Barco com milhares de litros de diesel naufraga em Galápagos
24 de abril de 2022
Autoridades afirmam que ação rápida dos moradores e de entidades foi fundamental para evitar desastre e que espécies não serão afetadas pelo derramamento de óleo.
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Graças à ação rápida de moradores e entidades, o derramamento de combustível nas águas das Ilhas Galápagos, causado pelo naufrágio de um barco com milhares de galões de diesel, não representará um impacto significativo no frágil ecossistema do arquipélago equatoriano, indicou neste domingo (24/04) o Parque Nacional de Galápagos (PNG), em comunicado. No entanto, a autoridade ambiental manterá os protocolos e o monitoramento permanente das áreas afetadas, diz o texto.
No sábado, o navio turístico Albatros, que estava sem passageiros e transportava cerca de 2 mil galões de diesel, afundou em Puerto Ayora, capital da ilha de Santa Cruz, deixando uma "mancha superficial de combustível em vários pontos da baía", segundo as autoridades.
"Ações imediatas foram tomadas para reduzir os impactos nos ecossistemas marinho-costeiros", observou o Ministério do Meio Ambiente do Equador.
O PNG informou neste domingo que, de acordo com um relatório apresentado pelo proprietário do navio, a ruptura de um cano seria a possível causa do incidente. "A avaliação submarina realizada pelo operador pressupõe que ainda há combustível no interior [da embarcação]", acrescentou.
As autoridades estimam que havia cerca de 7,5 mil litros de diesel a bordo do navio no momento do acidente. Os quatro tripulantes foram resgatados.
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Atividades turísticas suspensas
Devido ao incidente, as atividades turísticas em Puerto Ayora e seus arredores foram suspensas, embora tenham sido retomadas gradualmente neste domingo, informou o Parque Nacional de Galápagos.
Em dezembro de 2019, uma barcaça contendo cerca de 600 galões de diesel afundou na ilha de San Cristóbal, causando um vazamento não quantificado, mas que não afetou nenhuma espécie, segundo o governo.
No entanto, em 2001, o navio de bandeira equatoriana Jéssica naufragou ao largo de Puerto Baquerizo Moreno (capital de San Cristóbal) com uma carga de cerca de 240 mil galões de combustível, gerando um grave problema ambiental que afetou várias ilhas.
O arquipélago de Galápagos, cujo frágil ecossistema faz parte da reserva mundial da biosfera, serviu de laboratório natural para o cientista inglês Charles Darwin, autor da teoria da evolução das espécies.
O local fica a cerca de 1.000 km da costa e tem 198 mil km2 de área marinha protegida, com flora e fauna únicas no mundo, como as tartarugas gigantes que levam seu nome.
Declarada Patrimônio Natural da Humanidade em 1978, é um importante ponto de atração para turistas nacionais e estrangeiros.
le (EFE, dpa, AFP)
Lázaro e Romeu: Animais que ressuscitaram da extinção
Todos os anos, espécies de animais são extintas. Mas, ocasionalmente, espécies também são consideradas erroneamente extintas ou redescobertas. Os pesquisadores falam então de "erro de Romeu" ou de "espécies de Lázaro".
Foto: Diego Bermeo/Parque Nacional Galápagos/dpa/picture alliance
Colobus vermelho de Bouvier
Este primata está classificado como "em perigo" na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Curiosidade: até 2015, quando alguns foram vistos no Congo, acreditava-se que a espécie estava extinta. Isto é chamado de "O erro de Romeu" - quando uma espécie é declarada extinta embora ainda viva, uma referência ao trágico engano de Romeu no romance de Shakespeare.
Foto: CC by N3ddo!/Wikipedia
Rã-pintada-de-Hula
Animais que ressurgem da (falsamente presumida) extinção são as chamadas espécies de Lázaro, em homenagem ao homem ressuscitado por Jesus na Bíblia. Entre eles está a Rã-pintada-de-Hula, um anfíbio endêmico dos pântanos do Lago Hula em Israel e foi considerado extinto como resultado da drenagem do lago e seus pântanos na década de 1950. Segundo a Lista Vermelha, está "criticamente ameaçado".
Foto: cc-by-sa-3.0/Mickey Samuni-Blank
Tartaruga-gigante-de-Fernandina
Esta espécie de tartaruga de Galápagos também está "criticamente ameaçada", de acordo com a IUCN. Foi considerada extinta por mais de um século até que uma única fêmea foi encontrada na Ilha Fernandina em 2019. Ela tem mais de 100 anos de idade. Pesquisadores descobriram a espécie em 1906, quando encontraram um único macho, que morreu prontamente, levando a crer que a espécie estava extinta.
Foto: Diego Bermeo/Parque Nacional Galápagos/dpa/picture alliance
Takahe
Esta ave criticamente ameaçada de extinção só é encontrada na Ilha Sul da Nova Zelândia. Seu parente da Ilha Norte está extinto e, por muito tempo, acreditou-se que o da Ilha Sul também estava. Sua população diminuiu depois que ratos, gatos e cães foram levados por colonos à Nova Zelândia. Mas em 1948, meio século após ser declarada extinta, a ave não voadora foi redescoberta num vale isolado.
Foto: M. Guyt/blickwinkel/AGAM/picture alliance
Taguá
O taguá vive na região do Gran Chaco que se estende por Paraguai, Bolívia e Argentina. Quando pesquisadores descobriram um fóssil de taguá em 1930, acreditavam se tratar de um animal extinto. Mas foram desmentidos nos anos 1970. Os indígenas da região sabiam que o taguá ainda estava vivo, mas os pesquisadores levaram décadas para encontrá-lo. O taguá está ameaçado de extinção.
Foto: W. Layer/blickwinkel/picture alliance
Colibri do Sol de Antioqua
Este beija-flor com um nome glamoroso vive em grandes altitudes no oeste dos Andes na Colômbia. Por muito tempo, pesquisadores sabiam de sua existência apenas por meio de um espécime exposto num museu e acreditavam que estivesse extinto. Foi redescoberto em 2004. Atualmente, sua população está aumentando, embora ainda esteja em perigo de extinção, segundo a IUCN.
Foto: Luis Mazariegos/Science Advances/dpa/picture alliance
Rã-arlequim
Esta espécie de rã está criticamente ameaçada de extinção. Seu habitat natural fica na Costa Rica (na imagem, duas rãs-arlequim numa fazenda de anfíbios na Colômbia), onde foi redescoberto em 2003. Por mais incrível que seja encontrar uma "espécie de Lázaro", pesquisadores enfatizam que muitas espécies redescobertas provavelmente serão extintas sem árduos esforços de conservação.