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Avião desaparece entre Malásia e China

8 de março de 2014

Boeing 777 com 239 ocupantes some dos radares uma hora após decolar de Kuala Lumpur, com destino a Pequim. Força Aérea do Vietnã detecta manchas quilométricas de óleo no mar, atribuíveis a uma aeronave acidentada.

Foto: picture-alliance/dpa

Uma aeronave da Malaysia Airlines carregando 227 passageiros e 12 tripulantes desapareceu neste sábado (08/03), próximo ao Mar do Sul da China, num voo que partiu da capital malaia com destino a Pequim.

O Boeing 777-200ER, com mais de 11 anos de voo, perdeu contato com os radares cerca de uma hora após a decolagem, sem que houvesse notificação de mau tempo na região ou de emergência a bordo.

O voo partira de Kuala Lumpur às 12h40, horário local, com pouso previsto para cerca de seis horas mais tarde na capital chinesa. Se confirmado, o acidente será o pior já ocorrido com um Boeing 777, desde que esse tipo de aeronave entrou em operação, há 19 anos.

Aeronaves e navios de diferentes países realizam buscas na região onde o Boeing fez seu último contato, aproximadamente na metade da distância entre a Malásia e o sul do Vietnã. A China e as Filipinas enviaram navios à região do Mar do Sul da China, enquanto os Estados Unidos, Cingapura e Filipinas participam com aviões militares das operações de busca.

Passageiros de 14 nacionalidades

O diretor executivo da Malaysia Airlines, Ahmad Jauhari Yahya, afirmou que o voo MH370 havia contatado o controle de tráfego aéreo pela última vez a 120 milhas náuticas da costa leste da Malásia.

A empresa confirmou que havia passageiros de 14 nacionalidades a bordo, incluindo 154 chineses, 38 malaios, sete indonésios, seis australianos, cinco indianos, quatro franceses e três americanos.

"As operações de busca e resgate irão continuar enquanto for necessário", afirmou à imprensa o primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak. Seu país enviou 15 aviões militares, seis navios da Marinha e três embarcações da Guarda Costeira, na tentativa de encontrar o avião desaparecido.

Indagado sobre eventuais suspeitas de um ataque terrorista, Najib afirmou que seu governo analisa todas as possibilidades, mas que "ainda é cedo para quaisquer conclusões".

"Estamos fazendo tudo em nosso poder para localizar o avião. Fazemos todo o possível para assegurar que todos os ângulos sejam examinados", declarou o ministro malaio dos Transportes, Hishamuddin Hussein. "Estamos aguardando informações precisas das Forças Armadas malaias, que aguardam informações por parte do Vietnã."

Falta de informações aos familiares

O ministro do Exterior da China, Wang Yi, afirmou à imprensa que Pequim está "extremamente preocupado" com o destino dos passageiros. Familiares de passageiros de origem chinesa demonstraram irritação por a Malaysia Airlines mantê-los desinformados. A mídia estatal chinesa também criticou a falta de informações por parte da empresa.

Familiares dos passageiros do voo MH370 da Malaysia Airlines reclamam da falta de informaçõesFoto: Reuters

"Não há ninguém da empresa aqui. Eles nos trancaram numa sala e nos disseram para esperar", reclamou um dos parentes no hotel próximo ao aeroporto de Pequim, para onde os familiares dos passageiros foram levados. "Eles sequer nos deram a lista dos passageiros."

Em Kuala Lumpur, a Malaysia Airlines pediu aos familiares que se dirigissem ao aeroporto internacional munidos de passaporte e preparados para voar até o local do desastre. Em torno de 20 a 30 famílias foram mantidas numa sala de espera, vigiadas por agentes de segurança e afastadas dos repórteres. A Malaysia Airlines possui um dos melhores históricos de segurança entre as companhias aéreas da região da Ásia-Pacífico.

Manchas no mar

Aeronaves da Força Aérea vietnamita, que participam dos esforços internacionais de busca e resgate, localizaram duas grandes manchas de óleo no mar, próximo ao local onde o Boeing 777 desapareceu. Com 10 a 15 quilômetros de extensão, cada uma, elas foram avistadas ao largo da extremidade sul do Vietnã.

Não há confirmação de que as manchas proviriam da aeronave desaparecida. No entanto, segundo a Força Aérea do Vietnã, elas correspondem às que os dois tanques de combustível de uma aeronave causariam após uma queda.

RC/rtr/ap

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