Em entrevista à DW Brasil, economista Paulo Tafner aponta que elite do país valoriza pouco a competição. "Para as elites que extraem a sua riqueza de nacos no estado, produtividade e mobilidade social são irrelevantes."
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Os descendentes de um brasileiro nascido entre os 10% mais pobres do país levam, em média, nove gerações para alcançarem a renda mediana da sociedade. O dado, elaborado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), dá uma amostra de como é difícil para pessoas pobres ascenderem socialmente no Brasil.
Entre os países do levantamento, o Brasil perde apenas para a Colômbia. Na Argentina, leva-se seis gerações para percorrer o mesmo caminho, no Canadá, quatro, e na Dinamarca, duas.
A baixa mobilidade prejudica não apenas para os indivíduos que nascem pobres, mas freia o potencial de crescimento e desenvolvimento da sociedade como um todo, afirma o economista Paulo Tafner, diretor-presidente do Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social, lançado em novembro para estudar o fenômeno e sistematizar e propor políticas públicas que se mostraram eficazes para reverter esse quadro.
O fator mais relevante na mobilidade social, diz, é a qualidade da educação. E, com educação insuficiente, faltarão no país pesquisadores para desenvolver tecnologias e mão de obra capaz de sustentar ganhos de produtividade e eficiência no longo prazo.
"Entre os filhos de pais analfabetos ou sem o fundamental completo, dois de cada três filhos serão também analfabetos ou não concluirão o ensino fundamental. (…) A nova geração está amarrada à história da sua família", afirma Tafner à DW Brasil.
Ele diz que parte da elite brasileira é responsável pela manutenção da baixa mobilidade social no país, ao valorizar pouco a competição e se especializar em extrair riqueza do estado fazendo uso de seu poder político. "Para eles, produtividade e mobilidade social são irrelevantes", afirma.
DW Brasil: Qual é a relação entre desigualdade e mobilidade social?
Paulo Tafner: A mobilidade social é a possibilidade de uma geração que nasce com desigualdades naturais, como entre os que nascem em um família rica ou em uma família pobre, reduzir essa desigualdade. Para os que nascem em famílias de baixa escolaridade e baixa renda, é aumentar a chance para que alcancem os degraus médios de renda e de educação.
Em um país com todos os problemas do nosso, há um entendimento de que toda a desigualdade seria ruim. Mas nem toda desigualdade é ruim. Quando ela deriva exclusivamente da capacidade individual, quando as pessoas competem ao longo da vida e as condições são semelhantes, ela pode ser boa.
O problema é quando a pista é diferente. Quando você tem uma geração de crianças disputando uma corrida, mas umas em uma pista muito curta, que leva a um patamar muito baixo, e outras em uma pista longa, na qual se pode atingir patamares muito elevados. De antemão, eu limito a capacidade de produção de resultados diferentes na sociedade, porque os mecanismos de mobilidade não estão funcionando. Você perpetua a situação de desigualdade.
O senhor tem exemplos de como a baixa mobilidade social se manifesta no Brasil?
Um dos resultados que temos é de uma pesquisa feita pelo IBGE, em 1996 e em 2014, que perguntou aos indivíduos as informações de seus pais. Entre os filhos de pais analfabetos ou sem o fundamental completo, dois de cada três filhos serão também analfabetos ou não concluirão o ensino fundamental. Por outro lado, quando olho os filhos cujos pais têm nível superior, ocorre o inverso, 70% têm nível superior. A nova geração está amarrada à história da sua família, para o bem ou para o mal. E os mecanismos que poderiam romper com isso não estão funcionando.
Outro fator é a persistência de categorizações profissionais entre uma geração e a geração sucessora. A chance de um filho de trabalhador braçal ser também um trabalhador braçal é muito alta. A escola não é capaz de reduzir a desigualdade natural. A saúde não é capaz de reduzir essa desigualdade natural. E o mercado de trabalho, por si só, também não é capaz de reduzir essa desigualdade original. Esses mecanismos não estão funcionando e precisam ser corrigidos.
Isso impacta no dinamismo da economia?
Certamente, a baixa mobilidade social é um freio ao potencial de crescimento. O crescimento, para se efetivar, precisa de dois fatores, o capital e a mão de obra. A qualificação da mão de obra é fundamental para determinar o potencial de produção. Suponha que você tenha um país com baixíssima escolaridade e uma oferta enorme de alta tecnologia de produção. Não adianta colocar trabalhadores analfabetos, não vai funcionar, não sabem nem ler o painel. O estoque de capital físico sempre é possível financiar, se não tem, importa. Mas capital humano é muito difícil importar. Não dá para imagina um país que vai crescer com a importação permanente de mão de obra qualificada, até porque se criaria uma série de problemas sociais e políticos.
Quanto tivemos o mini boom econômico do final de 2009 até 2014, era frequente ouvir gerentes de recursos humanos dizendo que não tinha mão de obra. Mas como, se tem milhões e milhões de trabalhadores no Brasil? Falta mão de obra qualificada, e se as empresas estão dizendo, isso está limitando a sua capacidade de produzir.
O problema é que é muito difícil requalificar, incorporar muito conhecimento, a partir de uma certa idade. Por isso, quando a gente fala em mobilidade, estamos falando de foco em crianças e jovens, é ali que a gente tem que trabalhar. Temos que ter uma mobilidade intergeracional, ou seja, a geração de filhos mais produtiva e mais qualificada que a geração dos pais.
Neste ano, o Congresso aprovou uma emenda à Constituição que torna o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) uma política permanente e ampliou os repasses da União aos Estados até 2026. É verba suficiente para termos uma educação que aumente a mobilidade social?
O Brasil gasta com educação, em proporção do PIB, algo muito semelhante ao que o Chile gasta. Entretanto, o gasto na ponta por aluno é menor, uma parcela grande desse gasto se perde no caminho. Você tem uma máquina burocrática que consome esses recursos. E o resultado da educação brasileira, vis à vis à chilena, é pífio.
Não se trata propriamente do gasto em si, há outros aspectos relevantes. Por exemplo, no Brasil perde-se um número de aulas dentro do calendário letivo, que chega em algumas escolas a quase 30% das aulas porque ocorre falta do professor. Há muitos trabalhos evidenciando também que os resultados dos alunos são melhores quando você tem um diretor e os professores engajados no processo, trazendo os pais para o processo, com acompanhamento regular dos alunos e aulas de reforço específico, cujo custo é microscópico.
Pegamos o caso de alguns municípios do Ceará no Padin (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Infantil). Definiu-se qual é o conteúdo a ser ensinado e isso é verificado semanalmente, acompanhando os professores. É necessário que o professor dê os elementos da matéria, e ele pode ser observado. Os pais são envolvidos e o resultado é que essas escolas têm obtidos sistematicamente os melhores resultados nos exames nacionais. Mas é difícil fazer isso quando os sindicatos de professores acham que alguém observar a aula é ferir a autonomia do professor, ou quando professores são avaliados isso fere o direito do trabalhador. A educação é o aluno, todo o resto deve gerar em torno desta figura fundamental, que é o aluno e a capacidade de aprendizado.
Existe responsabilidade da elite brasileira em relação à baixa mobilidade social no país hoje?
Claro, parte da nossa elite valoriza pouco o processo de competição. Parte da elite é rent seeking, extrai a sua riqueza na expressão do seu poder político em abocanhar partes do dinheiro público. E não são poucas essas elites, são grandes. Não são todos, você tem [na elite] pessoas excepcionais, preocupadas com isso. Mas você tem uma parte da elite que aprendeu a extrair renda do Estado e vive disso.
Não é possível que nossas elites não estejam atentas para o fato de que um jovem às vezes sai do segundo grau sem saber concretamente fazer regra de três nem interpretar texto adequadamente. Isso seria fundamental para a elite que quer continuar sendo elite ganhando produtividade e eficiência. Esses querem alta mobilidade social, pois terão uma massa de trabalhadores muito mais bem preparada e capaz de gerar ganhos de produtividade. Agora, para as elites que extraem a sua riqueza de nacos no estado, produtividade e mobilidade social são irrelevantes.
Há espaço no Brasil para políticas públicas baseadas em evidência, num momento em que o próprio presidente da República nega a ciência?
Há experiências no Brasil. Como mencionei, no Ceará, você tem experiências no Piauí. Lançamos em 11 de novembro, em parceria com a Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) e com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Prêmio Nacional de Política Pública Baseada em Evidências, incentivando administradores do Brasil afora. E há muitos administradores competentes, procurando definir políticas baseadas em evidências lá no seu município, na sua secretaria. Se você me perguntar se é a grande maioria, certamente que não. O nosso desafio é ampliar a divulgação da necessidade de estabelecermos políticas baseadas em evidências para todos os cantos do país.
Há boas experiências na área de educação infantil e pré-infantil, no período gestacional da mulher e na área de prevenção de risco juvenil. Agora precisamos verificar se essas experiências são replicáveis e incorporar essas práticas na legislação temática de educação, de saúde, de assistência social, para que as boas práticas já comprovadas sejam uma obrigação de política pública.
Temos que deixar de ser paternalistas e estar mais preocupados em atingir a mobilidade social para aumentar o acesso das crianças e jovens. Se não, vamos continuar perpetuando pobreza e ignorância.
O mês de dezembro em imagens
Reveja alguns dos principais acontecimentos do mês.
Foto: Getty Images/AFP/S. Avila
Merkel pede que alemães mantenham solidariedade na crise do coronavírus
Em seu tradicional discurso de Ano Novo, a chanceler federal, Angela Merkel, pediu aos cidadãos da Alemanha que mantenham a perseverança e permaneçam solidários durante a crise de coronavírus. Ela também criticou os negacionistas da pandemia, afirmando que teorias da conspiração são não só falsas e perigosas, como também cínicas e cruéis. (31/12)
Foto: Markus Schreiber/REUTERS
Em decisão histórica, Argentina legaliza o aborto
O Senado da Argentina aprovou a legalização do aborto, decisão celebrada por milhares de mulheres que acompanharam a votação de mais de 12 horas em frente ao Congresso. A legalização do aborto até a 14ª semana de gestação era uma promessa do presidente Alberto Fernández e já havia sido aprovada pela Câmara dos Deputados. O texto foi aprovado por 38 votos contra 29, além de uma abstenção. (30/12)
Foto: Agustin Marcarian/REUTERS
Argentina inicia vacinação contra covid-19
País se torna o primeiro das Américas a aplicar a vacina russa Sputnik V. A fase inicial abrange um lote de 300 mil doses, de um total de 55 a 60 milhões que o governo planeja receber até julho do ano que vem por meio de contratos com diversas empresas farmacêuticas. A prioridade foi dada a profissionais de saúde de grandes aglomerados urbanos. (29/12)
Foto: Patricio Murphy/Zuma Wire/Imago
Sauditas condenam ativista dos direitos das mulheres a quase seis anos de prisão
Loujain al-Hathlou, uma das principais defensoras dos direitos das mulheres na Arábia Saudita, foi acusada de tentar provocar mudanças na sociedade seguindo objetivos estrangeiros e de perturbar à ordem pública, além de gerar ameaças à segurança nacional. A ativista de 31 anos exigia a suspensão das leis de tutela masculina, que restringem a liberdade de movimento das mulheres. (28/12)
Foto: Reuters/B. Tessier
Começa vacinação contra covid-19 na UE
Nações da União Europeia começaram o esforço coordenado para vacinar contra a covid-19 os mais vulneráveis entre os quase 450 milhões de habitantes do bloco. Trabalhadores do setor da saúde, idosos e líderes políticos receberam algumas das primeiras injeções, visando tranquilizar o público de que as vacinas são seguras e representam a melhor chance de se acabar com a pandemia. (27/12)
Foto: Fabrizio Bensch/REUTERS
Morre lendário agente duplo George Blake
George Blake, espião britânico que trabalhou como agente duplo para a União Soviética, morreu na Rússia aos 98 anos. Como agente do MI6, Blake denunciou centenas de agentes ocidentais para a KGB nos anos 1950. Seu caso se tornou um dos mais notórios durante a Guerra Fria. Ele foi denunciado em 1961 e condenado a 42 anos de prisão. Escapou da prisão cinco anos depois e se refugiou na URSS. (26/12)
Foto: Boris Yurchenko/AP Photo/picture alliance
Forte explosão em Nashville
Um veículo explodiu no centro de Nashville, nos Estados Unidos, na manhã de Natal, quebrando janelas, destruindo outros carros e danificando prédios ao redor. Ao menos três pessoas ficaram feridas na explosão, que foi descrita pela polícia como um "ato intencional". Antes de explodir, veículo emitiu gravação avisando que "bomba seria detonada em 15 minutos". FBI assumiu a investigação. (25/12)
Foto: Mark Humphrey/AP/picture alliance
Reino Unido e UE fecham acordo
Após meses de impasse, o Reino Unido e a União Europeia chegaram a um acordo comercial sobre as relações entre as partes após o Brexit, selando assim a saída do Reino Unido do bloco, uma saga que durou quatro anos. O anúncio ocorre apenas uma semana antes de 1º de janeiro de 2021, quando a legislação da UE deixará de ser aplicada ao território britânico, evitando assim um caos econômico. (24/12)
Foto: Pippa Fowles/Xinhua/imago images
Turquia condena jornalista de oposição
Um tribunal da Turquia condenou o jornalista Can Dündar a 27 anos de prisão, sob acusação de espionagem. O ex-editor-chefe do jornal Cumhuriyet, crítico ao governo de Recep Erdogan, e seu colega Erdem Gul foram inicialmente sentenciados em 2016 a cinco anos de prisão por publicarem uma reportagem que apontou que agentes da inteligência turca enviaram armas a grupos jihadistas na Síria. (23/12)
Foto: Malte Ossowski/SvenSimon/picture alliance
Antártida deixa de ser único continente sem covid-19
Um surto de covid-19 foi detectado numa base militar chilena na Antártida, o único continente que até então não tinha sido afetado pela pandemia. Testaram positivo para o novo coronavírus 36 homens - 26 militares e dez civis. O contágio teria acontecido após uma visita de um navio da marinha chilena, que realizou manobras de apoio logístico entre 27 de novembro e 10 de dezembro. (22/12)
O presidente eleito dos EUA, Joe Biden, recebeu a primeira dose de vacina contra a covid-19 durante uma transmissão ao vivo de televisão, como parte de uma campanha para aumentar a confiança dos americanos nos imunizantes. O democrata 78 anos recebeu a vacina Pfizer-BioNTech no Hospital Christiana em Newark, no estado de Delaware. Sua esposa, Jill Biden, recebeu a dose pouco antes. (21/12)
Foto: Alex Edelman/AFP
Países europeus suspendem voos do Reino Unido
A Holanda, Bélgica, França, Itália e Alemanha impuseram proibições à chegada de voos do Reino Unido a seus territórios, após relatos do surgimento em solo britânico de uma nova variante do coronavírus que seria 70% mais infecciosa. Já o governo britânico aumentou o nível de alerta nas regiões de Londres e do sul da Inglaterra, que passarão do atual nível 3. (20/12)
Foto: Nicolas Economou/NurPhoto/picture alliance
EUA aprovam uso emergencial da vacina da Moderna
Depois de largarem atrás de outros países na aprovação da vacina Pfizer-Biontech, os EUA são os primeiros a homologarem o imunizante desenvolvido pela farmacêutica Moderna. Isso representa um grande reforço para o país mais atingido em todo o mundo pelo coronavírus no combate à doença, enquanto o vírus continua a se espalhar desenfreadamente, pouco antes dos feriados de fim de ano. (19/12)
Foto: picture alliance/dpa
Mike Pence se vacina contra covid-19
O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, recebeu a primeira dose da vacina contra covid-19, produzida pela farmacêutica americana Pfizer em parceria com a alemã BioNTech. A vacinação foi transmitida pela TV para estimular os americanos a se vacinarem. “Karen [sua esposa] e eu estamos mais do que felizes em dar um passo à frente para tomar esta vacina segura e eficaz”, disse o político. (18/12)
Foto: Saul Loeb/AFP/Getty Images
Lewandowski é eleito melhor do mundo pela Fifa
O atacante polonês Robert Lewandowski, do Bayern de Munique, foi eleito o melhor jogador de futebol do mundo em 2020 em eleição da Fifa, superando o argentino Lionel Messi, do Barcelona, e o português Cristiano Ronaldo, da Juventus. O jogador de 32 anos foi o artilheiro da Bundesliga, da Copa da Alemanha e da Champions League, somando 41 gols na temporada passada. (17/12)
Foto: Christof Stache/Reuters
Reino Unido vacina quase 140 mil em uma semana
A primeira semana da campanha de vacinação contra covid-19 no Reino Unido teve mais de 137 mil pessoas vacinadas. A expectativa das autoridades é que a imunização dos nove grupos prioritários seja concluída nos primeiros meses de 2021. As pessoas têm que receber duas doses da vacina, com 21 dias de intervalo. Por isso, ninguém que já foi vacinado pode ser considerado completamente imune. (16/12)
Foto: Dominic Lipinski/AFP
Bolsonaro finalmente reconhece Joe Biden como presidente eleito dos EUA
Mais de um mês após a vitória de Joe Biden, Jair Bolsonaro finalmente reconheceu o democrata como presidente eleito dos EUA. Aliado de Trump, o brasileiro foi um dos últimos líderes a reconhecer o resultado das eleições. "Saudações ao presidente Biden, com meus melhores votos e a esperança de que os EUA sigam sendo 'a terra dos livres e o lar dos corajosos'", escreveu Bolsonaro no Twitter. (15/12)
Foto: Andre Borges/NurPhoto/picture alliance
Começa imunização contra covid-19 nos EUA
A enfermeira Sandra Lindsay, que atua na UTI do hospital Long Island Jewish Medical Center, em Nova York, se torna a primeira cidadã da cidade e uma das primeiras no país a receber a vacina contra o novo coronavírus desenvolvida pela americana Pfizer e a alemã Biontech. "Espero que isto marque o início do fim de um período muito doloroso em nossa história", disse ela após a injeção. (15/12)
Foto: Mark Lenninhan/AFP/Getty Images
Bolsonaro mantém recorde de aprovação
Apesar do agravamento da epidemia de covid-19 no país, o presidente Jair Bolsonaro manteve sua aprovação no melhor nível desde o início do mandato, segundo apontou uma pesquisa do instituto Datafolha. O levantamento mostrou que 37% dos brasileiros consideram seu governo bom ou ótimo, o mesmo percentual da pesquisa realizada em agosto. Já a rejeição caiu de 34% em agosto para 32% agora. (13/12)
Foto: Eraldo Peres/AP Photo/picture alliance
Jornalista dissidente é enforcado no Irã
O ativista e jornalista iraniano Ruhollah Zam foi enforcado após ter sido condenado à morte por apoiar, através de seu trabalho online, os protestos contra o regime teocrático que ocorreram no final de 2017 em várias cidades do Irã. A execução ocorreu pouco mais de um ano após o jornalista, de 47 anos, que vivia na França, ter sido sequestrado no Iraque. (12/12)
Foto: Ali Shirband/AP Photo/picture alliance
Câmara da Argentina aprova legalização do aborto
A Câmara dos Deputados da Argentina aprovou um projeto de lei que legaliza o aborto até a 14ª semana de gestação. O texto segue agora para o Senado, que há dois anos rejeitou iniciativa semelhante. Ao ritmo de tambores e em clima de festa, milhares de mulheres com lenços verdes – símbolo da campanha a favor da legalização do aborto no país – fizeram vigília nas imediações do Congresso. (11/12)
Foto: Ronaldo Schemidt/APF/Getty Images
Mortalidade por covid-19 entre indígenas é 16% maior
A pandemia da covid-19 provocou até o dia 9 de dezembro a morte de 889 indígenas e a contaminação de 41.250 membros de 161 dos 305 povos originários que vivem no Brasil. A taxa de mortalidade entre a população indígena é de 991 por milhão, 16% superior à mortalidade geral no Brasil pela doença, de 852 por milhão. Os dados foram divulgados pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil. (10/12)
Foto: picture-alliance/dpa/AP/F. Dana
Bolsonaro demite ministro do Turismo
O presidente Jair Bolsonaro demitiu o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio. O estopim para a decisão teria sido uma mensagem enviada por ele a um grupo de ministros no Whatsapp, afirmando que Luiz Eduardo Ramos, titular da Secretaria de Governo, pressionou Bolsonaro a removê-lo do cargo. Álvaro Antônio é pivô de um escândalo de candidaturas laranjas no PSL de Minas Gerais. (09/12)
Foto: Agência Brasil/Valter Campanato
Reino Unido inicia vacinação em massa
O Reino Unido deu início ao maior programa de vacinação de sua história, com a aplicação em massa do imunizante contra a covid-19 desenvolvido pela Pfizer em parceria com alemã Biontech. As primeiras doses estão sendo aplicadas em pessoas com mais de 80 anos, funcionários de casas de repouso e profissionais da saúde que atuam na linha de frente. (08/12)
Foto: Jacob King/PA Wire/empics/picture alliance
Coligação de Maduro vence eleições
A aliança de partidos que apoiam o governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, venceu as eleições parlamentares do país com mais de 67% dos votos, anunciou o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), um dia depois do pleito. A abstenção foi próxima a 70%. As eleições foram contestadas pela oposição, que apelou ao boicote. A União Europeia (UE) também não reconheceu o resultado. (07/12)
Foto: Fausto Torrealba/REUTERS
"Eu quero que o corona vá embora"
Em 6 de dezembro é celebrado na Alemanha o Dia de São Nicolau. Daí até o Natal, diretamente de suas duas agências de correios na cidade de Sankt Nikolaus e em Nikolausdorf, o "bom velhinho" responde às cartas dos miúdos. E pelo menos tenta atender aos milhares de pedidos. Em 2020, não será nada fácil, pois muitos desejam nada menos do que o fim da pandemia de covid-19. (06/12)
Foto: Oliver Dietze/dpa/picture alliance
Rússia começa vacinação em massa contra covid-19
A Rússia começou neste sábado (05/12) a campanha de vacinação voluntária em grande escala contra a covid-19, com Moscou sendo a primeira cidade do país a iniciar a imunização. País é o primeiro do mundo a iniciar imunização em grande escala contra o coronavírus. Vacina Sputnik V recebeu aval regulatório do governo russo antes mesmo de conclusão de testes. (05/12)
Foto: Sergei Karpukhin/TASS/dpa/picture alliance
"Time" elege pela primeira vez Criança do Ano
Revista americana Time nomeou uma cientista e inventora de 15 anos como a primeira Criança do Ano, título que a adolescente americana Gitanjali Rao pretende usar para inspirar ideias que "resolvam problemas do mundo". Ela inventou tecnologias como um dispositivo que consegue identificar chumbo em água potável e um aplicativo para celulares que detecta 'cyberbullying' (04/12).
Foto: Rachel Murray/Getty Images
EUA registram novo recorde de mortes por covid-19
No mesmo dia, Estados Unidos registram 3,1 mil mortes por covid-19, enquanto o número de novas infecções pelo coronavírus supera a média diária de 200 mil e o de internações passou pela primeira vez de 100 mil. Aumento nas infecções pode ter sido impulsionado por feriado do Dia da Ação de Graças. (03/12)
Foto: Spencer Platt/Getty Images
ONU reconhece propriedade medicinal da maconha
A Comissão de Narcóticos das Nações Unidas decidiu remover a cannabis da lista de drogas mais perigosas, reconhecendo assim as propriedades medicinais da planta, ainda que seu consumo para fins recreativos continue proibido. A decisão, que abre caminho para mais países aprovarem seu uso para fins terapêuticos, foi tomada por 27 votos a 25, com uma abstenção. Brasil votou contra. (02/12)
Foto: Katja Döhne
Pandemia agrava crise humanitária global, diz ONU
Relatório anual do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha) alertou que cerca de 235 milhões de pessoas necessitarão de auxílio em 2021, após aumento dos pedidos de ajuda em 2020 em razão da covid-19. Aumento não se deve apenas ao coronavírus, mas também a vários desafios globais, como conflitos, migração forçada e os impactos do aquecimento global. (01/12)