Avião movido a energia solar começa volta ao mundo
9 de março de 2015
Com 17 mil células solares e quatro motores elétricos, "Solar Impulse 2" levanta voo em Abu Dhabi para aventura que deve durar cinco meses. Dois suíços se revezarão no comando da aeronave.
Anúncio
Foi dada a largada para a primeira tentativa de viagem ao redor do mundo em um avião sem combustível fóssil. Movido a energia solar, o Solar Impulse 2 (Si2) decolou do aeroporto executivo de Al Batteen, em Abu Dhabi, às 7h12 (horário local) desta segunda-feira (09/03) sob o comando do suíço André Borschberg, que se revezará com o compatriota Bertrand Piccard ao longo da viagem.
A aeronave conta com 17 mil células solares e quatro motores elétricos com potência de 17,5 cavalos. O objetivo da aventura, dizem os pilotos, é conscientizar sobre a necessidade de "substituir velhas e poluidoras tecnologias por outras mais limpas e eficientes".
O Si2 alcança velocidades que variam entre 50 e 100 km/h e deverá pousar ainda nesta segunda-feira em Mascate, capital de Omã, aproximadamente dez horas após a decolagem. O voo inicial ocorreria no sábado passado, mas teve que ser adiado por causa de ventos fortes. Fruto de 13 anos de intensas pesquisas e testes feitos por Borschberg e Piccard, o Si2 é sucessor do Si1, também movido a energia solar e que chegou à marca de 26 horas de voo.
"As mudanças climáticas são uma oportunidade fantástica de trazer para o mercado novas tecnologias ecologicamente corretas que economizam energia, economizam recursos naturais do nosso planeta, geram lucro, criam postos de trabalho e sustentam crescimento", disse Piccard.
Em 1999, ele se tornou a primeira pessoa a fazer uma viagem em volta da Terra a bordo de um balão. Para o suíço, tecnologia limpa e energia renovável podem alcançar "o impossível".
Grande desafio
Os pilotos planejam fazer 12 paradas ao longo de cinco meses com o Si2, que ao todo deverá voar o equivalente a 25 dias. O avião vai cruzar o Mar Arábico em direção à Índia antes de se seguir voo para Mianmar, China, Havaí e Nova York. Há ainda pousos marcados no meio-oeste dos Estados Unidos, sul da Europa ou norte da África, dependendo das condições climáticas. O retorno para Abu Dhabi está agendado para julho.
A parte mais longa da viagem deverá durar cinco dias, durante o cruzamento do Oceano Pacífico nos pontos entre Nanjing, na China, e o Havaí, EUA – uma distância de 8,5 mil quilômetros. "É um desafio humano", disse Borschberg a repórteres neste sábado.
As asas do Si2 têm 72 metros de envergadura – pouco maior que a de um avião jumbo – e o avião pesa, ao todo, 2,3 toneladas – o equivalente a um carro utilitário. A aeronave também pode voar no piloto automático caso os dois pilotos, que vão se apertar em um pequeno cockpit com um assento, durante paradas para cochilo.
Os suíços passaram por uma intensa preparação para a viagem, incluindo ioga e auto-hipnose, para que possam tirar cochilos curtos de 20 minutos, mantendo-se acordados, mas relaxados. Eles estarão em contato o tempo todo com um centro de controle composto por 65 meteorologistas, controladores de tráfego aéreo e engenheiros em Mônaco.
MSB/afp/dpa/ap
Os dez destaques científicos de 2014 na "Science"
Revista especializada "Science" elege as dez mais importantes descobertas e invenções do ano. No topo da lista está a missão Rosetta, com o robô Philae.
Foto: ESA via Getty Images
Significativo como o pouso na Lua
A maior conquista científica do ano foi a missão Rosetta, com o desembarque da sonda Philae no cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, em 12 de novembro. Com 20 instrumentos a bordo, a missão visa explorar as origens da vida na Terra e a formação do universo.
Foto: ESA/Rosetta/Philae/CIVA
Primeira pincelada humana
Mesmo que o pincel na época fosse diferente, as primeiras pinturas rupestres conhecidas têm cerca de 40 mil anos de idade. Elas foram descobertas este ano numa caverna de calcário na ilha indonésia de Celebes. Até então, as mais antigas amostras de pinturas humanas eram as da Europa.
Foto: Anthony Dosseto 2013
Primeiro organismo semissintético
Pesquisadores do Instituto Scripps, nos Estados Unidos, conseguiram em 2014 ampliar a sequência química do DNA de uma bactéria. Acrescentando duas bases artificiais às quatro subunidades de uma cadeia de DNA já existente, eles modificaram o material genético de um organismo vivo. Seu objetivo era descobrir se o DNA ampliado também apresenta novas capacidades.
Foto: picture-alliance/dpa/A. Warmuth
Parentesco entre dinossauros e pássaros
Várias equipes de pesquisa investigaram a conexão entre aves e dinossauros. Uma constatação é que provavelmente os répteis primeiro desenvolveram uma estrutura física mais leve, facilitando sua busca de abrigo e alimento. Numa fase posterior de desenvolvimento, já como aves, conseguiram levantar então voo com a ajuda das asas.
Foto: picture-alliance/dpa
Esperança na terapia da diabetes
Dois grupos de pesquisadores criaram métodos para imitar as células beta. No pâncreas, elas cuidam que a produção de insulina seja suficiente para controlar o nível de açúcar no sangue. Em pacientes com diabetes tipo 1, essas células são destruídas pelo próprio corpo. e por isso eles têm que receber insulina. Agora há esperança de desenvolver um tratamento para a doença.
Foto: Fotolia/Dmitry Lobanov
Fonte da juventude para ratos
Pesquisadores descobriram que quando a proteína GDF11, retirada do sangue de camundongos de laboratório jovens, é injetada em animais mais velhos, os músculos e cérebro destes se regeneram. Outros cientistas, que usaram sangue e plasma, conseguiram provar que a memória das cobaias melhorou. Agora estão sendo feitos experimentos para deter o mal de Alzheimer com a ministração de plasma sanguíneo.
Foto: picture-alliance/dpa/Marks
Cérebro programável
Com um feixe de laser, é possível reprogramar células de memória geneticamente modificadas de camundongos. Através da técnica conhecida como optogenética, foi possível até substituir más experiências por boas. Agora, os pesquisadores de Stanford esperam também poder curar doenças cerebrais dessa maneira.
Foto: psdesign1/Fotolia.com
Cérebro humano num chip
Chips neuromórficos são microprocessadores que imitam o cérebro humano através de circuitos eletrônicos. Especialistas em informática da IBM conseguiram dar um passo importante nesse sentido. O novo chip, chamado TrueNorth, é especializado em reconhecer padrões e identificar objetos.
Foto: gemeinfrei
Robôs inteligentes
Diversos especialistas em informática conseguiram desenvolver robôs munidos de inteligência de enxame. A tal ponto, que as máquinas foram capazes de construir estruturas simples independentemente, sem ajuda humana. Nesse procedimento, o aspecto mais importante é a cooperação dos próprios robôs entre si.
Foto: picture-alliance/dpa
Satélites do laboratório estudantil
Estudantes dão os últimos retoques no minissatélite que construíram. Esses satélites em forma de cubo existem há algum tempo. Mas 2014 foi um ano de sucesso histórico, com 75 deles sendo lançados em órbita terrestre. Os equipamentos são ideais para realizar tarefas de pesquisa bem específicas, mas não têm espaço para muitos instrumentos.