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Aviação internacional no circuito das crises

Assis Mendonça11 de abril de 2003

Tudo começou com os atentados de 11 de setembro. Depois vieram a baixa conjuntura, a guerra no Iraque e a epidemia de SRAG. A aviação comercial entrou na pior crise da sua história.

Para reagir à crise, a Lufthansa pretende desativar 55 aeronavesFoto: AP

Desde o dia 11 de setembro de 2001, as companhias aéreas internacionais enfrentam a pior crise da história da aviação comercial. Os atentados de Nova York e Washington foram o ponto de partida: caiu imediatamente o número de passageiros em todo o mundo, deixando as empresas em maus lençóis.

A recuperação vinha sendo lenta e parcial, em virtude da crise econômica dos últimos dois anos. Agora, duas outras catástrofes levaram o setor a uma situação ainda pior que a do final de 2001 – a guerra no Iraque e a epidemia asiática da nova enfermidade, a SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave).

As conseqüências da SRAG para o tráfego aéreo internacional ainda são imprevisíveis. Na Ásia, as reservas de vôo tendem a cair para um nível economicamente insustentável. Não apenas os turistas cancelam as viagens planejadas para a região. Também inúmeros congressos internacionais – uma lucrativa fonte de renda das companhias aéreas – foram transferidos para outras regiões ou simplesmente cancelados. Até mesmo os executivos das multinacionais só viajam à Ásia se isto for absolutamente imprescindível.

Lufthansa não escapa

O problema atinge também a companhia aérea alemã Lufthansa, para a qual o mercado asiático era extremamente lucrativo. Segundo o vice-presidente da empresa, Wolfgang Mayrhuber, a aviação civil internacional enfrenta a pior crise da sua história.

E tal crise também afeta a sua empresa, admite Mayrhuber: "Mesmo que a Lufthansa tenha voltado a dar lucros no ano de 2002, pagando impostos e amortizando um montante considerável de dívidas, começa para nós novamente uma fase de altos e baixos. Estamos em queda livre e, por isto, temos de tomar muito cuidado."

No primeiro trimestre do corrente ano, a Lufthansa registrou um prejuízo inesperado. A empresa não revela o valor exato das perdas, mas especialistas do setor calculam o montante do prejuízo entre 300 e 350 milhões de euros.

Cortes de custos

A Lufthansa considera-se preparada para uma época de vacas magras. Ainda assim, pretende tomar medidas para evitar perdas ainda maiores: 55 aviões serão desativados e as rotas servidas pela empresa serão racionalizadas e melhor adaptadas à demanda. O corte de custos deverá ser logrado também através da redução de pessoal.

Wolfgang Mayrhuber afirma, contudo, que os investimentos não deverão ser interrompidos, mesmo na atual situação de crise. Segundo ele, o desenvolvimento do tráfego aéreo é motor do crescimento econômico com importância absolutamente estratégica para a Alemanha.

O vice-presidente da Lufthansa defendeu neste contexto as medidas de ampliação dos aeroportos e do controle de tráfego aéreo. Segundo ele, o tempo total que os aviões da Lufthansa gastam diariamente circulando sobre os aeroportos alemães à espera da licença para aterrissar equivale a onze vôos de ida e volta entre Frankfurt e Nova York. Neste caso, afirma Wolfgang Mayrhuber, existe um enorme potencial econômico e ecológico que pode ser aproveitado através de investimentos na construção de novas pistas de pouso e no fortalecimento do controle de tráfego aéreo.

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