Autoridades alemãs querem volta de testes de covid gratuitos
7 de novembro de 2021
Berlim parou de financiar testagem para incentivar a vacinação. Autoridades médicas e políticos consideram a estratégia fracassada e pedem reintrodução da benesse. Um terço da população alemã não se imunizou.
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O presidente da Associação Médica Alemã, Klaus Reinhardt, apelou neste domingo (07/11) pela reintrodução dos testes de covid-19 gratuitos no país, num momento em que as taxas de contágio batem recordes na Alemanha.
Os testes expressos grátis, que valiam como passe para a maioria dos espaços públicos fechados, foram abolidos em 11 de outubro, numa tentativa de incentivar a vacinação na Alemanha. Menos de um mês mais tarde, a eficácia da estratégia está sendo colocada em questão.
"Eliminar o financiamento dos custos dos testes do coronavírus aparentemente não motivou os refratários a se vacinarem", comentou Reinhardt ao grupo de mídia Funke, acrescentando que as autoridades federais e estaduais deveriam corrigir rapidamente esse "erro".
Níveis de contágio como em dezembro de 2020
Um terço da população alemã ainda não tem esquema vacinal completo contra a covid-19. Propostas de tornar a inoculação compulsória têm encontrado resistência de autoridades como o ministro da Saúde, Jens Spahn, embora pesquisas indiquem que a maioria da população seria a favor.
Klaus Reinhardt também defende a ampliação da regra que só permite aos vacinados ou recuperados da covid-19 o acesso a restaurantes, bares, cinemas e outros espaços públicos. Líderes como os governadores da Baviera, Markus Söder, e da Renânia do Norte-Vestfália, Hendrik Wüst, têm igualmente se posicionado pelo retorno da testagem grátis.
À medida que chega a estação fria, as infecções com o vírus Sars-Cov-2 sobem gradativamente na Alemanha. Neste domingo, o Instituto Robert Koch (RKI), a agência governamental alemã para controle e prevenção de doenças, registrou 23.543 novos casos.
A incidência de sete dias subiu para 191.5 novas infecções por 100 mil habitantes, aproximando-se das cifras de dezembro de 2020, antes de as vacinas estarem disponíveis em ampla escala.
av (Reuters,AP,EFE)
As vacinas contra covid-19 aprovadas na UE
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) liberou cinco imunizantes para combater a pandemia causada pelo vírus Sars-Cov-2. Saiba de onde vêm e como funcionam.
Foto: Christof STACHE/AFP
Pfizer-Biontech (BNT162b2)
Desenvolvida pela alemã Biontech e produzida pela americana Pfizer, é uma vacina de RNA mensageiro (mRNA). Seu princípio é fazer o próprio corpo produzir a proteína do vírus. Depois que o material é injetado no corpo humano, ele instrui o organismo a produzir a proteína, incentivando a fabricação de anticorpos contra Sars-Cov-2. O produto exige a aplicação de duas doses.
Foto: Liam McBurney/REUTERS
AstraZeneca (AZD1222 ou ChAdOx1 nCoV-19)
A tecnologia usada chama-se vetor viral recombinante, que usa um adenovírus incapaz de causar doenças. No corpo humano, a vacina incentiva a produção da proteína do coronavírus, que o sistema imune reconhece como ameaça e destrói. Quando o Sars-Cov-2 infecta o organismo de verdade, o corpo reconhece e combate o vírus. São necessárias duas doses.
Foto: Marco Passaro/Independent Photo Agency Int./imago images
Moderna (mRNA-1273)
Também usa a tecnologia de RNA mensageiro, que imita a proteína spike, específica do vírus Sars-CoV-2, que ajuda na invasão das células humanas. A cópia não é nociva como o vírus, mas desencadeia uma reação das células do sistema imune. Ela também deve ser aplicada em duas doses. Como todas as vacinas contra covid-19, é aplicada em forma de injeção intramuscular.
Foto: Markus Mainka/dpa/picture-alliance
Janssen, da Johnson&Johnson (Ad26.COV2-S)
O produto da farmacêutica Janssen exige a aplicação de apenas uma dose. Sua tecnologia é baseada em vetores de um tipo de vírus que causa resfriado comum. Na vacina, parte da proteína das espículas do vírus é colocada no adenovírus (que é o transportador). No corpo vacinado, inicia-se um processo de defesa, com a produção de anticorpos contra o invasor e a criação de uma "memória" contra o vírus.
Foto: Michael Ciaglo/Getty Images
Nuvaxovid, da Novavax (NVX-CoV2373)
A quinta vacina aprovada pela União Europeia contra o coronavírus é a Nuvaxovid, fabricada pela americana Novavax. Ela é baseada em proteínas, ou seja, contém pequenas partículas proteicas do vírus Sars-CoV-2 produzidas em laboratório. Com isso, as proteínas atuam como anticorpos neutralizantes e, assim, bloqueiam o vírus causador de covid-19.