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Automobilismo

15 de julho de 2011

As grandes montadoras gastam uma fortuna com o automobilismo, e não somente por causa do prestígio de ganhar um título. As pistas de corrida também são apropriadas para testar e promover inovações.

Carros de corrida são cada vez mais rápidos e eficientes
Carros de corrida são cada vez mais rápidos e eficientesFoto: picture-alliance/dpa

O automobilismo é um dos esportes mais populares do mundo. Assim como no futebol, no tênis ou no basquete, as habilidades individuais e o trabalho de equipe também contam nos esportes motorizados. Mas, ainda mais do que em outros esportes, o equipamento – ou seja, os automóveis – assume um papel especial no automobilismo. Afinal, um bom piloto pouco pode fazer sem um bom carro.

Porsche GT3R, carro de teste com tração híbridaFoto: picture alliance/dpa

Carros de corrida são constantemente aperfeiçoados, e novidades são sempre experimentadas. "O automobilismo é praticamente um laboratório de testes para os fabricantes de veículos", explica o ex-piloto Olaf Manthey. Acima de tudo, é preciso reagir rapidamente às inovações, para que nenhum concorrente fique em vantagem. E quando as inovações técnicas demonstram ser bem-sucedidas, elas chamam logo a atenção dos fãs e dos potenciais clientes. Por esse motivo, o automobilismo é também uma importante ferramenta de marketing da indústria automotiva.

Manthey foi duas vezes vice-campeão do Campeonato Alemão de Carros de Turismo (DTM, na sigla em alemão). Esta é uma competição para carros derivados de veículos de produção em série. Há muito que Manthey se despediu oficialmente do automobilismo. Só de vez em quando ele entra num cockpit. Hoje ele é chefe da equipe de corridas Manthey Racing, cuja subsidiária Manthey Motors também oferece interiores personalizados para carros particulares.

Aumento da eficiência em foco

Os críticos consideram um pecado ambiental quando carros de corrida turbinados correm em círculos horas a fio. De fato, eles consomem muito combustível, mas no automobilismo a eficiência dos motores é constantemente aperfeiçoada. E isso também beneficia os carros normais.

Audi Quattro: tração nas quatro rodas como marca registradaFoto: picture-alliance/ASA

"Quanto menos combustível o motor consome, menor a necessidade de reabastecer. Dessa forma, reduz-se o tempo nos boxes, o que é uma vantagem no automobilismo", diz Manthey. Tais ganhos de eficiência também são transferidos para os automóveis em série. "Um fusca com 34 cv consumia nos anos 1970 a mesma quantidade de combustível que consome hoje um carro com 500 cv de potência", diz o ex-piloto.

No entanto, é um mito dizer que a maioria das inovações do setor automotivo nasceu nas pistas de corrida. Estritamente falando, essa indústria é impulsionada pelo enorme trabalho de pesquisa e desenvolvimento das principais fabricantes de automóveis e indústrias relacionadas. As ideias que surgem lá são testadas nas pistas e levadas para a produção em série.

Rápido e seguro

Exemplos de inovações introduzidas nas pistas de corrida são a tração nas quatro rodas do Audi Quattro, em 1980; a transmissão automática sequencial, que a Ferrari apresentou com sucesso em 1990; e até mesmo os freios a disco do carro de corrida Jaguar Tipo C, nos anos 1950. Hoje em dia essas tecnologias são comuns na indústria automotiva.

Nürburgring: meca para os amantes do automobilismoFoto: picture-alliance/dpa

"Até os anos 1990, muitos carros pequenos tinham freios a tambor nas rodas traseiras", diz Jan Erren, da Manthey Racing. "O freio a disco, que agora é padrão em quase todos os carros novos, é a forma mais eficaz e potente de se frear um carro."

É longa a lista de inovações que passaram pelos testes mais duros do automobilismo: freios ABS, controle de tração (ASR), direção hidráulica, airbags, suspensão melhorada, tanques de combustível resistentes ao fogo – sem falar nos capacetes otimizados e do vestuário de proteção para motociclistas

"Inferno verde"

Uma boa pista de testes para pilotos e também para inovações tecnológicas é a famigerada parte norte do circuito de Nürburging, na região montanhosa alemã do Eifel. "Nada me deixou mais satisfeito do que ganhar em Nürburgring, ainda que eu sempre tenha tido medo", disse uma vez o tricampeão de Fórmula 1 Jackie Stewart, a quem supostamente se deve o apelido de "o inferno verde" para o traçado norte do Nürburgring. "Eu não tinha a certeza de que voltaria", disse Stewart.

Depois de tantos acidentes graves, o traçado norte do Nürburgring (Nordschleiferunde, em alemão), com mais de 20 quilômetros de vias estreitas cheias de curvas e voltas numa floresta fechada, não é mais usado em competições de Fórmula 1 há mais de 30 anos. Ela é perigosa demais para uma categoria tão veloz.

Nürburgring como pista de testes

Mas carros esportivos das classes GT rodam até os dias de hoje no antigo traçado norte, como também os carros da Manthey Racing. A empresa está localizada numa área industrial em Meuspath, a poucos passos de distância da parte do traçado norte chamada de Döttinger Höhe. Uma localização ideal, diz Manthey, uma vez que tanto os automóveis de corrida quanto os veículos de rua podem ser testados e verificados no local.

"Não se trata somente da mais bela pista de corrida do mundo, ela também exige muito do piloto e do carro. Tem altos e baixos, uma grande quantidade de combinações de curvas, diferentes tipos de circuito nos seus 24 quilômetros, e é simplesmente um novo desafio, cada vez", diz Manthey. Desde os 17 anos de idade ele dá suas voltas no traçado norte do Nürburgring, esforçando-se para obter uma volta perfeita, somente para constatar: "Ninguém vai conseguir, nunca!".

Autor: Mark Hallam (ca)
Revisão: Alexandre Schossler

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