BCE eleva taxa de juros pela primeira vez em 11 anos
21 de julho de 2022
Conselho do Banco Central Europeu decidiu tomar novas medidas para assegurar que a inflação retorne à meta de 2% no médio prazo, a partir dos atuais 8,6%. Taxa básica de juros subiu de -0,5% para 0%.
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O Banco Central Europeu (BCE) surpreendeu nesta quinta-feira (21/07) ao aumentar a taxa básica de juros pela primeira vez em 11 anos, elevando o patamar em meio ponto percentual, de -0,5% para 0%. A taxa de refinanciamento foi de 0% para 0,5%, e a de empréstimo subiu de 0,25% para 0,75%.
Desde meados de junho de 2014, a taxa estava em patamar negativo. Em comunicado, o Conselho do BCE disse que decidiu "tomar novas medidas importantes para assegurar que a inflação volte à meta de 2% a médio prazo".
Com a medida, a instituição tenta conter o avanço da inflação na zona do euro, que em junho bateu o recorde de 8,6% em relação ao mesmo mês de 2021.
Com os preços decolando, o euro desvalorizando em relação ao dólar e outros bancos centrais antecipando altas maiores, o BCE estava sob pressão para tomar uma medida de impacto na reunião desta quinta-feira.
Desta forma, o BCE disse que sua nova avaliação dos riscos de inflação justifica dar "um primeiro passo maior em sua trajetória de normalização da taxa básica do que o sinalizado na reunião anterior", em junho, quando os formuladores de políticas compartilharam a intenção de aumentar as taxas em 0,25% – uma subida bem mais modesta do que a anunciada nesta quinta-feira.
Segundo a presidente do BCE, Christine Lagarde, nas próximas reuniões serão necessárias novas altas das taxas de juro, que dependerão dos dados do mercado.
De acordo com o BCE, os aumentos futuros das taxas "serão apropriados", uma vez que a instituição procura alcançar os bancos centrais dos Estados Unidos (Fed) e da Inglaterra, que começaram a aumentar as taxas mais cedo e de forma mais agressiva.
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Novo mecanismo
O BCE também decidiu aprovar o Instrumento de Proteção à Transmissão (TPI), mecanismo para evitar o aumento dos prêmios de risco em alguns países da zona do euro.
O novo instrumento "é necessário para apoiar a transmissão efetiva da política monetária", disse o banco no comunicado. Enquanto o BCE aumentar os juros, o TPI garantirá a transmissão sem problemas da orientação da política monetária a todos os países da zona do euro.
O TPI será adicionado ao conjunto de ferramentas do BCE e pode ser ativado para combater dinâmicas de mercado indesejadas ou desordenadas que representam uma séria ameaça à transmissão da política monetária na área do euro como um todo. "O tamanho das compras sob o TPI dependerá da gravidade dos riscos para a transmissão de políticas", esclareceu o BCE.
Para conter o aumento dos prêmios de risco dos países periféricos, o BCE vem reinvestindo desde 1º de julho os títulos de dívida que comprou durante a pandemia de covid-19 e que vencem de forma flexível.
Mas a medida não é suficiente no caso de uma grandes turbulência, como está acontecendo agora na Itália, país altamente endividado que enfrenta uma nova crise política. O BCE aprovou esse novo instrumento justamente para frear a especulação sobre os mercados.
le/av (AFP, EFE, ots)
Como funcionam bitcoins?
Notícias de gente enriquecendo ou perdendo dinheiro com bitcoins aparecem com frequência. Entenda como surgiu a criptomoeda e como funcionam as transações com ela.
Sem fronteiras
O bitcoin é uma criptomoeda. Ou seja: o meio de pagamento funciona digitalmente, sem moedas e notas físicas, e é baseado em processos criptográficos. O bitcoin está organizado de forma descentralizada e não requer bancos ou bancos centrais. A moeda pode, portanto, ser usada mundialmente e além fronteiras sob as mesmas condições, e não pode ser comparada com qualquer sistema monetário anterior.
Mistério: quem criou?
Em janeiro de 2009, um software de código aberto foi lançado para o bitcoin. O pseudônimo do desenvolvedor era Satoshi Nakamoto. Alguns meses antes, esta pessoa ou grupo havia explicado o funcionamento da moeda digital em um texto público pela primeira vez.
Como obter bitcoins?
Existem diferentes maneiras de obter bitcoins: comprar em uma plataforma de internet (e pagar por elas, por exemplo, com dólares ou euros). Ou aceitar bitcoin como um meio de pagamento por bens ou serviços prestados. Também há como se tornar um "minerador" e "extrair" bitcoins.
Carteira virtual
As criptomoedas são armazenadas em uma carteira virtual. Ela contém chaves, e somente com elas é possível determinar a quem um bitcoin pertence. As chaves também são necessárias para as transações. Uma carteira pode ser armazenada em um smartphone, um computador, um USB ou na nuvem. Sem uma carteira, você não tem acesso a seus bitcoins.
Assim funciona uma transação
Digamos que a pessoa X queira comprar um chapéu de Y e pagar com bitcoin. Ambas devem ter uma chave pública (comparável a um número de conta) e uma chave privada (comparável a um TAN) para uma transação com bitcoin.
Negócios em bloco
Y transmite sua chave pública para X. Ele confirma com sua chave privada e a utiliza para solicitar uma transação. Isso é coletado com várias centenas de outras transações em um bloco (daí o termo "blockchain", que será abordado mais à frente).
Os mineradores
O bloco é distribuído a todos os computadores da rede descentralizada bitcoin. Esses computadores também são chamados de mineradores. Eles verificam e confirmam as transações que vão de uma carteira para outra. Em teoria, qualquer pessoa pode ter seu computador funcionando na rede. Mas a maior parte do trabalho é feita por servidores profissionais.
Corrida entre mineradores
Antes que a transação seja executada, os minadores têm que resolver tarefas criptográficas computacionais para cada bloco. Isso requer potência e placas gráficas poderosas. A mineração funciona como uma competição: vários mineradores tentam decifrar simultaneamente uma "blockchain". Quem for bem-sucedido primeiro recebe novos – ou seja, "recém-minerados" – bitcoins como pagamento.
Uma espécie de colar de pérolas
O bloco de X e Y faz parte de um banco de dados chamado blockchain. As atividades de bitcoin são armazenadas nesse banco descentralizado. A blockchain serve, assim, como o registro de pagamento (ledger) da moeda criptográfica: todas as transações e informações de carteira das partes envolvidas estão contidas nela. Embora tudo isso seja registrado e possa ser visto, os usuários permanecem anônimos.
Onde a mineração é feita
A China tem de longe a maior parte do poder de computação da rede bitcoin (hashrate) e, portanto, seu consumo de energia. Outros países importantes são Estados Unidos, Rússia, Cazaquistão, Irã e Malásia, de acordo com o Índice de Consumo de Eletricidade Bitcoin da Universidade de Cambridge. A mineração só vale a pena onde os preços da eletricidade são baratos.
Enorme apetite energético
O processo intensivo de energia usado para calcular as transações de bitcoin (mineração) requer cerca de 120 terawatts-hora (TWh) por ano, de acordo com o Índice de Consumo de Eletricidade Bitcoin da Universidade de Cambridge. Isso é mais eletricidade do que cada um dos países de cor azul consome em um ano.