilma pela campanha de Bolsonaro, pra dizer que número de ministérios é volume de gastos, mas não funciona desse jeito, porque não é uma estrutura que é flexível", acrescenta.
Para Spanghero Lotta, da FGV, tampouco deve haver um aumento expressivo de cargos comissionados – ou mesmo a realização de concursos para a contratação de mais servidores efetivos. "Tirando os cargos de ministros novos, geralmente os demais cargos comissionados permanecem relativamente constantes. O mesmo acontece com servidores públicos – a criação de ministérios não gera automaticamente novos concursos e em geral os ministérios novos trabalham com servidores públicos ‘emprestados' de outras áreas", diz a pesquisadora, destacando que é mais importante haver um trabalho harmônico e em conjunto entre as pastas, que evite ineficiência e sobreposição. "Isso é muito mais impactante que a questão de criação de cargos, que em geral tem pouco efeito", conclui.
Gestão de recursos
Para exemplificar a má gestão de recursos, o especialista em gestão pública Murilo Viana cita o caso do Auxílio Brasil, cujo redesenho feito às pressas para atender aos interesses eleitorais de Bolsonaro prometeu R$ 600 para cada beneficiário, mesmo com a proposta orçamentária prevendo uma média de R$ 405 no valor individual dos pagamentos. Com isso, a dotação orçamentária para o programa, que voltou a se chamar Bolsa Família sob a gestão Lula, passou dos R$ 105 bilhões para R$ 175 bilhões, o que incluiu não só esse aumento nominal no benefício, mas também adicionais para crianças por família, por exemplo.
Ele lembra que a má gestão dos recursos no ano passado impactou inclusive nos serviços públicos, com a falta de recursos para a Polícia Federal emitir passaportes, para o pagamento de bolsas de pesquisa e iniciação científica ou mesmo para fazer um reajuste nos valores gastos para merenda escolar. Segundo Viana, um redesenho do Bolsa Família que busque a eficiência terá um impacto muito mais significativo para o orçamento do que o número de ministérios.
"O Bolsa Família tinha uma gradação no benefício de acordo com o número de crianças, com contrapartidas como frequência escolar e vacinação, por exemplo. Era um programa historicamente eficiente e uma referência. Com o Auxílio Brasil, houve um incentivo para que houvesse ‘divisões' nas famílias, com mais pessoas de um mesmo grupo familiar recebendo. Isso foi uma das coisas que gerou distorções, que o tornou ineficiente, custando bilhões de reais", exemplifica.
Para Viana, a discussão sobre o gasto público deveria se ater, por exemplo, à eficiência de programas sociais. "A questão deveria sair do campo do senso comum, que imagina que 14 ministérios custam menos que 28 ministérios. Isso é um equívoco. Deveríamos priorizar o olhar sobre a eficiência da despesa pública e a gestão do ministério", sacramenta.
O gabinete do novo governo Lula
Em seu terceiro mandato como presidente, petista conta com 37 ministérios, recorde de 11 ministras e novas pastas, como Igualdade Racial e Povos Indígenas.
Foto: picture alliance / ASSOCIATED PRESS
Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços - Geraldo Alckmin (PSB)
Alckmin comanda o Ministério da Indústria e Comércio, repetindo a fórmula de Lula de ter seu vice-presidente na equipe ministerial. Fundador do PSDB, Alckmin é médico e atua na política brasileira há 50 anos – já foi vereador, prefeito, deputado estadual e federal, vice-governador e governador de São Paulo. Na chapa de Lula, foi um símbolo de moderação para tentar atrair a centro-direita.
Foto: Yuri Murakami/Zumapress/picture-alliance
Fazenda - Fernando Haddad (PT)
O Ministério da Fazenda, desmembrado do atual Ministério da Economia, foi assumido por Fernando Haddad, ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo. Além da experiência como gestor público, Haddad é mestre em economia, doutor em filosofia e professor do Departamento de Ciência Política da USP. É um potencial nome do PT para disputar o Planalto em 2026.
Foto: Diogo Zacarias
Relações Exteriores - Mauro Vieira
Mauro Vieira já comandou o Itamaraty no governo Dilma Rousseff, até o impeachment da presidente, e agora retoma a chefia da pasta de Relações Exteriores. Diplomata de carreira, Vieira foi embaixador do Brasil na Croácia, na Argentina e nos Estados Unidos. Também foi o representante do Brasil na Organização das Nações Unidas de 2016 a 2020.
Foto: Luiz Rampelotto/ZUMA Wire/picture alliance
Defesa - José Múcio Monteiro
Foi ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais no governo Lula, de 2007 a 2009, quando foi nomeado ao Tribunal de Contas da União (TCU). Considerado um político conciliador, Múcio terá como desafio melhorar a relação entre o petista e os militares, que apoiaram em peso Bolsonaro. Sua escolha marca o retorno de um civil no comando da Defesa, o que não ocorria desde fevereiro de 2018.
Foto: Ton Molina/AP Photo/picture alliance
Justiça e Segurança Pública - Flávio Dino (PSB)
Ex-governador do Maranhão e senador eleito pelo estado, Flávio Dino comanda o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Dino foi um dos coordenadores do grupo técnico que discutiu esses temas no período da transição, e já exerceu os cargos de juiz federal, deputado federal e presidente da Embratur.
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Igualdade Racial - Anielle Franco
Anielle Franco comanda o novo Ministério da Igualdade Racial. Jornalista, escritora, educadora e ativista dos direitos das mulheres e da população negra, é irmã de Marielle Franco, ex-vereadora do Rio de Janeiro morta em 2018. No currículo, ela também traz a gestão do Instituto Marielle Franco e da Escola Marielles.
Foto: Bruno Lupion/DW
Direitos Humanos e Cidadania - Silvio Almeida
Advogado, professor e escritor, Silvio Almeida é um dos maiores especialistas em questões raciais no país. Ele é presidente do Instituto Luiz Gama, associação civil sem fins lucrativos formada por acadêmicos e militantes de movimentos sociais, com ênfase em raça, minorias e direitos humanos. Também é autor de uma série de livros e publicações, e integrou a equipe de transição de Lula.
Foto: Silvio Almeida
Educação - Camilo Santana (PT)
Ex-deputado, ex-governador e senador eleito pelo Ceará, Camilo Santana é o novo ministro da Educação – seu estado é considerado um modelo de políticas públicas do setor. Ele já foi também superintendente adjunto do Ibama e secretário do Desenvolvimento Agrário e das Cidades do Ceará. Camilo participou da equipe de transição de Lula como um dos coordenadores de Desenvolvimento Regional.
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
Portos e Aeroportos - Márcio França (PSB)
Bacharel em Direito, França começou na política em 1989, como vereador em São Vicente (SP). Foi prefeito da cidade por dois mandatos e eleito deputado federal em 2006 e 2010. Atuou como secretário estadual de Esporte, Lazer e Turismo e depois do Desenvolvimento. Foi vice-governador de 2015 a 2018 e comandou o governo paulista de 2018 a 2019, após a renúncia de Alckmin para concorrer à Presidência.
Foto: Marcos Corrêa/PR/Agência Brasil
Trabalho e Emprego - Luiz Marinho (PT)
Presidente do diretório estadual do PT em São Paulo, Luiz Marinho assume o Ministério do Trabalho, que já comandou de 2005 a 2007. Ele também já foi ministro da Previdência Social no segundo mandato de Lula, prefeito de São Bernardo do Campo, presidente da CUT e presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, no qual Lula se consagrou como líder sindical.
Primeira mulher a comandar o Ministério da Saúde, Nísia é doutora em Sociologia, mestre em Ciência Política e graduada em Ciências Sociais pela UERJ. Ela é presidente da Fiocruz desde 2017 e, antes disso, liderou projetos da instituição como a Casa de Oswaldo Cruz e o Museu da Vida e foi vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação. Ela atuou ainda na implementação da Rede SciELO Livros.
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Gestão e Inovação em Serviços Públicos - Esther Dweck
Dweck já foi assessora econômica e secretária de Orçamento Federal nos governos Dilma Rousseff. Ela é professora do Instituto de Economia da UFRJ e doutora em Economia da Indústria e da Tecnologia pela mesma instituição, especialista em crescimento e desenvolvimento. O novo ministério comandado por ela é fruto do desmembramento do Ministério da Economia.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Ciência, Tecnologia e Inovação - Luciana Santos (PCdoB)
Santos é engenheira e presidente nacional do PCdoB. Natural do Recife, ela foi deputada estadual e federal, prefeita de Olinda duas vezes e a primeira mulher a ocupar o cargo de vice-governadora de Pernambuco. A nova ministra da Ciência e Tecnologia também foi secretária estadual da mesma área no governo pernambucano.
Foto: EVARISTO SA / AFP
Desenvolvimento Social, Assistência, Família e Combate à Fome - Wellington Dias (PT)
Ex-governador do Piauí por quatro mandatos e senador eleito pelo estado pela segunda vez, o petista Wellington Dias se destacou durante o período mais crítico da pandemia da covid-19, como representante do fórum dos governadores na CPI da Pandemia. Dias é bancário, escritor e foi um dos articuladores da campanha de Lula.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Cultura - Margareth Menezes
A cantora baiana Margareth Menezes foi escolhida para liderar o Ministério da Cultura, que havia sido extinto no governo Bolsonaro. Margareth tem mais de dez álbuns na sua discografia, diversos prêmios e indicações ao Grammy e mais de 20 turnês internacionais. A cantora também fundou a ONG Fábrica Cultural, de combate ao trabalho infantil, exploração sexual e outras violações de direitos humanos.
Foto: Antonio/Agência Brasil
Mulheres - Aparecida Gonçalves
Especialista em gênero, Aparecida, ou Cida, foi secretária nacional de enfrentamento à violência contra as mulheres nos governos Lula e Dilma. Ela é consultora em políticas públicas para o combate à violência doméstica e assessora prefeituras e governos estaduais. Cida participou da fundação da Central dos Movimentos Populares, e integrou a equipe de transição de Lula.
Foto: José Cruz/Agência Brasil
Advocacia-Geral da União - Jorge Messias
Jorge Messias é procurador da Fazenda Nacional, carreira que integra a Advocacia-Geral da União (AGU). O futuro advogado-geral da União, cargo com status de ministro, já atuou nas áreas jurídicas dos ministérios da Casa Civil, Educação, Ciência e Tecnologia, e foi subchefe para Assuntos Jurídicos da Presidência no governo Dilma.
Foto: Ton Molina/Fotoarena/IMAGO
Controladoria-Geral da União - Vinicius Marques de Carvalho
Professor da Faculdade de Direito da USP, Carvalho presidiu o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) de 2012 a 2016. Antes, foi secretário de direito econômico do Ministério da Justiça no governo Dilma e chefe de gabinete do Secretário Especial de Direitos Humanos no governo Lula. Também foi Yale Greenberg World Fellow.
Foto: Ton Molina/Fotoarena/IMAGO
Relações Institucionais - Alexandre Padilha (PT)
O médico infectologista pela Unicamp e ex-deputado federal por São Paulo voltou ao cargo que já exerceu no primeiro governo Lula. Ministro da Saúde no governo Dilma de 2011 a 2014, implementou o Mais Médicos. Participou também da implantação dos programas Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida e Programa de Aceleração do Crescimento.
Foto: Aloisio Mauricio/Fotoarena/IMAGO
Secretaria-Geral da Presidência - Márcio Macêdo (PT)
Márcio Costa Macêdo é biólogo com experiência em gestão e meio ambiente. Foi secretário municipal de Participação Popular de Aracaju, superintendente do Ibama em Sergipe e secretário do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos de Sergipe. Macedo foi eleito deputado federal pelo estado em 2010, e também exerceu os cargos de presidente dos diretórios municipal de Aracaju e estadual de Sergipe do PT.
Foto: EVARISTO SA/AFP/Getty Images
Casa Civil - Rui Costa (PT)
Governador da Bahia de 2015 a 2022, Costa também já foi secretário de Estado da Casa Civil e secretário de Relações Institucionais da Bahia e vereador de Salvador. Graduado em Economia pela UFBA, o novo ministro é considerado um nome conciliador. Ele iniciou sua vida política no Sindicato dos Químicos e Petroleiros da Bahia e participou da fundação do PT no estado.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Meio Ambiente - Marina Silva (Rede)
Nascida em um seringal no Acre, Marina foi escolhida como ministra do Meio Ambiente, cargo que já exerceu de 2003 a 2008, período marcado por redução do desmatamento. Também já foi senadora e é deputada federal eleita por São Paulo. Marina deixou o PT em 2019 e disputou a eleição para presidente da República em 2010, 2014 e 2018. Depois de anos rompida com o PT, reaproximou-se de Lula neste ano.
Foto: CARLA CARNIEL/REUTERS
Planejamento e Orçamento - Simone Tebet (MDB)
Originária de uma família de produtores rurais no Mato Grosso do Sul, Tebet foi senadora pelo seu estado e terceira colocada na eleição para presidente deste ano. No segundo turno, integrou a frente ampla que apoiou Lula e fez campanha ao lado do petista. No Ministério do Planejamento e Orçamento, caberá a ela conduzir os debates sobre a reforma administrativa e as parcerias público-privadas.
Foto: Rodrigo Paiva/Getty Images
Pesca - André de Paula (PSD)
Deputado federal por Pernambuco por seis mandatos e próximo do presidente do PSD, Gilberto Kassab, André de Paula é advogado e começou sua carreira política do PDS, que apoiava o regime militar e depois virou o PFL. Já foi secretário de Produção Rural e Reforma Agrária e das Cidades de Pernambuco. Sua nomeação integra um acordo para que o PSD dê sustentação ao governo Lula no Congresso.
Foto: João C. Mazella/Fotoarena/IMAGO
Agricultura - Carlos Fávaro (PSD)
Senador pelo Mato Grosso, Fávaro foi coordenador da campanha de Lula no seu estado e um dos principais articuladores de Lula com o agronegócio. Produtor rural, ele foi presidente da Associação dos Produtores de Soja do Brasil e da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso. Foi um dos coordenadores da equipe de transição de Lula.
Foto: Ton Molina/Fotoarena/IMAGO
Previdência - Carlos Lupi (PDT)
Presidente nacional do PDT, Carlos Lupi já foi ministro do Trabalho e Emprego de 2007 a 2011, secretário de Transportes da prefeitura do Rio e deputado federal pelo Rio de Janeiro. Lupi assumiu o comando do seu partido em 2004, após a morte de Leonel Brizola. A recriação do Ministério da Previdência Social é resultado do desmembramento do Ministério da Economia.
Foto: Roberto Casimiro/Fotoarena/IMAGO
Transportes - Renan Filho (MDB)
Economista, Renan Calheiros Filho foi governador do Alagoas e é senador eleito pelo seu estado. Filho do senador Renan Calheiros, Renan Filho já foi prefeito de Murici e deputado federal pelo seu estado. Sua nomeação para o Ministério dos Transportes se insere em uma articulação para o MDB dar sustentação ao governo Lula no Congresso.
Foto: ANDRESSA ANHOLETE/AFP
Povos Indígenas - Sônia Guajajara (PSOL)
Deputada federal eleita pelo PSOL de São Paulo e coordenadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, Guajarara é reconhecida internacionalmente por seu trabalho de ativismo em defesa dos direitos dos povos indígenas e do meio ambiente. Ela comanda o novo Ministério dos Povos Indígenas e terá o desafio de recuperar as políticas do setor, enfraquecidas durante o governo Bolsonaro.
Foto: MIGUEL SCHINCARIOL/AFP via Getty Images
Esportes - Ana Moser
Ex-jogadora de vôlei e medalhista olímpica em 1996, Ana Moser fundou em 2001 uma entidade que utiliza o esporte como meio para fortalecer a formação de crianças e adolescentes de periferias, e participa do debate sobre políticas públicas de esporte e sua interação com aspectos sociais. Ela apoiou a campanha de Lula e integrou a sua equipe de transição.
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Turismo - Daniela do Waguinho (União)
A deputada federal Daniela do Waguinho é pedagoga, ex-professora de ensino fundamental e trabalhou nas secretarias de assistência social do Rio e de Belford Roxo. Ela é esposa do prefeito de Belford Roxo, Wagner dos Santos Carneiro, o Waguinho, muito popular na Baixada Fluminense e que apoiou a campanha de Lula.
Foto: Billy Boss/Câmara dos Deputados
Minas e Energia - Alexandre Silveira (PSD)
O senador Alexandre Silveira, de Minas Gerais, é advogado. No primeiro governo Lula, foi coordenador-geral de Infraestrutura Terrestre do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), por indicação do então vice-presidente José Alencar. Elegeu-se deputado federal duas vezes, e em 2014 foi eleito suplente do senador Antonio Anastasia, que deixou o cargo para virar ministro do TCU.
Foto: Roque de Sá/Agência Senado
Integração e Desenvolvimento Regional - Waldez Góes (PDT)
O governador do Amapá, Waldez Góes, será o ministro da Integração Nacional e Desenvolvimento Regional. Atualmente no PDT, mas a caminho do União Brasil, Góes terá sob o seu comando a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), um destino preferencial de emendas parlamentares e órgão cobiçado pelo Centrão.
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
Desenvolvimento Agrário - Paulo Teixeira (PT)
Deputado federal por São Paulo, reeleito para o quinto mandato consecutivo, Paulo Teixeira é advogado, foi líder do PT na Câmara e integrou a coordenação da campanha de Lula. Ele também foi secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano de São Paulo, de 2001 a 2004, na gestão de Marta Suplicy.
Foto: Elaine Menke/Camara do Deputados
Secretaria Especial de Comunicação Social - Paulo Pimenta (PT)
Deputado federal pelo Rio Grande do Sul eleito para o quarto mandato, Paulo Pimenta é o atual presidente do diretório do PT gaúcho. Formado em jornalismo, presidiu a Comissão Mista do Orçamento no governo Dilma Rousseff e a CPI do Tráfico de Armas. No novo governo Lula, a Secom do Palácio do Planalto terá status de ministério.
Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados
Comunicações - Juscelino Filho (União)
Deputado federal pelo Maranhão, Juscelino Filho é médico e vice-líder do União Brasil na Câmara. Ele é aliado do ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre (União-AP) e sua indicação integra acordo para que a legenda apoie o governo Lula no Congresso. Atual presidente do Conselho de Ética da Câmara, foi relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2021 e grande beneficiário das emendas de relator.
Foto: Pablo Valadares/Camara dos Deputados
Gabinete de Segurança Institucional - Marcos Antonio Amaro dos Santos
O general da reserva Marcos Antonio Amaro dos Santos tomou posse como ministro do GSI em maio de 2023. Antes disso, ele já havia comandado a pasta em 2015, no governo Dilma Rousseff. Amaro substituiu o general da reserva Gonçalves Dias, exonerado do cargo após divulgação de imagens do circuito interno do Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro, em que aparecia circulando entre os invasores.
Foto: Eliane Neves/Fotoarena/IMAGO
Cidades - Jader Filho (MDB)
Jader Filho é de um tradicional clã político do MDB do Pará, filho do senador Jader Barbalho e irmão do governador reeleito Helder Barbalho. É empresário de um conglomerado de comunicações de sua família e presidente do diretório do MDB no estado. A nomeação faz parte de acordo para seu partido apoiar Lula no Congresso.