Bannon é intimado para depor em inquérito sobre a Rússia
16 de janeiro de 2018
Segundo o jornal "The New York Times", procurador especial Robert Mueller convocou ex-estrategista de Trump para prestar esclarecimentos sobre possíveis vínculos entre a campanha do presidente dos EUA e Moscou.
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O ex-estrategista-chefe da Casa Branca Steve Bannon foi intimado pelo procurador especial Robert Mueller para depor diante de um grande júri na investigação sobre possíveis vínculos entre a campanha do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o governo da Rússia, reportou o jornal americano The New York Times nesta terça-feira (16/01).
Segundo o jornal, que obteve informação com uma fonte familiarizada com o processo, essa é a primeira vez que Mueller convoca para depor diante de um grande júri uma pessoa do círculo mais próximo do presidente americano.
O escritório do procurador especial não quis fazer comentários sobre a convocação. Nos últimos meses, Mueller começou a intimar várias pessoas que trabalharam com Trump no inquérito que apura a suposta interferência russa nas eleições americanas de 2016.
Mueller intimou o ex-estrategista de Trump depois da publicação do polêmico livro Fire and fury: Inside the Trump White House (Fogo e fúria: Por dentro da Casa Branca de Trump), no qual Bannon classifica o encontro entre o filho mais velho do presidente, Donald Trump Jr., e um grupo de russos durante a campanha eleitoral de 2016 como "traição" e "falta de patriotismo".
As declarações e a polêmica provocada pelo livro forçaram a saída de Bannon da diretoria do veículo ultraconservadorBreitbart News. Bannon, que foi um dos principais conselheiros de Trump no início de seu governo, trabalhou na campanha do republicano, tendo ajudado a definir o mote "Os Estados Unidos em primeiro lugar".
Em agosto de 2017, ele deixou seu cargo na Casa Branca, quando retornou ao Breitbart News e assumiu várias posições em desacordo com o governo de Trump.
Nesta terça-feira, Bannon foi ouvido por membros do Comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes, que também investiga a interferência da Rússia nas eleições de 2016 e os vínculos entre a campanha de Trump e o Kremlin. A reunião foi de portas fechadas.
O ex-estrategista teria sido questionado sobre a decisão do presidente de demitir o ex-diretor do FBI James Comey, que conduzia um inquérito sobre o mesmo tema na agência, no início de maio do ano passado.
CN/efe/ap/rtr
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Trechos de "Fogo e Fúria", o livro sobre os bastidores da Casa Branca de Trump
Mesmo antes de sua publicação, livro do jornalista Michael Wolff já causa irritação em Washington. Com base em mais de 200 entrevistas, obra oferece rara visão interna da Casa Branca e da campanha eleitoral.
Foto: picture-alliance/AP/B. Anderson
"Fogo e fúria"
Trechos já publicados do livro do jornalista americano Michael Wolff "Fogo e Fúria: por dentro da Casa Branca de Trump" revelam o que acontece nos bastidores do centro do poder nos EUA, da busca por segurança em hambúrgueres aos sonhos presidenciais de Ivanka Trump.
Foto: picture-alliance/AP/B. Camp
"Melania em lágrimas"
"O filho de Trump, Don Jr., disse a um amigo que pouco depois das 20h, na noite da eleição, quando parecia confirmada a inesperada tendência de que Trump realmente poderia vencer, seu pai parecia ter visto um fantasma. Melania caiu em lágrimas – que não eram de alegria. Em pouco mais de uma hora, um Trump confuso se transformou num Trump incrédulo e depois num Trump assustado."
Foto: picture-alliance/AP/V. Mayo
Ivanka Trump, "primeira mulher presidente"
"Comparando riscos e ganhos, tanto Jared (Kushner) quanto Ivanka decidiram aceitar cargos na Casa Branca, contrariando o conselho de quase todos que conheciam... Ambos fizeram um acordo sério: se algum dia surgir a oportunidade, ela será a candidata à presidência. A primeira mulher presidente, brincou Ivanka, não seria Hillary Clinton, mas Ivanka Trump."
Foto: picture-alliance/AP/M. Sohn
Buscando refúgio em "fast food"
"Ele tinha um medo antigo de ser envenenado, e essa é uma das razões pelas quais ele gostava de comer no McDonald's: ninguém sabia que ele iria aparecer, e a comida já estava pronta, o que era seguro."
Foto: Instagram
As teorias de Bannon
"O verdadeiro inimigo, segundo Bannon, era a China. A China seria a primeira frente numa nova Guerra Fria. A China é tudo. Nada mais importa. Se não lidarmos direito com a China, não vamos lidar direito com nada. Tudo é muito simples. A China está onde a Alemanha nazista estava em 1929 e 1930. Os chineses, como os alemães, são as pessoas mais racionais do mundo, até deixarem de ser."
Foto: picture-alliance/AP/B. Anderson
Bannon: Donald Jr. foi "traidor"
"Donald Trump Jr., Jared Kushner e o chefe da campanha, Paul Manafort acharam uma boa ideia se encontrar com um governo estrangeiro na sala de conferências no 25º andar do Trump Tower – e sem advogados... Mesmo se você acha que não se tratava de traição, falta de patriotismo ou uma bosta ruim, e eu acho que foi tudo isso, você deveria ter chamado o FBI imediatamente", disse Bannon.
Foto: picture-alliance/AP/C. Kaster
"Perder era ganhar"
"Se tivesse perdido a eleição, Trump se tornaria muito famoso e ao mesmo tempo um mártir da Hillary Idiota. Sua filha Ivanka e o genro Jared se tornariam celebridades internacionais. Steve Bannon se tornaria o chefe de fato do movimento Tea Party. Melania Trump, que havia obtido do marido a garantia de que ele não seria presidente, poderia voltar a ter almoços discretos. Perder era ganhar."