Com uma rodada de antecipação, bávaros garantem inédito tetracampeonato alemão. O 26º título da liga nacional ocorre quatro dias após terceira eliminação consecutiva na semifinal da Liga dos Campeões.
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O Bayern Munich garantiu o inédito tetracampeonato alemão ao derrotar por 2 a 1 o Ingolstadt, neste sábado (07/05), com dois gols do atacante polonês Robert Lewandowski. A conquista ajuda a aliviar o desapontamento pela desclassificação na semifinal da Liga dos Campeões.
Os bávaros garantiram seu 26º título do Campoenato Alemão na penúltima rodada da temporada 2015/2016. O Borussia Dortmund, única equipe que ainda ameaçava a conquista do Bayern de Munique, foi derrotado por 1 a 0 pelo Eintracht Frankfurt, ampliando a desvantagem na tabela de classificação.
Com uma rodada para o término da competição, o Bayern de Munique soma 85 pontos, seguido pelo Dortmund com 77. Ambos já estão garantidos na fase de grupos da próxima Liga dos Campeões. Além disso, as duas melhores equipes da Alemanha se enfrentam na final da Copa da Alemanha, que será realizada em Berlim, em 21 de maio.
A conquista ocorreu quatro dias depois da eliminação nas semifinais da Liga dos Campeões – o Bayern venceu o Atlético de Madri por 2 a 1, mas o resultado foi insuficiente para alcançar a vaga na decisão em Milão. Esta foi a terceira eliminação seguida contra um clube espanhol em semifinais da principal competição europeia de clubes.
Pep Guardiola, que assumiu o Bayern de Munique após o clube ter conquistado a tríplice coroa – Liga dos Campeões, Bundesliga e Copa da Alemanha – não conseguiu repetir o feito em três anos de clube. Em 2013/2014, ele conquistou a dobradinha alemã, o Mundial de Clubes e a Supercopa Europeia. Na temporada seguinte, somente a Bundesliga.
O tetracampeonato é inédito no futebol alemão. O máximo que um clube havia alcançado era um tricampeonato – feito realizado pelo próprio Bayern por duas vezes, entre 1972 e 1974 e 1985 e 1987, e pelo Borussia Mönchengladbach, entre 1975 e 1977.
Dez razões para o título do Bayern
Melhor início da história, "campeão de inverno" e agora o título alemão: Bayern de Munique conquista a Bundesliga 2015/2016. Nesta temporada, o time de Pep Guardiola convenceu não apenas dentro, mas também fora do campo.
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O treinador
Não raro, o Pep Guardiola provocou estranhamento no Bayern, clube liderado em estilo familiar, com sua natureza perfeccionista e, ao mesmo tempo, pouca capacidade para diplomacia. Até os menores detalhes interessam a ele: e talvez esteja aí a sua receita de sucesso, tricampeão inconteste da Bundesliga.
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O matador
Ao todo foram 77 gols na Bundesliga, 29 de Robert Lewandowski. O atacante polonês é veloz, forte no jogo aéreo e a personificação do faro de gol. Para feito de comparação: na temporada passada bastaram 19 gols à artilharia (Alex Meier, do Eintracht Frankfurt). Contra o Wolfsburg, Lewandowski estabeleceu quatro recordes ao anotar cinco gols em menos de nove minutos – e saindo do banco de reservas.
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A dupla dinâmica
Não só Lewandowski está tendo gosto em balançar as redes adversárias – Thomas Müller (esq.) também invocou seu instinto matador e soma 20 gols. Juntos, a dupla mortal anotou 49 gols na Bundesliga e ainda podem buscar o recorde de 54 gols da dupla Grafite e Edin Dzeko, que comandou o Wolfsburg ao título alemão da temporada 2008/2009.
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O porto seguro
É inegável que o goleiro Manuel Neuer transmite segurança, e os números comprovam: em 314 partidas, o vice-capitão do Bayern de Munique não foi vazado em 152 oportunidades (20 nesta temporada). Apenas Oliver Reck (172) e Oliver Kahn (196) seguem mais bem sucedidos. Com mais um "clean sheet" nesta temporada, Neuer igualaria seu próprio recorde. Seu contrato foi prorrogado até 2021.
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Armados para o futuro
Não apenas Neuer renovou seu contrato. O Bayern de Munique estendeu os vínculos de Thomas Müller, Jérôme Boateng, Javi Martínez e David Alaba até 2021. "Os torcedores não precisam se preocupar com o futuro", garante o presidente do clube, Karl-Heinz Rummenigge. A concorrência, por exemplo, da Inglaterra, está fora da mesa. Isso traz tranquilidade no clube.
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O xerife
"Para muitos jogadores do Bayern, ele é como um pai", disse a lenda do clube Franz Beckenbauer sobre o diretor esportivo Matthias Sammer. Há quase quatro anos, Sammer coordena os bastidores do Bayern de Munique. Suas entrevistas costumam ser diretas e sem consideração por sentimentos alheios. O ex-jogador de 48 anos não tolera desleixo, nem dos jogadores, nem no comando do clube.
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A mente por trás do elenco
As contratações para a temporada Arturo Vidal, Kingsley Coman e Douglas Costa estão convencendo, e a promessa Joshua Kimmich também tem agradado. O responsável pelas pontuais aquisições é o novo diretor técnico Michael Reschke (esq.). Até mesmo Pep Guardiola, que normalmente gosta de escolher seus jogadores, elogiou diversas vezes o faro para boas contratações de Reschke.
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O caixa está cheio
Dinheiro não marca gols, mas ajuda. Com volume anual de vendas de mais de 500 milhões de euros, o Bayern faz parte da lista dos cinco clubes de futebol mais ricos do mundo. Em comparação, o 2º clube mais rico da Alemanha, o Dortmund, movimenta 280 milhões de euros. O Bayern tem, portanto, ótimas condições para contratar astros como Javi Martínez, que custou o valor recorde de 40 milhões de euros.
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Habilidade em lidar com contratempos
Seja o escândalo fiscal de Uli Hoeness (foto), as ausências por contusões de Franck Ribéry, Arjen Robben ou Jérôme Boateng ou o anúncio da saída de Pep Guardiola no final da temporada: o Bayern de Munique administra tranquilamente as más notícias e se mantém soberano em campo, mesmo que, por vezes, com vitórias sem brio.
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Sempre alguém em grande forma
Se alguém está contundido ou fora de forma, sempre há alguém para assumir a posição de líder ou de destaque. Ultimamente, Arturo Vidal se transformou neste jogador. Em posse da bola, o chileno avança bastante e gera mobilidade e imprevisibilidade no meio-campo ao trocar de posição com Philipp Lahm. Até mesmo Ribéry, recuperado de lesão, deu um novo impulso nesta reta final de temporada.