Barcelona é o primeiro finalista da Liga dos Campeões
Guilherme Becker12 de maio de 2015
Triunfo por 3 a 2 em Munique não é suficiente para o Bayern, que vê time espanhol, com dois gols de Neymar, garantir classificação tranquila para a decisão. Adversário sai do jogo entre Real Madrid e Juventus.
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Destino: Berlim. O Barcelona é o primeiro time a ter passagem confirmada para o dia 6 de junho. No Estádio Olímpico da capital alemã, a equipe espanhola vai encarar o Real Madrid ou a Juventus na final da Liga dos Campeões 2015.
Na noite desta terça-feira (12/05), em Munique, o Barça se classificou após perder por 3 a 2 para o Bayern – o jogo de ida havia sido vencido por 3 a 0. Neymar marcou os dois gols do time catalão, ainda na primeira etapa, ambos com passes precisos do uruguaio Luís Suárez.
O jogo
O duelo decisivo pela semifinal da Liga dos Campeões começou movimentado. Precisando do resultado após ter perdido por 3 a 0 a partida de ida, os alemães abriram o placar logo aos seis minutos: Lahm cobrou escanteio na cabeça de Bernatia, que, sozinho, concluiu no canto direito de Stegen, que chegou a tocar na bola, mas não evitou que ela entrasse.
Guardiola e Luís Enrique mandaram a campo as mesmas escalações da semana passada. Ambos com esquemas semelhantes, defendendo com cinco jogadores no meio e com apenas um atacante na sobra, e atacando com efetivamente outros cinco.
No caso do Barça, Neymar recompunha pela esquerda, e Messi, pela direita – com Suárez centralizado, pegando a sobra para o contra-ataque. Com Neymar e Messi mais recuados, o meio-campo era formado por até cinco jogadores, com Busquets à frente da defesa.
No Bayern, Lahm, pela direita, Xabi Alonso, centralizado à frente da zaga, Schweinsteiger, pela esquerda, com Thiago Alcântara ao lado, tentavam servir Müller — que buscava o jogo um pouco mais à frente, próximo a Lewandowski.
Aos 14 minutos, o Barça empatou em uma grande jogada pela intermediária direita de ataque. Suárez foi lançado por Rakitic, invadiu a área e tocou para Neymar, livre, no meio, empurrar para o gol: 1 a 1. Ducha de água fria nas pretensões bávaras.
Sem desistir, o Bayern tentou o segundo gol com Müller, aos 19, e com Lewandowski, aos 27. Na primeira oportunidade, o atacante alemão cabeceou para ótima defesa do compatriota Stegen. Na segunda, o centroavante polonês recebeu passe dentro da área e bateu de bico, mas fraco, para defesa firme de Stegen.
Aos 29, a verdadeira ducha — de água gelada desta vez. Às costas dos volantes, Suárez recebeu livre novamente, invadiu a área pela direita e tocou para Neymar, mais uma vez livre, dominar e bater forte para fazer 2 a 1 para o Barcelona.
As últimas chances do Bayern na primeira etapa ocorreram aos 38 e aos 39 minutos. Em ambas, Stegen fez ótimas defesas. Primeiramente, com Schweinsteiger, que concluiu com forte cabeçada. Em seguida com Lewandowski, que bateu forte. Stegen espalmou e, depois, tirou a bola sobre a linha.
Segundo tempo
Um pouco truncado, o segundo tempo começou com Pedro no lugar de Suárez no ataque catalão. A fórmula continuou semelhante, com Neymar atuando pelo lado esquerdo, mas com Pedro e Messi revezando posicionamento entre o centro e o lado direito.
Na primeira oportunidade clara da etapa final, Lewandowski marcou um golaço e empatou para o Bayern. Aos 13 minutos, ele dominou na entrada da área, driblou Mascherano e bateu forte no canto esquerdo de Stegen, que ficou parado.
A partir de então, o Barcelona abdicou de atacar. Tratou de se defender e esperar o final da partida. O resultado veio aos 28 minutos, quando Müller colocou o Bayern à frente. Schweinsteiger dominou na entrada da grande área e rolou para o companheiro bater no canto.
Ao fim, 3 a 2, apesar da excelente jogada de Neymar e grande oportunidade desperdiçada pelo Barcelona já nos acréscimos, quando o brasileiro passou por Boateng e tocou para Messi, no meio. O argentino, no entanto, não conseguiu alcançar.
Ficha técnica:
Bayern de Munique 3 x 2 Barcelona
Local: Allianz Arena, em Munique.
Arbitragem: Mark Clattenburg, auxiliado por Simon Beck e Jake Collin (trio inglês).
Gols: Bernatia (6'/1T), Neymar (14' e 29'/1T), Lewandowski (13'/2T) e Müller (28'/2T).
Cartões amarelos: Rafinha (40'/1T), Thiago Alcântara (45'/1T), Rakitic (18'/2T), Lewandowski (30'/2T), Rode (38'/2T) e Pedro (39'/2T).
Bayern: Neuer; Rafinha, Boateng, Bernatia e Bernat; Lahm (Rode, 22'/2T), Xabi Alonso, Schweinsteiger (Javi Martínez, 41'/2T) e Thiago Alcântara; Müller (Götze, 41'/2T); Lewandowski. Técnico: Pep Guardiola.
Barcelona: Stegen; Daniel Alves, Piqué, Mascherano e Jordi Alba; Rakitic (Mathieu, 26'/2T), Busquets e Iniesta (Xavi, 29'2T); Suárez (Pedro, intervalo), Messi e Neymar. Técnico: Luís Enrique.
A história alemã na Liga dos Campeões
A Liga dos Campeões é o torneio mais importante da Europa e eletriza há anos os alemães. Os clubes do país já venceram seis vezes. O sétimo já está garantido, só falta saber qual clube vai expor a taça em em sua galeria.
Foto: picture-alliance/dpa
A primeira final
Vencer a Liga dos Campeões não é novidade nem para o Bayern de Munique, que conquista pela quinta vez o troféu, nem para o Borussia Dortmund, que já foi campeão uma vez. Mas uma final exclusivamente alemã era algo inédito. O estádio de Wembley, em Londres, foi o palco do duelo: Bayern 2 x 1 Dortmund.
Foto: Reuters
Em 1960, show de Puskas
Em 1960, o atacante húngaro Ferenc Puskas fez quatro gols na final contra o Eintracht Frankfurt. Mais de 135 mil torcedores assistiram à goleada que terminou em 7 a 3. O jogo foi disputado no Hampden Park, em Glasgow.
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Domínio bávaro
O Bayern de Munique dominou o torneio em meados dos anos 1970. Em 1974, venceu o Atlético de Madrid. Em 1975, venceu o Leeds United e, em 1976, conquistou o título mais uma vez, vencendo a final contra o Saint-Étienne. Na foto, o goleiro Sepp Maier levanta a taça, e seus companheiros comemoram usando o uniforme do time derrotado.
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Mönchengladbach perde para o Liverpool
Campeão da Bundesliga em 1977, o Borussia Mönchengladbach não conseguiu honrar o domínio alemão ao perder para o Liverpool a final disputada no Estádio Olímpico de Roma. Terry McDermott (dir.) foi insuperável na partida.
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Queda do Bayern na Holanda
Uma grande geração de jogadores ao chão. Karl Heinz Rumenigge, Dieter Hoeneß e Paul Breitner (da esq. para dir.) sentam-se no gramado e lamentam a derrota por 1 a 0 para o Aston Villa no estádio De Kuip, em Roterdã, na Holanda. A hegemonia inglesa se encerraria apenas no ano seguinte.
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Nottingham mantém domínio britânico
O domínio de times da Inglaterra se manteve por seis anos (1977 e 1982). O Hamburgo perdeu para o Nottingham Forest por 1 a 0 em 1980 e não conseguiu quebrar a supremacia. No jogo final, em Madri, o time alemão não foi páreo mesmo utilizando um atacante inglês, Kevin Kogan (dir.).
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Hamburgo em êxtase
Felix Magath marcou logo aos 8 do primeiro tempo, na final contra o Juventus de Turim, em 1983. O atacante do Hamburgo Horst Hrubesch (2° à esq.) bem que tentou ampliar o placar, mas não obteve sucesso e o jogo se manteve 1 a 0. Seria a sexta vez em série que a final da Liga dos Campeões (então Taça dos Campeões) terminaria com o magro placar.
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O milagre do Porto
Na final de 1987, o Bayern de Munique tinha a mão na taça. Aos 32 minutos do segundo tempo fez 1x0, mas logo depois houve uma milagrosa reação do Porto, que empatou com um gol de calcanhar de Rabah Madjer e virou três minutos depois, com Juary Filho. Não seria a última vez que o Bayern sofreria uma virada na final.
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O título em 16 segundos
O Borussia Dortmund já estava vencendo o Juventus de Turim por 2x1 na final de 1997, mas o resultado não era suficiente. Foi quando entrou em campo Lars Ricken, que em apenas 16 segundos marcou mais um gol, garantindo o título para o time da região do Ruhr.
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O jogo só acaba quando termina
O ditado popular valeu como verdadeiro na memória dos fãs do Bayern de Munique. Em 1999, o time bávaro ganhava dos ingleses do Manchester United por 1 a 0. Porém, já nos acréscimos, o inacreditável aconteceu: Teddy Sheringham empatou aos 46 minutos do segundo tempo, e dois minutos depois, Ole Gunnar Solskjaer virou para 2 a 1. Festa do Manchester, lágrimas do Bayern.
Foto: Imago
Nos pênaltis
Dois anos após a amarga derrota, o Bayern voltou a disputar uma final de Liga dos Campeões, contra o Valência. Em Milão, o jogo foi para a disputa por pênaltis. O Bayern ganhou por 5 a 4. O treinador do Bayern na época, Ottmar Hitzfeld (dir.), conquistou seu segundo título da Liga, após o de 1997 com o Dortmund.
Foto: picture-alliance/ULMER
Bayer Leverkusen é duas vezes vice
O Bayer Leverkusen teria tido um bom ano em 2002 se chegar duas vezes em segundo lugar fosse considerado algo positivo. Após se tornar vice-campeão da Bundesliga, o Leverkusen "conquistou" também o vice da Liga dos Campeões ao perder para o Real Madrid por 2 a 1 na final disputada em Glasgow, na Escócia.
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Diego Milito, o pesadelo do Bayern
O atacante argentino foi autor dos dois gols da vitória de 2 a 0 do Inter de Milão sobre o Bayern de Munique em 2010. Foi um jogo tático, em que Milito se sobressaiu. Dois anos mais tarde...
Foto: Imago
Derrota em casa
... o Bayern de Munique voltou a perder uma final de Liga dos Campeões, desta vez para o inglês Chelsea, em plena Allianz Arena, na Baviera. O jogo foi até as disputas de pênaltis. Para a tristeza geral do estádio, o Bayern foi derrotado por 4 a 3.