Mais de 2 milhões de pessoas visitaram o antigo campo de concentração, localizado na Polônia. Local que testemunhou a morte de mais de 1,1 milhão de vítimas do nazismo foi transformado em memorial em 1947.
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O antigo campo de concentração nazista de Auschwitz-Birkenau, na Polônia, recebeu mais de 2 milhões de visitantes em 2016 e bateu o recorde histórico registrado no ano anterior, anunciou a direção do memorial. Em 2015, 1,72 milhão de pessoas visitaram o local.
O memorial de Auschwitz-Birkenau
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Os poloneses foram o maior grupo de visitantes (424 mil), seguido de britânicos (271 mil), americanos (215 mil), italianos (146 mil), e espanhóis (115 mil).
"No mundo de hoje, atribulado por conflitos, pelo aumento da sensação de insegurança e pela ascensão do populismo, é mais necessário do que nunca lembrar os capítulos mais sombrios do passado e os alertas que contêm os exemplos desse passado obscuro, como o campo de concentração de Auschwitz", disse o diretor do memorial, Piotr Cywinski.
O campo de Auschwitz-Birkenau, situado no sul da Polônia, foi aberto como museu-memorial em 1947 e declarado pela Unesco como Patrimônio da Humanidade em 1974. Até 2001, o número de visitantes por ano ficava abaixo dos 500 mil. Em 2007, pela primeira vez esse número chegou a 1 milhão.
Auschwitz-Birkenau foi o maior campo de extermínio dos nazistas. Calcula-se que, entre 1940 e 1945, os nazistas tenham assassinado ali mais de 1,1 milhão de pessoas, a maioria judeus, além de ciganos, homossexuais, católicos e presos soviéticos e poloneses.
CN/efe/kna
Quem foi Anne Frank?
Jovem alemã escondeu-se na Holanda durante 25 meses, até que a família foi descoberta e deportada para Auschwitz, em 4 de agosto de 1944. Graças a seu diário, ela ainda é conhecida mundo afora.
Foto: picture-alliance/dpa
Margot, a irmã mais velha
Anne (na frente, à esquerda) tinha uma irmã três anos e meio mais velha, Margot (no fundo, à direita). O pai Otto Frank tirou esta foto no aniversário de oito anos de Margot, em fevereiro de 1934, quando a família já estava na Holanda.
Foto: picture-alliance/AP Photo
Escondidos em Amsterdã
Em Amsterdã, o pai de Anne assumiu a filial da empresa Opekta (foto). Quando a perseguição aos judeus começou, ele montou um esconderijo nos fundos da casa. De 1942 a 1944, os quatro membros da família viveram no local junto com outros quatro judeus. No esconderijo, Anne escreveu seu famoso diário. Desde 1960, a casa é um museu.
Foto: Daniel Kalker/picture alliance
O esconderijo
No museu em Amsterdã, os visitantes podem visitar hoje uma réplica do antigo esconderijo nos fundos da casa. Por meses, Anne dividiu um quarto apertado com o dentista judeu Fritz Pfeffer, que no diário ganha o nome "Albert Dussel". À direita, vê-se a escrivaninha sobre a qual ela escrevia quase todos os dias.
Foto: DW/H. Mund
Diário como confidente
O diário tornou-se uma espécie de amiga e confidente de Anne, que ela batizou de Kitty. A vida no esconderijo era totalmente diferente da que a jovem levava antes dele. "O melhor de tudo é que ao menos posso escrever o que penso e sinto, senão, ficaria completamente sufocada", diz um trecho do diário.
Foto: Ade Johnson/picture alliance/dpa
Morte no campo de concentração
Em 30 de outubro de 1944, Anne e a irmã Margot foram levadas de Auschwitz para Bergen-Belsen, onde mais de 70 mil pessoas morreram. Após a libertação do campo de concentração sob a supervisão de soldados britânicos, caminhões transportaram as vítimas para valas comuns. Anne, que tinha apenas 15 anos, e a irmã estavam entre os mortos, em decorrência do tifo.
Foto: picture alliance/dpa
Vida interrompida
Em Bergen-Belsen, há uma lápide com os nomes de Margot e Anne, que imaginava que a própria vida correria de maneira diferente. "Não quero ter vivido em vão como a maioria das pessoas. Quero ser útil e trazer alegria para as pessoas que vivem à minha volta e não me conhecem. Quero continuar viva, mesmo depois da morte", diz um trecho do diário do dia 5 de abril de 1944.
Foto: Julian Stratenschulte/picture alliance/dpa
Famosa pelo diário
O sonho de Anne era ser jornalista ou escritora. Graças ao pai, seu diário foi publicado pela primeira vez em 1947, com o título "Das Hinterhaus"("A casa dos fundos"). Depois, vieram diversas edições e traduções, e Anne tornou-se símbolo das vítimas do nazismo. "Todos vivemos com o objetivo de sermos felizes. Vivemos de maneira diferente e igual ao mesmo tempo", escreveu em 6 de julho de 1944.