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Bayer oferece 16,3 bilhões de euros pela Schering

(gh)24 de março de 2006

Fusão de gigantes do setor químico-farmacêutico alemão ameaça seis mil empregos. Efeitos para subsidiárias brasileiras ainda são imprevisíveis.

Fusão ameaça postos de trabalhoFoto: picture-alliance / dpa/dpaweb

O grupo químico-farmacêutico Bayer lançou uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) de 16,3 bilhões de euros para incorporar a Schering, superando assim os 14,6 bilhões de euros oferecidos pela também alemã Merck. Este grupo, sediado em Darmstadt, já se deu por vencido e anunciou, nesta sexta-feira (24/03), sua desistência da compra da Schering.

A Bayer ofereceu 86 euros por ação da Schering, contra 77 euros propostos pela Merck. Se for concretizada a maior aquisição da Bayer nos seus 142 anos de história, a empresa deve cortar cerca de seis mil empregos e obter uma redução de custos da ordem de 700 milhões de euros, disse o presidente do grupo, Werner Wening, nesta sexta-feira, num encontro com analistas do mercado financeiro.

O novo conglomerado, que então se chamaria Bayer-Schering Pharmaceuticals, seria comandado a partir da atual sede da Schering, em Berlim. Na capital alemã, seria mantido também o maior laboratório de pesquisas da companhia.

Corte de pessoal

Segundo o presidente da Schering, Hubertus Erlen, os executivos do grupo procuraram a Bayer logo após tornar-se pública a oferta considerada "hostil" da Merck, em 13 de março. O conselho de administração da empresa, que rejeitou a oferta vinda de Darmstadt, considerando-a demasiado baixa, anunciou que recomendará aos seus acionistas que aceitem a proposta da Bayer.

Erlen não quis comentar o provável corte de pessoal. "Não conheço números concretos sobre postos de trabalho, mas as duas empresas têm altos padrões sociais", disse apenas. Cabe à gerência decidir onde será atingida a economia de 700 milhões de euros, acrescentou. Após a oferta da Merck, Erlen havia advertido que até 7,5 mil empregos poderiam ser eliminados.

"O governo alemão espera que a possível incorporação da Schering não ocorra com adaptações que prejudiquem os centros de produção no país", declarou o porta-voz da Chancelaria Federal, Ulrich Wilhelm, ao jornal Tagesspiegel.

Subsidiárias no Brasil

Sede da Bayer em LeverkusenFoto: AP

O porta-voz da Bayer AG, Christian Hartel, disse à DW-WORLD que ainda é cedo para prever eventuais efeitos da planejada fusão para as subsidiárias no Brasil. "São duas empresas com atuação global. Assim que for formalizada a fusão, será formada uma equipe encarregada de estudar o melhor caminho para a integração dos dois grupos", adiantou.

A assessoria de comunicação da Schering do Brasil informou que "este assunto está sendo tratado diretamente pela Schering AG e, por tratar-se de um fato internacional, a empresa não se posicionará localmente".

Segundo dados de dezembro de 2005, a Schering tem 24,6 mil funcionários em 140 países, dos quais 7,4 mil na Alemanha. O grupo registrou um faturamento de 5,3 bilhões de euros no ano passado.

Fundada por Ernest Schering (1824-1889) e presente no Brasil há mais de 80 anos, a empresa destaca-se nas áreas de ginecologia e andrologia, oncologia, terapêuticos especializados e diagnóstico por imagem.

O Grupo Bayer, fundado em 1863, possui atividades nos cinco continentes, com mais de 350 empresas e representações e 93,7 mil funcionários (5,9 mil na Alemanha), e faturou 27, 3 bilhões de euros em 2005. No Brasil, onde atua desde 1896, tem cerca de 2,8 mil funcionários, nas divisões de saúde, alimentação e materiais inovadores.

A Merck informa que é a "indústria química e farmacêutica mais antiga do mundo, com mais de 300 anos de tradição no mercado". O grupo faturou 5,8 bilhões de euros em 2005, operando com 168 companhias em 54 países e empregando 29,1 mil pessoas. No Brasil, atua desde 1923.

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