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Política monetária

11 de julho de 2007

Apesar de encarecer as exportações européias, a alta recorde do euro não ameaça a alta conjuntura da eurozona. Tendência promete se manter.

Desde 1995, dólar nunca esteve tão barato para os alemãesFoto: AP

Desde sua introdução em 1999, o euro nunca esteve tão alto como agora. A moeda comum européia se mantém nesta quarta-feira (11/07) acima da marca recorde de 1,37 dólar. Os analistas econômicos prevêem que o euro permaneça neste nível nos próximos tempos. Taxas de juros crescentes e o enfraquecimento da economia norte-americana favorecem a tendência ascendente da moeda européia.

Empresários e políticos reclamaram do peso da moeda forte para os negócios internacionais. A alta sobrecarrega, de fato, os rendimentos dos conglomerados locais, mas as conseqüências negativas são bem menores do que antes. O boom econômico na Alemanha e na Europa compensa a alta da moeda. A Confederação da Indústria Alemã (BDI) não vê motivos de preocupação.

Na opinião dos economistas, a alta do euro chega num momento ideal. Afinal, nada freará a economia européia, cujo crescimento poderá até superar ligeiramente o dos Estados Unidos neste ano. A Comissão Européia prevê para a eurozona um crescimento de 2,6% do PIB, enquanto os EUA dificilmente ultrapassarão a marca de 2,5%.

Tributo mínimo para quem exporta

Em novo estudo, a Comissão Européia chega à conclusão de que um euro forte trará poucas desvantagens à Europa. A valorização desde o nível de 0,82 dólar no ano 2000 "requereu um tributo mínimo por parte da economia de exportação", avalia a Comissão.

No entanto, a alta do euro não deixa de causar uma certa apreensão. A alta cotação da moeda encarece as exportações nos países que adotam ou se orientam pelo dólar. Isso vai influenciar a conjuntura, embora as conseqüências só venham a se manifestar em 2008, avaliam especialistas. Segundo uma regra geral, uma valorização anual de 10% do euro desacelera o crescimento econômico em 0,6%.

Dólar em baixa

A atual alta do euro significa, na verdade, uma baixa do dólar. A crescente preocupação com a crise no mercado de hipotecas dos EUA provocou uma queda recorde da moeda norte-americana. A razão mais profunda, no entanto, é o gigantesco déficit da balança comercial estadunidense.

O que também incentiva a demanda pelo euro é perspectiva de aumento da taxa de juros na Europa. O Banco Central Europeu pretende elevar até o fim do ano a taxa de referência de 4% para 4,5%, enquanto os juros nos EUA se mantêm há um ano na marca de 5,25%.

A baixa cotação da moeda norte-americana também atenua o preço do petróleo, negociado internacionalmente em dólar. As empresas que consomem muita energia tiram proveito desta tendência, sobretudo a indústria de aço e alumínio. (sm)
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