Refugiado paquistanês é liberado após ser detido por suspeita de avançar com caminhão contra feira de Natal. Identidade do autor segue desconhecida e não se sabe se ele agiu sozinho.
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Após um caminhão avançar contra um mercado de Natal em Berlim na noite de segunda-feira (19/12), o Departamento Federal de Investigações da Alemanha (BKA), a Procuradoria Federal da Alemanha e a polícia berlinense afirmaram na tarde desta terça-feira que o suspeito detido não é o condutor do veículo e que o agressor está à solta, possivelmente armado, e que ele pode ter cúmplices. A identidade dele segue sendo desconhecida.
Segundo as autoridades, o suspeito detido e liberado após interrogatório e averiguações – um refugiado paquistanês de 23 anos – foi perseguido por uma testemunha após saltar da cabine do caminhão. Esta testemunha, porém, o perseguiu a uma certa distância, no escuro, e a detenção se deu com base na descrição feita por ela, que se comunicava com a polícia por celular. Segundo a Procuradoria Federal, as investigações não apontaram evidências do envolvimento do paquistanês com o ataque. Ele não tinha, por exemplo, manchas de sangue na roupa.
O presidente do BKA, Holger Münch, disse que autoridades estão em alerta máximo para identificar possíveis envolvidos. Na noite desta terça-feira, o grupo extremista "Estado Islâmico" (EI) reivindicou a autoria do atentado e afirmou que ele foi cometido por apenas uma pessoa.
Motivação terrorista
As autoridades supõem, mas ainda não confirmaram, que o atentado teve motivação terrorista. Ainda não se tem conhecimento de um vídeo em que um agressor reivindica a autoria. Apesar dos indícios – incluindo o fato de um mercado de Natal ter sido o alvo –, ainda é preciso investigar em todas as direções, disse o procurador federal Peter Frank.
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Segundo Frank, também ainda não está claro se o homem que teria avançado com o caminhão contra a multidão agiu sozinho ou teve cúmplices. Segundo o chefe da polícia berlinense, Klaus Kandt, não seria "estritamente necessário" que mais pessoas estivessem envolvidas, pois o ataque não foi tão "sofisticado" em termos de logística.
De acordo com as autoridades, dos 12 mortos no incidente – incluindo o polonês que estava no banco de passageiros e foi morto a tiros – sete já foram identificados. Seis deles eram cidadãos alemães, além do homem encontrado dentro do caminhão, que era o motorista da transportadora polonesa. Outras 49 pessoas ficaram feridas, 30 delas em estado grave. A arma com a qual o autor do ataque teria matado o motorista polonês do caminhão ainda não foi encontrada.
Segundo Kandt, o risco de terrorismo na Alemanha não é maior agora que antes do atentado em Berlim. "Estou convencido de que devemos continuar vivendo livremente", disse, acrescentando que não se pode construir muros ao redor dos mercados de Natal.
Reunimos os principais fatos sobre o ataque com um caminhão à feira de Natal na praça Breitscheidplatz, no bairro de Charlottenburg, em Berlim.
Foto: Reuters/P. Kopczynski
O local
Por volta das 20h (hora local) de segunda-feira (19/12), um caminhão avançou contra uma feira de Natal na praça Breitscheidplatz, no bairro de Charlottenburg, em Berlim. A praça diante da Igreja Memorial do Imperador Guilherme é um destino turístico conhecido. Próximos dali ficam a Estação Zoo e a famosa avenida Kurfürstendamm.
Foto: Google Earth
O que ocorreu
O caminhão invadiu a calçada e avançou cerca de 80 metros sobre a feira de Natal, atropelando pessoas e destruindo barracas. As autoridades dizem não haver dúvidas de que se trata de um atentado e partem do princípio de que seja um ato terrorista.
Foto: Reuters/F. Bensch
As vítimas
Ao menos 12 pessoas morreram e outras 56 ficaram feridas, 30 das quais em estado grave. Oito dos mortos foram identificados como alemães, um homem é polonês, uma mulher é israelense, uma segunda é italiana e um outra é da República Tcheca.
Foto: Reuters/P. Kopczynski
A vítima polonesa
A primeira vítima do atentado foi o polonês Lukasz U., de 37 anos, motorista do caminhão sequestrado pelo autor do ataque. Segundo investigadores, o polonês foi esfaqueado diversas vezes, sugerindo que teria tentado reassumir o volante do veículo. Após a autópsia, contudo, constatou-se que Lukasz fora fuzilado horas antes do ataque. A polícia encontrou o corpo do polonês na cabine do veículo.
Foto: picture alliance/AP Photo/Str
As investigações
As investigações foram encaminhadas à Procuradoria Federal, responsável por casos de terrorismo. Os motivos do atentado ainda são desconhecidos, mas ele é investigado como sendo um atentado terrorista. Investigadores falam que várias pessoas podem estar envolvidas. Uma operação de busca foi realizada pela polícia num abrigo de refugiados de Berlim.
Foto: Reuters/P. Kopczynski
O primeiro suspeito
O refugiado paquistanês detido por suposto envolvimento no ataque foi solto pelas autoridades. A Procuradoria Federal comunicou que não foi expedido nenhum mandado de prisão contra o jovem de 23 anos, que entrou no país como refugiado em 31 de dezembro de 2015. As investigações não conseguiram provar que ele esteve na cabine do caminhão. Não havia, por exemplo, manchas de sangue na roupa dele.
Foto: Reuters/H. Hanschke
O segundo suspeito
Anis Amri, um tunisiano de 24 anos, é o principal suspeito. Ele foi morto por policiais italianos quatro dias depois do ataque. Amri chegou à Alemanha em 2015 e teve pedido de refúgio negado em junho de 2016. Como não pôde ser deportado por questão burocrática, passou a ser "tolerado". Ele circulava entre Berlim e o estado da Renânia do Norte-Vestfália. Um documento dele foi encontrado na cabine.
Foto: picture-alliance/dpa/Bundeskriminalamt
Os responsáveis
O tunisiano Anis Amri, de 24 anos, é o suspeito de ser o condutor do caminhão. Ele foi morto por policiais italianos na madrugada desta sexta-feira. Um documento dele, de "refugiado tolerado" na Alemanha, foi encontrado na cabine do caminhão. O "Estado Islâmico" assumiu a autoria do ataque.