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Tratados de Roma: 50 anos

Bernd Riegert (gh)22 de março de 2007

Em entrevista à DW-TV, o presidente da Comissão Européia, José Manuel Barroso, disse esperar da Declaração de Berlim novos impulsos para a aprovação da Constituição e sugeriu Helmut Kohl para o Prêmio Nobel da Paz.

Barroso está otimista em relação ao futuro da UEFoto: AP

Com a Declaração de Berlim, que será publicada no próximo domingo (25/03), data dos 50 anos da assinatura dos Tratados de Roma, a presidência alemã do bloco pretende reativar o processo de aprovação da Constituição européia.

Na opinião do presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, a Europa dos 27 precisa um novo quadro regulatório para continuar funcionando. Em entrevista à Deutsche Welle ele negou, porém, que o bloco esteja em crise.

"Espero que, com a Declaração de Berlim, surja uma nova dinâmica, de modo que todos os países-membros cheguem a um acordo sobre um cronograma [para a aprovação do texto] e, se possível, sobre um quadro para a solução do problema", disse Barroso.

Segundo Barroso, a UE tem uma história de sucesso em termos de reconciliação, reconstrução e integração, e "os próximos 50 anos serão ainda melhores. Penso que a Europa não deve ter medo deste século. Pelo contrário: somos muito bem-sucedidos na globalização".

"Pelo fato de nos unirmos num multilateralismo, com todas as nossas diversidades, mostramos que já estamos preparados para um mundo em que todos estão em contato com todos. Portanto, não penso que a Europa esteja fadada ao fracasso. Pelo contrário: dispomos de recursos para enfrentar os desafios do século 21", disse.

Ampliação

Barroso, que preside a Comissão Européia desde 2004, propôs como próximo passo a integração dos países balcânicos na UE. Na sua opinião, cada geração precisa redefinir as fronteiras da Europa. "Não se pode estabelecer um número máximo de países-membros".

As negociações sobre o ingresso da Turquia estão patinando. Também a Ucrânia e a Geórgia querem aderir ao bloco. "Não seria prudente demarcar as fronteiras [da UE] agora, porque elas sempre significam também limitações. O importante é garantir que a Europa funcione", disse Barroso.

Nobel da Paz para Kohl

Perguntado se a UE como modelo de convívio pacífico, após 50 anos, merece um Prêmio Nobel da Paz, Barroso fez a seguinte sugestão: "Penso que Helmut Kohl merece esse prêmio. Ele prestou uma grande contribuição à paz na Europa, por ter servido ao ideal europeu. Muitos europeus contribuíram decisivamente para a paz e a reconciliação em nosso continente. Muitas vezes, só nos lembramos deles quando já se foram. Mas deveríamos reconhecê-los enquanto ainda vivem, visto que nos possibilitaram grandes sucessos na Europa".

O democrata-cristão Helmut Kohl, hoje com 77 anos, foi chanceler federal alemão de 1982 a 1998 e aplainou o caminho para o mercado comum, a união monetária e o ingresso dos países do centro e do Leste europeus na UE.

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