Autoridades japonesas alertam para riscos de onda de calor
18 de julho de 2018
Previsões indicam temperaturas de até 40°C em julho. Dezenas de pessoas já morreram e quase 10 mil foram hospitalizadas nos últimos dias devido ao calor, que a cada ano preocupa mais o país.
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A Agência Meteorológica do Japão lançou um alerta nesta quarta-feira (18/07) sobre uma grave onda de calor que assola várias partes do país, com previsões de temperaturas de até 40°C.
Nesta terça-feira, ao menos seis pessoas morreram, e centenas foram hospitalizadas devido ao calor. Uma das vítimas era uma criança de 6 anos que perdeu a consciência e acabou morrendo após uma excursão na cidade de Toyota, no centro do país, noticiou a mídia local. Além de crianças, o risco é particularmente grande para idosos.
Nos últimos dias, cerca de 20 pessoas morreram devido ao calor, e quase 10 mil foram hospitalizadas no país, de acordo com a Agência de Gestão de Incêndios e Desastres. As autoridades preveem que a onda de calor perdure até o fim de julho.
A onda de calor escaldante atinge o Japão logo após cerca de 220 pessoas terem morrido em enchentes e deslizamentos de terra provocados por chuvas torrenciais no oeste do país. Nesta terça-feira, as temperaturas chegaram a 34,3°C nas áreas afetadas, dificultando o trabalho de militares e voluntários que removem lama e entulho.
No último domingo, temperaturas de 35°C ou mais – conhecidas em japonês como "dias de calor intenso" – foram registradas em 200 localidades. Em Okayama, por exemplo, foi medido um pico de 36,8°C nesta segunda-feira, bem acima de média de 31°C da cidade. Em Tóquio, as temperaturas vêm girando em torno dos 35°C.
Uma onda de calor semelhante não é comum em julho, embora não seja inédita. Temperaturas similares foram medidas em mais de 200 localidades num dia de julho de 2014. No ano passado, 48 pessoas morreram e mais de 50 mil foram hospitalizadas devido ao calor entre maio e setembro, com 31 mortes em julho, segundo autoridades.
A cada ano, o calor extremo no verão preocupa mais o Japão. Tendo em vista o turismo e os Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio, o governo preparou folhetos informativos em inglês e outros idiomas alertando para os riscos do calor.
Especialistas temem que em breve grandes cidades japonesas passem a ser quentes demais para se viver, devido ao concreto, ao aço, ao asfalto, aos gases emitidos por veículos e à perda de áreas verdes.
Três quartos dos gases estufa são produzidos pela combustão de carvão, petróleo e gás natural; o resto, pela agricultura e desmatamento. Como se podem evitar gases poluentes? Veja dez dicas que qualquer um pode seguir.
Foto: picture-alliance/dpa
Usar menos carvão, petróleo e gás
A maioria dos gases estufa provém das usinas de energia, indústria e transportes. O aquecimento de edifícios é responsável por 6% das emissões globais de gases poluentes. Quem utiliza a energia de forma eficiente e economiza carvão, petróleo e gás também protege o clima.
Foto: picture-alliance/dpa
Produzir a própria energia limpa
Hoje, energia não só vem de usinas termelétricas a carvão, óleo combustível e gás natural. Há alternativas, que atualmente são até mesmo mais econômicas. É possível produzir a própria energia e, muitas vezes, mais do que se consome. Os telhados oferecem bastante espaço para painéis solares, uma tecnologia que já está estabelecida.
Foto: Mobisol
Apoiar boas ideias
Cada vez mais municípios, empresas e cooperativas investem em fontes energéticas renováveis e vendem energia limpa. Este parque solar está situado em Saerbeck, município alemão de 7,2 mil habitantes que produz mais energia do que consome. Na foto, a visita de uma delegação americana à cidade.
Foto: Gemeinde Saerbeck/Ulrich Gunka
Não apoiar empresas poluentes
Um número cada vez maior de cidadãos, companhias de seguro, universidades e cidades evita aplicar seu dinheiro em companhias de combustíveis fósseis. Na Alemanha, Münster é a primeira cidade a aderir ao chamado movimento de desinvestimento. Em nível mundial, essa iniciativa abrange dezenas de cidades. Esse movimento global é dinâmico – todos podem participar.
Foto: 350.org/Linda Choritz
Andar de bicicleta, ônibus e trem
Bicicletas, ônibus e trem economizam bastante CO2. Em comparação com o carro, um ônibus é cinco vezes mais ecológico, e um trem elétrico, até 15 vezes mais. Em Amsterdã, a maior parte da população usa a bicicleta. Por meio de largas ciclovias, a prefeitura da cidade garante o bom funcionamento desse sistema.
Foto: DW/G. Rueter
Melhor não voar
Viajar de avião é extremamente prejudicial ao clima. Os fatos demonstram o dilema: para atender às metas climáticas, cada habitante do planeta deveria produzir, em média, no máximo 5,9 toneladas de CO2 anualmente. No entanto, uma viagem de ida e volta entre Berlim e Nova York ocasiona, por passageiro, já 6,5 toneladas de CO2.
Foto: Getty Images/AFP/P. Huguen
Comer menos carne
Para o clima, também a agricultura é um problema. No plantio do arroz ou nos estômagos de bois, vacas, cabras e ovelhas é produzido o gás metano, que é muito prejudicial ao clima. A criação de gado e o aumento mundial de consumo de carne são críticos também devido à crescente demanda de soja para ração animal. Esse cultivo ocasiona o desmatamento de florestas tropicais.
Foto: Getty Images/J. Sullivan
Comprar alimentos orgânicos
O óxido nitroso é particularmente prejudicial ao clima. Sua contribuição para o efeito estufa global gira em torno de 6%. Ele é produzido em usinas de energia e motores, mas principalmente também através do uso de fertilizantes artificiais no agronegócio. Esse tipo de fertilizante é proibido na agricultura ecológica e, por isso, emite-se menos óxido nitroso, o que ajuda a proteger o clima.
Foto: imago/R. Lueger
Sustentabilidade na construção e no consumo
Na produção de aço e cimento emite-se muito CO2, em contrapartida, ele é retirado da atmosfera no processo de crescimento das plantas. A escolha consciente de materiais de construção ajuda o clima. O mesmo vale para o consumo em geral. Para uma massagem, não se precisa de combustível fóssil, mas para copos plásticos, que todo dia acabam no lixo, necessita-se uma grande quantidade dele.
Foto: Oliver Ristau
Assumir responsabilidades
Como evitar gases estufa, para que, em todo mundo, as crianças e os filhos que elas virão a ter possam viver bem sem uma catástrofe do clima? Esses estudantes estão fascinados com a energia mais limpa e veem uma chance para o seu futuro. Todos podem ajudar para que isso possa acontecer.