Fortes chuvas causam pior inundação em décadas na cidade de Dinant, onde carros e calçadas foram varridos pela tempestade. Município havia sido poupado das enchentes que mataram dezenas na Bélgica e na Alemanha.
Anúncio
A Bélgica voltou a ser atingida neste fim de semana por fortes chuvas, que provocaram enchentes em algumas regiões, mas não deixaram mortos. A cidade de Dinant, no sul, foi especialmente afetada, tendo registrado as piores inundações em décadas no sábado (24/07).
Uma tempestade de cerca de duas horas transformou as ruas do município belga em verdadeiros riachos, varrendo dezenas de carros e empilhando-os em um cruzamento, além de destruir calçadas e blocos de asfalto, enquanto os habitantes assistiam horrorizados das janelas.
Dinant foi poupada das enchentes devastadoras há cerca de dez dias que mataram 37 pessoas no sul da Bélgica e outras dezenas na Alemanha. Contudo, as tempestades violentas deste fim de semana surpreenderam a muitos.
Alemanha: o desafio de voltar para casa após as enchentes
02:40
"Moro em Dinant há 57 anos e nunca tinha visto algo assim", afirmou nas redes sociais o político Richard Fournaux, ex-prefeito da cidade que fica às margens do rio Mosa.
Ainda não houve estimativa precisa dos danos, com as autoridades locais afirmando apenas que o prejuízo seria "significativo", afirmou a emissora belga RTL.
A inundação não era mais perceptível neste domingo, mas muitos moradores tiveram trabalho para limpar casas, veículos e vias devido aos estragos causados pela tempestade.
Vários residentes ainda precisaram retirar água de suas residências e usar rebocadores e pás para remover a lama carregada pela água devido ao transbordamento de um reservatório.
Algumas das ruas ainda estavam fechadas ao trânsito neste domingo para ajudar nos trabalhos de limpeza, mas a situação no centro de Dinant já havia voltado à normalidade.
Anúncio
Outras regiões
A chuva de sábado também causou inundações e danos em outras partes da Bélgica, como a cidade de Namur e a região do Brabante Valão, ambas no sul do país.
Entretanto, desta vez as tempestades não atingiram as áreas que foram fortemente afetadas pelas inundações dos dias 15 e 16 de julho, que atingiram principalmente a província de Liège e a cidade de Verviers, no sudeste do território belga.
Mesmo assim, as autoridades dessas localidades, que ainda estão reparando os danos, optaram neste fim de semana por tomar precauções extremas devido aos avisos de temporais.
O governador de Liège, Hervé Jamar, convocou no sábado uma reunião de crise e alertou os serviços de proteção civil, os bombeiros e o Exército, caso tivessem que agir. Já o município de Verviers instalou um centro esportivo para o caso de residentes precisarem se abrigar.
O Instituto Real de Meteorologia da Bélgica havia emitido um alerta laranja na sexta-feira para novas tempestades, mais localizadas do que as anteriores, mas alertando para a possibilidade de novos alagamentos. O órgão advertiu sobre a possibilidade de mais chuvas até a próxima quarta-feira, mas neste domingo rebaixou o alerta de laranja para amarelo.
ek (AFP, EFE, Reuters, DPA)
A devastação causada pelas enchentes na Alemanha
Fortes tempestades provocam caos no oeste da Alemanha. Enchentes, deslizamentos e desabamentos de casas deixaram mais de 160 mortos e um rastro de destruição.
Foto: Polizei/picture alliance/dpa
Desabamento de casas
Uma foto disponibilizada nesta sexta-feira (16/07) pelo governo do distrito de Colônia mostra as enchentes em Erftstadt-Blessem. Casas foram engolidas por deslizamentos e várias pessoas estão desaparecidas.
Foto: Rhein-Erft-Kreis/dpa/picture alliance
Rios turbulentos
Em tempos normais, o Kyll é um pequeno afluente do Mosela. Ele flui da região belga da Valônia para os estados federais alemães da Renânia do Norte-Vestfália e Renânia-Palatinado. No distrito de Bitburg-Prüm, na região do Eifel, que foi particularmente afetado pela tempestade, o Kyll transbordou nas proximidades de Erdorf e inundou partes do vilarejo.
Foto: Harald Tittel/dpa/picture alliance
Enchente na metrópole
Colônia, a quarta maior cidade da Alemanha, com cerca de um milhão de habitantes, também foi afetada pelo desastre das enchentes – como nesta passagem subterrânea , onde se vê apenas o topo de um carro que se projeta da água.
Foto: Marius Becker/picture alliance/dpa
Um vilarejo devastado
Na pequena cidade de Schuld, na região do Eifel, cerca de 50 quilômetros ao sul de Colônia, ruas e casas inteiras foram destruídas pelas torrentes. Esta foto feita por um drone mostra a extensão da destruição.
Foto: Christoph Reichwein/TNN/dpa/picture alliance
Inundação histórica do Ahr
No vale do rio Ahr, as chuvas desencadearam a enchente do século. Quando os indicadores de nível da água falharam na noite de quarta-feira (14/07), o Ahr já estava dois metros acima do recorde anterior. As ruas de Esch (distrito de Ahrweiler) foram tomadas por enxurradas. Vários vilarejos e cidades da região estão completamente inundados.
Foto: Thomas Frey/dpa/picture alliance
Mais de 100 mortos
A primeira fatalidade nas inundações foi relatada na região de Sauerland. Lá, após uma missão de resgate na cidade de Altena, um bombeiro caiu na água ao voltar para o veículo de emergência e foi levado pela correnteza. "Pouco tempo depois, ele só foi resgatado morto", anunciou mais tarde a polícia. A pequena cidade, que se encontra em grande parte inundada, também teve deslizamentos de terra.
Foto: Markus Klümper/dpa/picture alliance
Ajuda do Exército
Alertas de desastres foram emitidos em muitas regiões do oeste da Alemanha. Isso facilita a coordenação entre as autoridades – e a cooperação com a Bundeswehr, as forças armadas alemãs. Com um veículo blindado de resgate e equipamentos pesados de varredura, os soldados avançam para reparar os danos causados pelas enchentes na cidade de Hagen.
Foto: Roberto Pfeil/dpa/picture alliance
Bairros evacuados
Em Leichlingen, os residentes ajudaram uns aos outros durante as enchentes do rio Wupper. Devido às fortes chuvas, o nível do rio subiu tanto que partes da cidade tiveram que ser evacuadas. A área abaixo da represa do Murbach foi particularmente afetada, com ameaças de rompimento de uma barragem.
Foto: Roberto Pfeil/dpa/picture alliance
Em vão
Na quarta-feira (14/07), os bombeiros presentes na área do desastre tentaram prevenir o pior. Uma barreira de madeira deveria proteger o município de Mayschoss, no vale do rio Ahr, das águas torrenciais. No fim, os esforços foram em vão – as forças da natureza prevaleceram.
Foto: Thomas Frey/dpa/picture alliance
Conexões de tráfego interrompidas
Trem parado à noite na estação ferroviária de Kordel, no distrito de Trier-Saarburg, na Renânia-Palatinado. Parte do local foi inundado pelas águas do rio Kyll. O tráfego local e de longa distância está interrompido em grandes partes do oeste da Alemanha, assim como o fornecimento de energia.