Autoridade alemã indica vacina anticovid para adolescentes
16 de agosto de 2021
Comissão de Vacinação diz que benefícios superam riscos, após avaliar dados dos EUA. Órgão relutava em emitir recomendação. Grupo etário já vinha sendo vacinado na Alemanha depois de aval de agência da UE.
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A Comissão Permanente de Vacinação da Alemanha (Stiko, na sigla em alemão) deu luz verde para que todos os jovens acima de 12 anos de idade sejam vacinados contra o coronavírus.
A Stiko afirmou nesta segunda-feira (16/09) que os benefícios da vacina superam os riscos para a faixa etária. Para a decisão, foram considerados especialmente dados dos Estados Unidos, onde quase 10 milhões de adolescentes foram vacinados.
A Stiko disse que agora as vacinas também são recomendadas porque a comissão espera que as crianças corram um risco maior de pegar covid-19 durante uma possível quarta onda de infecções com a
variante delta, que já é dominante e está em rápida disseminação na Alemanha.
Nos últimos meses, a Stiko relutava em recomendar a vacinação para todos os menores de 18 anos, dizendo que não tinha dados suficientes, e recomendou as imunizações apenas para crianças e adolescentes com doenças crônicas.
Alvo de críticas
A vacinação para adolescentes tem gerado discussão acalorada há semanas na Alemanha. Depois que a Stiko abriu mão de fazer tal recomendação em junho, o grêmio foi alvo de duras críticas.
No entanto, a vacinação já era permitida no país, mesmo sem uma recomendação da Stiko, já que existem vacinas aprovadas pelas autoridades europeias para adolescentes entre 12 e 17 anos. É neste contexto que muitos jovens já foram vacinados.
No final de maio, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) deu luz verde à vacinação de jovens de 12 a 15 anos com os imunizantes da parceria BioNTech-Pfizer. Em julho, a agência também deu seu aval à vacina da Moderna para adolescentes, que antes só podia ser usada em pessoas a partir dos 18 anos.
O ministro alemão da Saúde, Jens Spahn, classificou a decisão como "uma boa notícia". Ele afirmou que, com isso, pais e jovens têm "uma recomendação clara para optar pela vacinação".
"Os fatos falam pela vacinação, há vacina suficiente para todas as faixas etárias", acrescentou Spahn.
md/lf (AP, AFP, Reuters, DPA)
As vacinas contra covid-19 aprovadas na UE
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) liberou cinco imunizantes para combater a pandemia causada pelo vírus Sars-Cov-2. Saiba de onde vêm e como funcionam.
Foto: Christof STACHE/AFP
Pfizer-Biontech (BNT162b2)
Desenvolvida pela alemã Biontech e produzida pela americana Pfizer, é uma vacina de RNA mensageiro (mRNA). Seu princípio é fazer o próprio corpo produzir a proteína do vírus. Depois que o material é injetado no corpo humano, ele instrui o organismo a produzir a proteína, incentivando a fabricação de anticorpos contra Sars-Cov-2. O produto exige a aplicação de duas doses.
Foto: Liam McBurney/REUTERS
AstraZeneca (AZD1222 ou ChAdOx1 nCoV-19)
A tecnologia usada chama-se vetor viral recombinante, que usa um adenovírus incapaz de causar doenças. No corpo humano, a vacina incentiva a produção da proteína do coronavírus, que o sistema imune reconhece como ameaça e destrói. Quando o Sars-Cov-2 infecta o organismo de verdade, o corpo reconhece e combate o vírus. São necessárias duas doses.
Foto: Marco Passaro/Independent Photo Agency Int./imago images
Moderna (mRNA-1273)
Também usa a tecnologia de RNA mensageiro, que imita a proteína spike, específica do vírus Sars-CoV-2, que ajuda na invasão das células humanas. A cópia não é nociva como o vírus, mas desencadeia uma reação das células do sistema imune. Ela também deve ser aplicada em duas doses. Como todas as vacinas contra covid-19, é aplicada em forma de injeção intramuscular.
Foto: Markus Mainka/dpa/picture-alliance
Janssen, da Johnson&Johnson (Ad26.COV2-S)
O produto da farmacêutica Janssen exige a aplicação de apenas uma dose. Sua tecnologia é baseada em vetores de um tipo de vírus que causa resfriado comum. Na vacina, parte da proteína das espículas do vírus é colocada no adenovírus (que é o transportador). No corpo vacinado, inicia-se um processo de defesa, com a produção de anticorpos contra o invasor e a criação de uma "memória" contra o vírus.
Foto: Michael Ciaglo/Getty Images
Nuvaxovid, da Novavax (NVX-CoV2373)
A quinta vacina aprovada pela União Europeia contra o coronavírus é a Nuvaxovid, fabricada pela americana Novavax. Ela é baseada em proteínas, ou seja, contém pequenas partículas proteicas do vírus Sars-CoV-2 produzidas em laboratório. Com isso, as proteínas atuam como anticorpos neutralizantes e, assim, bloqueiam o vírus causador de covid-19.