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Avança integração de muçulmanos na Alemanha, diz estudo

24 de agosto de 2017

Praticamente todos os imigrantes muçulmanos se sentem vinculados ao país, e seu nível educacional é cada vez mais alto. Por outro lado, um em cada cinco cidadãos alemães não os quer como vizinhos.

Brinquedo de parque de diversões
De acordo com estudo, 96% dos muçulmanos se sentem vinculados à AlemanhaFoto: Imago/R. Peters

Em comparação com outros países da Europa Ocidental, a Alemanha apresenta um bom índice de integração de imigrantes muçulmanos em sua sociedade, aponta um estudo apresentado pela Fundação Bertelsmann nesta quinta-feira (24/08).

A pesquisa levou em conta a situação dos muçulmanos que chegaram antes de 2010 à Alemanha, assim como a Suíça, Áustria, França e Reino Unido, e avaliou competências linguísticas, nível educacional, emprego e contatos sociais.

A Alemanha apresentou, de longe, os melhores resultados quanto à integração dos imigrantes muçulmanos no mercado de trabalho. De acordo com o estudo, aproximadamente 60% dos 4,7 milhões de muçulmanos na Alemanha trabalham em tempo integral (assim como a média geral no país), e 20%, meio período. Além disso, 96% dos muçulmanos entrevistados na Alemanha afirmaram que se sentem vinculados ao país.

Mais complicada é a situação de muçulmanos altamente religiosos na Alemanha. Eles raramente encontram um emprego que corresponda a seu nível de qualificação e recebem um salário muito menor em comparação com os muçulmanos que não praticam a religião. No Reino Unido, ambos os grupos ostentam um percentual semelhante de representação no mercado de trabalho.

De acordo com o estudo, 73% dos filhos de imigrantes muçulmanos nascidos na Alemanha crescem com o alemão como primeira língua, e seu nível educacional é cada vez mais alto.

No entanto, há pontos negativos quanto à educação. Enquanto na França, por exemplo, apenas 11% dos muçulmanos deixam a escola antes dos 17 anos, sem completar os estudos, na Alemanha, o percentual é de 36%. 

No entanto, a maior taxa de filhos de imigrantes muçulmanos que completam os estudos na França não os protege do desemprego acima da média nacional e de menos cargos de tempo integral.

"A comparação internacional mostra que não é uma afiliação religiosa que determina as chances de sucesso da integração, mas a conjuntura estatal e econômica", afirma Stephan Vopel, especialista de coesão social na Fundação Bertelsmann.

O estudo, intitulado "Muçulmanos na Europa – integrado, mas não aceito?", mostra quão grandes são as reservas em relação aos muçulmanos. À pergunta "quem você recusa como vizinho?", um número significativamente maior dos entrevistados na Alemanha, Áustria, Suíça, Reino Unido e França se manifestou contra muçulmanos do que contra famílias com muitos filhos, estrangeiros, homossexuais, judeus, pessoas com outra cor de pele, ateus e cristãos. Na Alemanha, 19% rejeitaram vizinhos muçulmanos.

Para o estudo, foram entrevistados mais de 10 mil muçulmanos e não muçulmanos da Alemanha, Suíça, Áustria, França e no Reino Unido no fim de 2016. Muçulmanos que chegaram aos países depois de 2010 não foram abordados.

PV/dpa/kna/afp/ots

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