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Autoridades identificam suspeito de atentado em Bangcoc

18 de agosto de 2015

Homem identificado pelas câmeras de segurança com um pacote suspeito minutos antes do ataque está sendo procurado pela polícia. Enquanto isso, nova explosão é registrada em estação ferroviária da capital tailandesa.

Foto: Reuters/A. Perawongmetha

O chefe da junta militar que governa a Tailândia informou nesta terça-feira (18/08) que as autoridades estão à procura de um suspeito que estaria ligado à explosão que matou pelo menos 20 pessoas próximo ao santuário hindu de Erawan, em Bangcoc.

"Hoje temos um suspeito que apareceu no sistema de segurança, mas a imagem não está nítida... nós estamos procurando por este homem", disse Prayut Chan-o-cha.

O suspeito foi visto com um pacote antes de a bomba explodir. Prayut classificou o ataque como o pior da história do país e acredita que o homem integre um grupo antigovernamental do nordeste da Tailândia.

A região apontada pelo líder militar é o berço do movimento dos Camisas Vermelhas, que se opõem à junta militar. Até o momento, no entanto, nenhum grupo reivindicou a autoria do atentado. Analistas de segurança têm dúvidas sobre as alegações das autoridades a respeito do envolvimento de grupos de oposição.

"Mesmo se eles [os Camisas Vermelhas] estiverem determinados a derrubar o governo, acho pouco provável vê-los tendo hindus ou santuários religiosos como alvo", disse Zachary Abuza, especialista independente em segurança tailandesa.

Os comentários de Prayut indicam que as autoridades concentram as investigações em grupos leais à família de Shinawatra. Partidos liderados por membros do clã Shinawatra e aliados governaram a Tailândia desde 2001, graças ao apoio dos Camisas Vermelhas, mas a elite real de Bangcoc se opõe aos Shinawatra.

Momentos antes da explosão, este homem é visto duas vezes nas imagens de câmeras de vigilância: com e sem mochilaFoto: Reuters/Thai Police

A explosão ocorreu na noite de segunda-feira na capital tailandesa. Conforme a polícia, oito vítimas ainda não foram identificadas. Entre os mortos estão cidadãos da China, Singapura, Malásia, Indonésia e Hong Kong. Mais de 100 pessoas ficaram feridas.

E, ao que tudo indica, o atentado não foi um ato isolado. Nesta terça-feira, uma nova explosão foi registrada na capital tailandesa, nas proximidades da movimentada estação ferroviária da cidade. Segundo a polícia, tratou-se de um pequeno explosivo, que não deixou mortos nem feridos.

Incidentes frequentes

Bangcoc tem sido palco de diversos incidentes de violência desde 2006, mas a explosão de segunda-feira foi um dos raros a envolver estrangeiros. Em fevereiro, duas bombas foram detonadas em um shopping de luxo em Bangcoc, deixando dois feridos. Outra explosão ocorreu em abril num resort na Tailândia. Na ocasião, as autoridades disseram que os ataques tiveram o objetivo de desestabilizar o governo militar.

O Exército tailandês combate radicais muçulmanos no sul do país, mas eles jamais estenderam suas ações para além de seu reduto, perto da fronteira com a Malásia. Conforme informações oficiais, esta guerrilha já causou mais de 6,4 mil vítimas civis.

A junta militar está no poder desde maio de 2014, quando derrubou o governo eleito de Yingluck Shinawatra – após meses de manifestações populares, por vezes violentas. Depois de um período de relativa calma, a Tailândia voltou a enfrentar tensões nos últimos meses, depois que a junta deixou claro que não poderá realizar eleições antes de 2017.

MP/afp/dpa

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