Após campanha impecável, bávaros derrotam equipe de Neymar por 1 a 0 e obtêm seu sexto título no torneio. Clube é o terceiro maior vencedor da competição, ao lado do Liverpool e atrás apenas de Real Madrid e Milan.
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Com uma campanha irreparável, na qual venceu todas as 11 partidas que disputou, o Bayern de Munique se sagrou hexacampeão da Liga dos Campeões neste domingo (23/08) ao vencer o Paris Saint-Germain por 1 a 0 no Estádio da Luz, em Lisboa, graças a um gol de Kingsley Coman, cria da base da equipe francesa.
Coman chegou ao PSG com apenas 8 anos de idade, em 2004, e permaneceu no clube até 2014, quando foi para a Juventus, a qual trocou pelo Bayern em 2016. Ele atingiu agora o clímax da carreira ao aproveitar um cruzamento de Kimmich e marcar de cabeça aos 14 minutos do segundo tempo.
Na chamada "era moderna" da Champions League, iniciada em 1992, jamais uma equipe havia vencido todas as suas partidas, e o Bayern, que já havia faturado a taça em 1974, 1975, 1976, 2001 e 2013, o fez em grande estilo, com destaque para a goleada sobre o Barcelona de Lionel Messi por 8 a 2 nas quartas de final.
Agora, o time é o terceiro maior vencedor da competição, ao lado do Liverpool e atrás apenas de Real Madrid (13 triunfos) e Milan (7).
Esta é a segunda vez que o Bayern consegue ganhar a chamada tríplice coroa, ao vencer na mesma temporada a Bundesliga, a Copa da Alemanha e a Champions League. A primeira vez foi em 2013.
Já o Paris Saint-Germain, finalista pela primeira vez, terá que fazer nova tentativa para obter seu primeiro título na Champions League. Desde a chegada do xeque Nasser Al-Khelaifi, em 2010, foram nada menos que 43 contratações em busca do título europeu, incluindo a mais cara de toda história, a do atacante brasileiro Neymar, pelo qual foram pagos 222 milhões de euros ao Barcelona em 2017.
As duas equipes contaram com retornos importantes para a decisão. No PSG, embora o meia Verratti tenha ficado no banco por não estar 100% fisicamente, o goleiro Navas retornou de lesão e fez grandes defesa. O zagueiro Thiago Silva, que fez o jogo de despedida do clube parisiense após oito anos, foi titular, assim como Marquinhos, que atuou como volante, e Neymar.
No Bayern, o atacante Coman retomou a titularidade, e com isso Perisic começou entre os reservas, enquanto o zagueiro Boateng, que era dúvida, até atuou, mas teve uma recaída e deu lugar a Süle ainda no primeiro tempo. O meia espanhol Thiago Alcantara, filho de Mazinho, campeão mundial pela seleção brasileira em 1994, também apareceu na formação inicial de Hansi Flick.
O jogo foi lá e cá desde o começo, e quem teve a primeira chance de abrir o placar foi o PSG. Mbappé preparou dentro da área para Neymar, que chutou rasteiro de pé esquerdo, e Neuer defendeu com o pé. No rebote, o próprio camisa 10 tentou, mas novamente parou no arqueiro alemão.
A resposta do octocampeão alemão foi dada oito minutos depois. Davies lançou da esquerda para a área até Lewandowski, que girou e bateu sem muita força, mas tirando de Navas. A bola beijou a trave, e a defesa afastou.
Referência do ataque do Bayern e artilheiro desta Champions, com 15 gols, Lewandowski voltou a incomodar aos 31. Kimmich levantou, a bola desviou em Kimpembe, e o centroavante cabeceou a queima-roupa. Navas espalmou no susto e depois encaixou.
O PSG teve tudo para ir para o intervalo em vantagem, mas desperdiçou grande oportunidade aos 45. Alaba cochilou na saída de bola, Mbappé acionou Herrera, que devolveu com açúcar, mas o atacante francês concluiu sem força, e Neuer pegou.
Mais incisivo depois do intervalo, o time bávaro fez 1 a 0 aos 14 minutos da segunda etapa. Müller abriu na direita para Kimmich, que levantou nas costas de Kehrer até Coman, que cabeceou no canto esquerdo e superou Navas.
Em lance parecido, três minutos depois, Coman mais uma vez apareceu para completar de cabeça na esquerda, e de novo tirou do goleiro costarriquenho, mas Thiago Silva cortou em cima da linha.
Passado o baque, o PSG voltou a criar. Aos 24 minutos, Di María adiantou para Marquinhos, que chutou em cima de Neuer. Aos 28, Neymar recebeu de Bernat e buscou o ângulo esquerdo, mas errou o alvo.
A partir de então, o Bayern controlou o máximo que pôde, inclusive mantendo a bola no ataque por bastante tempo. O tricampeão francês ainda fez algumas investidas, mas infrutíferas. Aos 46 minutos, Mbappé passou para Neymar, que bateu cruzado, mas Choupo-Moting não conseguiu desviar para a rede. Aos 48, em mais uma trama entre o francês o brasileiro, o camaronês chegou atrasado e ainda cometeu falta.
Com o encerramento da carreira de Arjen Robben, a camisa 10 do clube bávaro passou para Philippe Coutinho. O atacante é o reforço mais recente do Bayern na nova temporada e o 13º brasileiro a jogar pela equipe.
Foto: picture-alliance/SvenSimon
Coutinho
"Queríamos trazer ao Bayern um jogador absolutamente top para o ataque", disse o CEO Karl-Heinz Rummenigge. "Isso deu certo com Philippe Coutinho." O jogador de 27 anos vem como empréstimo do Barcelona por 8,5 milhões de euros. O preço de compra é de 120 milhões de euros. "Quero ganhar troféus importantes", disse o 13º brasileiro com a camiseta do clube bávaro.
Foto: picture-alliance/SvenSimon
Rafinha
Durante oito anos, de 2011 até meados de 2019, Rafinha atuou no Bayern. Sete vezes seguidas, conquistou o campeonato alemão com a equipe de Munique. Os maiores sucessos de Rafinha são a conquista do campeonato alemão, da Copa da Alemanha, do Mundial de Clubes e da Liga dos Campeões em um só ano, em 2013. Depois de 266 jogos pelo clube bávaro, Rafinha está agora terminando sua carreira no Flamengo.
Foto: picture alliance/dpa/M. Balk
Douglas Costa
Douglas Costa jogou duas temporadas pela equipe de Munique. Em 2015, o meio-campista veio do Schachtar Donezk e em 2017 ele se mudou para a Juventus de Turim. Em Munique, Costa celebrou dois campeonatos alemães e um título da Copa da Alemanha, em que na decisão contra o Dortmund, nos pênaltis, Douglas Costa acertou o pênalti decisivo.
Foto: picture alliance/dpa/Fotostand
Dante
O brasileiro jogou no Bayern de 2012 a 2015. Na primeira temporada, conquistou três títulos pelo clube bávaro, depois, dois títulos e, no último ano, um título. Na final da Liga dos Campeões de 2013 contra o Dortmund, Dante causou o pênalti que levou ao 1 a 1. No final, no entanto, Dante também comemorou, porque o Bayern acabou ganhando por 2 a 1. Desde 2016 joga no Nice.
Foto: Matthias Hangst/Bongarts/Getty Images
Luiz Gustavo
Luiz Gustavo (à direita, com Bastian Schweinsteiger) também usou a camisa do Bayern por dois anos, de 2011 a 2013. Por causa de um compromisso pela Seleção Brasileira, em 2013 não pode participar da conquista da Copa da Alemanha. Desde 2017, está no Olympique de Marselha.
Foto: picture-alliance/dpa
Breno
Em 2008, o CEO do Bayern, Karl-Heinz Rummenigge, disse que a contratação por quatro anos do brasileiro, então com 18 anos, seria um investimento de futuro. Mas este grande futuro não chegou. Breno só jogou 21 partidas pelo Bayern e foi manchete fora do campo: por ter incendiado a casa que alugava, foi condenado a três anos e nove meses de prisão. O zagueiro joga atualmente no Vasco da Gama.
Foto: Reuters
Lúcio
De 2004 a 2009, Lúcio organizou a defesa do Bayern de Munique e usou a braçadeira de capitão quando Oliver Kahn ou mais tarde Mark van Bommel estavam ausentes. Ele ajudou o clube a conquistar os dois títulos do futebol alemão por três vezes. E ganhou a Liga dos Campeões, mas pela Inter de Milão, contra o Bayern, por 2 a 0, em 2010. Hoje, joga em Brasília.
Foto: picture-alliance/Sven Simon/B. Lauter
Zé Roberto
O meio-campista é o único brasileiro no Bayern que retornou a Munique após jogar em outro clube. Zé Roberto jogou pelo clube bávaro de 2002 a 2006. Após uma breve passagem pelo Santos, retornou sob empréstimo ao Bayern entre 2007 e 2009. O recorde de Zé Roberto é impressionante: um total de quatro campeonatos alemães e quatro vitórias na Copa da Alemanha.
Foto: Imago/photoarena/Eisenhuth
Paulo Sérgio
O maior sucesso do atacante brasileiro em Munique foi em 2001, quando Paulo Sérgio (na foto à esquerda, ao lado do goleiro Oliver Kahn, com a taça) integrou a equipe vencedora da Liga dos Campeões. No Bayern de 1999 a 2002, conquistou ainda o campeonato alemão duas vezes e uma vez ganhou a Copa da Alemanha.
Foto: picture-alliance/ULMER
Giovane Élber
Giovane Élber é da equipe que conquistou a Liga dos Campeões em 2001 pelo Bayern (na foto, à esquerda, numa discussão com o então goleiro do Dortmund, Jens Lehmann). De 1997 a 2003, Élber disputou 169 jogos e marcou 92 gols. Por quatro vezes, levantou a taça do campeonato alemão e da Copa da Alemanha. Hoje, o brasileiro é embaixador da marca Bayern de Munique.
Foto: imago/WEREK
Jorginho
Em 1994, ele deu a contribuição decisiva para a conquista do campeonato alemão pelo Bayern de Munique: Jorginho marcou o gol final dos 2 x 0 contra o Schalke na última rodada, dedicando o gol ao compatriota Ayrton Senna, que havia morrido recentemente em um acidente na Fórmula 1. Este foi o único título do campeonato alemão conquistado pelo brasileiro em três anos no Bayern (1992-1995).
Foto: picture-alliance/dpa/M. Hellmann
Bernardo e Mazinho
Bernardo e Mazinho foram os primeiros brasileiros no Bayern, em 1991. Depois de apenas três meses em Munique, Bernardo retornou ao Brasil porque ele supostamente teria pensado que na Alemanha jogaria pelo Dortmund. Já Mazinho acabou ficando por três anos, mas não obteve grande êxito em Munique.
Foto: picture-alliance/HJS-Sportfotos/H. J. Schmidt