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TerrorismoFrança

Autor de atentado em Paris é condenado à prisão perpétua

29 de junho de 2022

Salah Abdelslam e outros 19 réus foram considerados culpados por terrorismo e assassinato, nos atentados que deixaram 130 mortos em novembro de 2015. Violência gerou cicatrizes profundas na sociedade francesa.

Desenho feito durante julgamento em Paris mostra o réu Salah Abdeslam (dir.) no tribunal
Retrato feito durante julgamento em Paris mostra o réu Salah Abdeslam (dir.) no tribunalFoto: Noelle Herrenschmidt/AP/picture alliance

Um tribunal do Palácio da Justiça de Paris condenou nesta quarta-feira (29/06) um grupo de 20 homens acusados pelas mortes de 130 pessoas em atentados terroristas na capital francesa, em novembro de 2015.

A casa de shows Bataclan, seis bares e restaurantes na região central e a área do entorno do Stade de France, o maior estádio de futebol de Paris, foram alvos de ataques coordenados com a utilização de bombas e armas de fogo.

Os atos de violência deixaram 350 feridos, e geraram cicatrizes profundas na sociedade francesa.

O principal suspeito, Salah Abdelslam, foi condenado à prisão perpétua por acusações de terrorismo, assassinato, e por integrar uma organização terrorista, afirmou o juiz Jean-Louis Périès.

Ele não terá direito a liberdade condicional durante um período de 30 anos após o início da sentença. Até hoje, essa pena havia sido imposta em apenas quatro ocasiões.

Abdelslam, de 32 anos, é tido como o único integrante ainda vivo do grupo que realizou os atentados do dia 13 de novembro de 2015.

No início do julgamento, ele se autodeclarou um "soldado" da organização terrorista "Estado Islâmico" (EI), que reivindicou a autoria dos ataques.

Ele já havia sido condenado na Bélgica a 20 anos de prisão por atirar contra policiais pouco antes de ser preso.

Seu irmão, Brahim, estava entre os assassinos. Ele foi um dos terroristas que detonaram coletes explosivos em um bar. Os dois cresceram na comunidade de Molenbeek, em Bruxelas, considerada um "ninho" de islamistas radicais.

Salah Abdeslam trabalhou como mecânico e teve também outros empregos temporários. Em 2011, ele chegou a ser preso por roubo.

Durante o julgamento, ele declarou que decidiu no último minuto não detonar seu colete explosivo. Mas as investigações e as audiências no tribunal sugerem outra hipótese. Segundo o juiz, a corte concluiu que o colete explosivo não funcionou.

Périès afirmou que "todos os réus foram considerados culpados de todas as acusações", com a exceção da acusação de terrorismo contra um dos suspeitos de menor expressão.

Dez meses de julgamento

O julgamento foi realizado de maneira singular, não somente por ter durado dez meses, mas por dedicar o tempo necessário para que as vítimas e familiares dos mortos relatassem em detalhes suas experiências e as dificuldades de superar tudo o que passaram.

Além de Abdelslam, outros 13 réus, 10 dos quais estão sob custódia das autoridades, estiveram no tribunal durante os 10 meses do julgamento para responder a acusações de colaboração com terroristas, através do fornecimento de armas ou veículos, ou por terem participado dos ataques.

Outros seis acusados foram julgados in absentia. Acredita-se que cinco deles tenham morrido na Síria desde 2015. Outro suspeito está preso na Turquia, também por acusações de terrorismo.

No dia dos ataques, nove terroristas morreram ao detonar explosivos em atentados suicidas ou através da ação policial.

rc (DPA, Reuters, AP)

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