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Batalhas afetam capital do Burundi após anúncio de golpe

14 de maio de 2015

Um dia após alegada destituição do governo, unidades militares rivais travam pesados combates em Bujumbura. Golpistas afirmam que controlam maior parte da cidade. Líderes mundiais pedem calma no país.

Foto: Getty Images/AFP/J. Huxta

Após uma tentativa de golpe de Estado no Burundi, unidades rivais do Exército do país africano travaram intensos combates nesta quinta-feira (14/05). Seguidores e opositores do presidente Pierre Nkurunziza dentro das Forças Armadas se enfrentam desde as primeiras horas do dia em torno da sede das estações de televisão e rádio estatais, de acordo com relatos de representantes do Exército e testemunhas. Os golpistas afirmam que controlam a maior parte da capital, Bujumbura. Líderes internacionais pediram tranquilidade no país.

Burundi é palco de protestos em massa desde o fim de abril, depois que Nkurunziza anunciou que se candidatará a um terceiro mandato como presidente, contrariando a Constituição. Pelo menos 22 pessoas foram mortas em confrontos entre a polícia e opositores do chefe de Estado.

Pela manhã, aliados dos militares golpistas iniciaram um ataque ao complexo de prédios da emissora estatal de Bujumbura, controlado por soldados leais a Nkurunziza. Barulho de tiroteios e explosões puderam ser ouvidos também em outras regiões de Bujumbura. Jornalistas relataram ataques de unidades do Exército fiéis a Nkurunziza contra emissoras privadas.

Governo diz que golpe fracassou

Na noite de quarta-feira, o general Godefroid Niyombare anunciou, por uma rádio privada, ter derrubado o presidente Pierre Nkurunziza e instalado um governo militar interino.

Niyombare justificou o golpe, afirmando que, ao buscar um terceiro mandato, Nkurunziza viola a Constituição e os Acordos de Arusha, que puseram fim à guerra civil entre hutus e tutsis na vizinha Ruanda em 1993. Niyombare foi demitido como chefe do serviço de Inteligência do país em fevereiro, depois de ter aconselhado o presidente a não se candidatar novamente.

Pierre Nkurunziza, presidente do BurundiFoto: picture alliance/dpa

Na madrugada desta quinta-feira, em discurso de rádio, o chefe do Estado Maior do Exército, Prime Niyongabo, declarou fracassada a tentativa de golpe e apelou para que os golpistas se rendam. O governo já havia afirmado antes que "a situação está sob controle, não há golpe no Burundi".

O porta-voz dos líderes do golpe, Venon Ndabaneze, refutou imediatamente a versão da liderança do Exército, afirmando à agência de notícias AFP que as forças golpistas "controlam praticamente toda" a capital.

O golpe foi deflagrado enquanto o presidente Pierre Nkurunziza se encontrava na vizinha Tanzânia, onde fora participar de um encontro de cúpula sobre a crise no Burundi. O presidente tanzaniano, Jakaya Kikwete, declarou que as nações participantes do encontro condenam a tentativa de golpe de Estado no Burundi. Ao mesmo tempo, eles exigiram um adiamento das eleições parlamentares planejadas para dia 26 de maio e da eleição presidencial agendada para 26 de junho.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, apelou por "calma e moderação". O governo dos Estados Unidos pediu às partes envolvidas no conflito que deponham as armas. A chefe de política externa da UE, Federica Mogherini, exortou todas as partes a trabalharem em conjunto "a fim de encontrar uma solução pacífica para a crise".

MD/dpa/afp

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