Autoridades belgas acusam mais uma pessoa de participação em atividades terroristas, no âmbito das investigações após os atentados de 13 de Novembro em Paris.
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A procuradoria federal belga acusou nesta sexta-feira (27/11) uma sexta pessoa por suspeita de terrorismo, no âmbito das investigações sobre as conexões belgas com os ataques de 13 de Novembro em Paris.
Promotores federais comunicaram que um homem foi indiciado em Bruxelas por "ataques terroristas e por tomar parte nas atividades de um grupo terrorista", sem darem pormenores sobre a identidade do suspeito ou a sua alegada implicação no caso.
Dois outros suspeitos detidos na quinta-feira em Verviers foram liberados. A emissora belga RTBF relatou que eles eram o pai e o irmão de um dos homens já acusados em Bruxelas. Os promotores, no entanto, não deram mais detalhes sobre o suspeito.
Verviers, no leste da Bélgica, foi palco de um intenso tiroteio entre a polícia e três homens duas semanas após os ataques contra o semanário satírico francês Charlie Hebdo, em janeiro. Dois dos homens foram mortos e outro foi preso.
Detenções prorrogadas
Também nesta sexta-feira, um tribunal de Bruxelas ordenou que dois outros suspeitos atualmente sob custódia policial sejam mantidos presos por mais um mês. Os dois tinham sido presos em 24 de novembro e acusados de crimes relacionados ao terrorismo.
Ali Oulkadi, de 31 anos, um cidadão francês residente no distrito de Molenbeek, na capital belga, é acusado de ter conduzido Salah Abdeslam, irmão de um dos homens-bomba de Paris e principal procurado pelas autoridades, num carro em Bruxelas no dia seguinte ao ataques.
O advogado de Oulkadi afirmou que seu cliente, na época, não tinha conhecimento da ligação de Abdeslam com os atentados. "Ninguém sabia que Salah era procurado", disse o advogado Olivier Martins. A última localização conhecida de Abdeslam é um posto de controle policial em Cambrai, na França. O nome do segundo homem preso não foi revelado.
Detenções anteriores
As duas primeiras pessoas a serem acusadas formalmente na Bélgica por causa dos ataques em Paris foram Mohammed Amri, de 27 anos, e Hamza Attou, de 20 anos. Ambos foram acusados três dias após os atentados por terem ajudado Abdeslam a fugir para Bruxelas.
Larez Abrimi, um cidadão marroquino de 39 anos e também residente de Molenbeek, foi acusado de terrorismo depois que a polícia descobriu duas armas e vestígios de sangue em seu carro.
Abdeslam, de 26 anos, tornou-se alvo de uma caçada internacional. Seu irmão, Brahim Abdeslam, explodiu seu colete de bomba perto do restaurante Comptoir Voltaire – neste ataque, somente ele morreu.
A Bélgica também emitiu um mandado internacional de captura para Mohamed Abrini, de 30 anos, que foi filmado junto com Abdeslam num posto de gasolina na França. Eles estavam num Renault Clio que mais tarde seria utilizado nos ataques.
PV/lusa/rtr/afp/dpa/ap
Homenagem às vítimas de Paris
Duas semanas após os atentados que deixaram 130 mortos na capital francesa, governo organiza um dia nacional de homenagens às vítimas. Bandeiras, flores e velas foram espalhadas pela cidade.
Foto: Reuters/J. Naegelen
Dia nacional de homenagem
Bandeiras francesas penduradas nas janelas de um edifício próximo do Palácio dos Inválidos, em Paris. O presidente François Hollande apelou a todos os cidadãos que estampassem a bandeira tricolor em suas janelas nesta sexta-feira (27/11) para prestar homenagem às vítimas dos ataques terroristas de 13 de novembro de 2015.
Foto: Reuters/J. Naegelen
Palácio dos Inválidos
Duas semanas após os ataques em Paris, o Hôtel National des Invalides (Palácio dos Inválidos) foi palco da cerimônia oficial em homenagem às vítimas. A construção foi ordenada por Luís 14 em 1670, para dar abrigo aos inválidos dos seus exércitos. Hoje é sede de museus e túmulo de personalidades ilustres como Napoleão Bonaparte e Sébastien Vauban.
Foto: Getty Images/AFP/M. Medina
Marselhesa
A homenagem começou com a chegada do presidente francês, François Hollande, enquanto a Guarda Republicana entoava a Marselhesa, o hino nacional francês. Após os ataques de 13 de novembro, a Marselhesa foi cantada por cidadãos de toda a Europa, como hino de resistência contra a ameaça do terrorismo.
Foto: Getty Images/AFP/P. Wojazer
Políticos
A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, ao lado de Nicolas Sarkozy, ex-presidente francês entre 2007 e 2012 e líder do partido Os Republicanos. Sarkozy perdeu a última eleição para o socialista François Hollande e, ao que tudo indica, pretende disputar novamente as eleições presidenciais em 2017.
Foto: Reuters/C. Platiau
Frente Nacional
Marine Le Pen, líder do partido de extrema direita Frente Nacional (FN), também esteve presente na cerimônia. Ela, que também será candidata à presidência em 2017, foi a primeira dos líderes populistas e de extrema direita da Europa a pedir o "fim imediato de toda a admissão de imigrantes na França".
Foto: Reuters/C. Platiau
Promessa solene
Em discurso durante a cerimônia, François Hollande disse que aqueles que realizaram os ataques em Paris atuam em nome de uma "causa insana e traem o seu Deus". Hollande fez ainda a "promessa solene" de destruir o grupo "Estado Islâmico", autor dos ataques, descrevendo-o como um "exército de fanáticos".
Foto: Reuters/P. Wojazer
Feridos presentes
Mais de 2 mil pessoas acompanharam a cerimônia no Palácio dos Inválidos. Entre os convidados havia algumas das 350 pessoas que foram feridas nos ataques, parte delas em cadeiras de rodas.
Foto: Getty Images/AFP/M. Medina
Flores no Bataclan
Flores e bandeiras foram colocadas na frente da casa de shows Bataclan, onde 89 pessoas foram mortas por terroristas. Homenagens também foram prestadas nos outros locais dos ataques: o restaurante Le Petit Cambodge, o bar Le Carrilon, a pizzaria Casa Nostra e o bar Belle Equipe.
Foto: Getty Images/AFP/A. Jocard
Bandeira de roupas
Camisetas e casacos nas cores da bandeira francesa enfeitam uma sacada em em Paris. Com o estado de emergência declarado no país, não foram permitidas grandes manifestações de repúdio aos atentados, como aconteceu após os ataques de janeiro. Aos franceses foi pedido que se solidarizassem de suas próprias casas.
Foto: Getty Images/AFP/A. Jocard
Memorial improvisado
Franceses se reúnem em frente a um memorial improvisado na Place de la Republique.
Foto: Getty Images/AFP/T. Samson
Patriotismo
Homem segura bandeiras francesas perto da estátua na Place de la Republique.