Solar Impulse 2 chega à Califórnia após voar três dias sobre o mar e percorrer mais de 4,5 mil quilômetros, na etapa mais perigosa de sua volta ao mundo. Aeronave continua viagem, passando por Europa, África e Ásia.
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O avião Solar Impulse 2 chegou na noite deste sábado (23/04) à Califórnia, na costa oeste dos Estados Unidos, depois de atravessar o Pacífico. A primeira aeronave movida exclusivamente a energia solar completou, assim, a etapa mais perigosa de sua volta ao mundo.
O avião aterrissou em Mountain View, ao sul de São Francisco, após voar 62 horas e percorrer mais de 4,5 mil quilômetros, sem fazer paradas. O trecho era considerado um dos mais arriscados justamente pela falta de locais de pouso em caso de emergência.
O Solar Impulse 2 foi pilotado por um de seus inventores, o suíço Bertrand Piccard, que sobrevoou a famosa Golden Gate Bridge antes de pousar.
"Houve um momento à noite em que eu estava vendo o reflexo da lua sobre o oceano e pensando: 'estou completamente sozinho nesta pequena cabine e me sinto completamente confiante'", disse Piccard. "Talvez seja uma das experiências mais fantásticas que já tive."
Retomada da viagem
O trajeto de travessia do Pacífico havia sido iniciado no ano passado pelo outro idealizador do projeto, o também suíço André Broschberg. No Havaí, de onde partiu na última quinta-feira, o avião havia ficado parado durante quase 300 dias, para reparos de desgastes ocorridos durante o voo a partir do Japão.
Agora, o plano é que o Solar Impulse 2 viaje até Nova York, de onde deve seguir para a Europa, norte da África e Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, onde iniciou a volta ao mundo, em março do ano passado. O objetivo do projeto é mostrar o potencial das energias renováveis.
O Solar Impulse 2 é equipado com 17 mil células fotovoltaicas e baterias recarregáveis de lítio, as quais permitem que ele voe à noite. O avião alcança velocidades que variam entre 50 e 100 quilômetros por hora. Suas asas têm 72 metros de envergadura – pouco maior que a de um avião jumbo – e a aeronave pesa, ao todo, 2,3 toneladas – o equivalente a um carro utilitário.
LPF/lusa/ap
O primeiro avião de passageiros "made in China"
Em um impulso significativo nos esforços para se aproximar de países industrializados na área de produtos de alta tecnologia, China apresenta o primeiro avião de passageiros produzido no país.
Foto: Reuters
Um marco significante
A Commercial Aircraft Corp. (Comac) apresentou em 2 de novembro sua nova criação para o mundo: o jato C919. A aeronave de corredor central único, que pode acomodar até 168 passageiros e tem um alcance de até 5.555 quilômetros, foi exibida em Xangai. "O lançamento do primeiro C919 é um marco significativo no desenvolvimento do primeiro avião chinês", disse o chefe da Comac, Jin Zhuanglong.
Foto: picture-alliance/dpa
Cerimônia pomposa
Cerca de 4 mil funcionários do governo e outros convidados estiveram presentes na cerimônia que ocorreu num hangar próximo ao Aeroporto Internacional Pudong, de Xangai. Um pequeno rebocador puxou a aeronave de 39 metros de comprimento, saindo de um espaço decorado com uma enorme bandeira da China.
Foto: picture-alliance/AP Photo
O primeiro atraso
O desenvolvimento do bimotor C919 começou em 2008. Os planos eram de que o primeiro voo fosse em 2014, e a participação em rotas comercias, em 2016. Mas as metas foram postergadas devido a atrasos na produção. É esperado agora que a aeronave esteja em serviço somente em 2019, no mínimo.
Foto: picture-alliance/dpa
Apoio estrangeiro
Embora o C919 tenha sido produzido na China, muitos dos equipamentos cruciais do avião, como motores e aviônica (parte eletrônica a bordo de aeronaves), estão sendo fornecidos por empresas estrangeiras ou joint ventures entre empresas chinesas e fabricantes ocidentais.
Foto: picture-alliance/dpa
Mercado de 800 bilhões
A China é um dos maiores mercados da aviação do mundo, com a Boeing projetando a demanda total do país por aeronaves civis ao longo das próximas duas décadas a valer mais de 800 bilhões de dólares americanos. Há um bom tempo, Boeing e Airbus vem olhando para o lucrativo mercado e querem se posicionar como os principais fornecedores de aviões para a China.
Foto: Getty Images/ChinaFotoPress
Reposicionamento no mercado
No entanto, a liderança da China tem se esforçado para fazer o país ser mais conhecido como fabricante de produtos de alta tecnologia do que de itens de baixo custo. O desenvolvimento do C919 é parte desses esforços de reestruturação.
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Aumento na concorrência?
O C919 de corredor central único é destinado a competir com o Airbus A320 e o Boeing 737, não só na China, mas também em outros mercados mundiais. A Comac diz que já recebeu 517 encomendas, de 21 clientes diferentes. Enquanto a maioria dos pedidos vem de companhias sediadas na China, há também alguns de estrangeiras.
Foto: Getty Images/AFP/J. Eisele
Grande negócio
O lançamento do C919 ocorreu poucos dias depois de a Airbus ter assinado contratos com parceiros chineses para a entrega de 100 aviões de passageiros A320 e 30 aeronaves A330 no valor de 15,4 bilhões de euros. Os acordos foram assinados durante a recente visita da chanceler federal alemã, Angela Merkel, à China.